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08/03/2007 - 22h23

Bush e Lula vão discutir acordo de cooperação na área de biocombustível

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da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve assinar amanhã um acordo de cooperação na área de biocombustíveis com o presidente norte-americano George W. Bush. O presidente Lula deve aproveitar o encontro para reforçar o pedido do Brasil para reduzir tarifa cobrada pelos Estados Unidos sobre o álcool brasileiro.

Lalo de Almeida/Folha Imagem
O presidente dos EUA, George W. Bush, e a mulher, Laura Bush, desembarcam em Guarulhos
O presidente dos EUA, George W. Bush, e a mulher, Laura Bush, desembarcam em Guarulhos
Bush, entretanto, já afirmou que a queda da tarifa de exportação está fora de cogitação. "O tema das tarifas não está na mesa de negociações", disse no mês passado.

A idéia de Bush é que seu irmão caçula Jeb e a Interamerican Ethanol Comission façam a ponte entre empresários do setor dos dois países. A comissão interamericana do etanol foi criada em dezembro e é comandada pelo republicano, pelo ex-ministro da Agricultura de Lula, Roberto Rodrigues, e pelo colombiano Luís Alberto Moreno, presidente do BID.

André Porto/Folha Imagem
Manifestantes queimaram bandeira dos EUA em protesto na Paulista
Manifestantes queimaram bandeira dos EUA em protesto na Paulista
A organização ambientalista Greenpeace criticou hoje esse possível acordo. Marcelo Furtado, do Greenpeace, disse 'ser inconveniente para o desenvolvimento sustentável do Brasil' um acordo desse tipo.

"O Brasil emite 1 milhão de toneladas de gases tóxicos por ano e 75% desse total é por causa desmatamento provocado com queimadas. Nós nos perguntamos qual o tamanho da área que deverá ser semeada para satisfazer a demanda dos Estados Unidos e se esse aumento irá gerar emissão de gases de efeito estufa", disse Furtado.

Lula defendeu hoje a redução dos subsídios "nefastos" dados pelo governo dos Estados Unidos aos agricultores americanos.

O governo brasileiro defende que esse é um dos fatores necessários para o avanço da Rodada Doha. Lula disse ainda que sem acordo na área comercial que possibilite o desenvolvimento dos países mais pobres, não será fácil combater a pobreza e o terrorismo.

Apu Gomes/Folha Imagem
Manifestantes e policias entraram em confronto durante protesto na Paulista, região central
Manifestantes e policias entraram em confronto durante protesto na Paulista, região central
"Se não houver acordo para possibilitar uma chance aos países pobres do planeta nós não iremos combater com muita facilidade nem a pobreza, nem a fome e muito menos o terrorismo", disse.

Todos os acordos também devem ser discutidos no encontro de amanhã entre a secretária de Estado dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, e o ministro Celso Amorim (Relações Exteriores).

Chegada

Fernando Donasci/Folha Imagem
Bush acena para jornalistas ao desembarcar em Guarulhos
Bush acena para jornalistas ao desembarcar em Guarulhos
O avião presidencial norte-americano, o Air Force One, pousou às 20h04 no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos. A primeira a desembarcar foi a primeira-dama, Laura Bush. O presidente americano foi recepcionado no aeroporto pelo embaixador do Brasil nos EUA, Antônio Patriota, e pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab.

De Guarulhos, Bush seguiu para o o Hilton Morumbi, na zona sul da cidade, onde chegou por volta das 21h. Ele não tem compromissos hoje em sua agenda, segundo a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil.

A passagem de Bush pelo Brasil deve durar cerca de 24 horas no país. Nesse período, ele visitará a Transpetro, almoçará com o presidente Lula e assistirá a uma apresentação da ONG Meninos do Morumbi --tudo isso nesta sexta-feira.

Bush deve deixar o país na noite desta sexta-feira. O horário da partida do americano não foi divulgado. Ele seguirá para o Uruguai. O americano também visitará a Colômbia, Guatemala e México.

Segurança

O presidente dos EUA foi escoltado por cerca de 300 homens no trajeto do aeroporto até o hotel. O espaço aéreo deve sofrer restrições --num raio de 5 km-- durante todos os deslocamentos de carro de Bush. O objetivo é evitar que aeronaves sobrevoem o percurso terrestre de Bush.

O Comando de Operações Táticas da Polícia Federal do Distrito Federal reforçará a segurança em São Paulo durante a visita do presidente norte-americano.

Conhecida como a tropa de elite, a equipe ficará na cidade à disposição da PF de São Paulo durante os dias da visita do presidente. Atiradores de elite ficarão posicionados no topo de prédios ao longo dos deslocamentos terrestres de Bush pela cidade.

Protestos

Cerca de 23 mil pessoas foram às ruas em 17 Estados do país hoje para protestar contra a chegada do presidente norte-americano a São Paulo.

A maior manifestação reuniu cerca de 6.000 pessoas --segundo a Polícia Militar-- na avenida Paulista, na região central de São Paulo (SP). Os organizadores do ato contabilizaram a participação de 10 mil pessoas no protesto.

Manifestantes e policiais entraram em confronto durante o protesto, que durou mais de três horas. Cerca de 20 pessoas --entre policiais, manifestantes e fotógrafos-- ficaram feridas. O tráfego de veículos na Paulista chegou a ser interditado. A via já foi liberada.

Em São Luís (MA), o governador Jackson Lago (PDT), usando um boné do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), participou do enforcamento de um boneco representando Bush.

A manifestação, assim como no resto do Brasil, também celebrou o Dia Internacional da Mulher. Lago afirmou que a data simbolizava a 'crueldade e a dureza do grande capital estrangeiro no país e a luta das mulheres por seus direitos'.

Mesmo longe da capital paulista, como em Goiânia (GO), manifestantes ligados à Via Campesina e ao MST elegeram as lojas do Wal-Mart e do McDonald's como alvos.

Cerca de 800 pessoas atiraram tomates na lanchonete. Durante uma passeata, foi enforcado e queimado um boneco de Bush. No hipermercado, o protesto foi contra alimentos transgênicos e o uso de agrotóxicos em lavouras.

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