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27/03/2007 - 19h56

Mosteiro se prepara para receber papa Bento 16

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REGIANE SOARES
da Folha Online

A visita do papa Bento 16 ao Brasil, em maio, transformou o Mosteiro de São Bento, em São Paulo, onde o sumo pontífice passará duas noites, em um canteiro de obras. A rotina de oração e trabalho dos monges não foi alterada, mas o silêncio do local foi trocado por sons de martelos, lixas e serras.

As imagens e os quadros sacros cederam espaço para galões de tintas, escadas e materiais usados em restauração.

O claustro, que até janeiro era a área mais reservada dos 36 monges beneditinos que vivem no mosteiro, agora é local de trabalho de pedreiros e pintores, além da restauradora Nilva Expedito e seus assistentes, que trabalham na recuperação de obras e paredes.

Divulgação
Sala de visitas onde funcionava sala de música dos monges
Sala de visitas onde funcionava sala de música dos monges
A reforma está sendo feita no primeiro andar do prédio para se adequar as recomendações feitas pelo Vaticano para acomodar o papa e sua comitiva de 12 pessoas, incluindo o novo arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer.

Para isso, os monges que dormiam no primeiro andar, foram transferidos para o segundo andar, onde dividem celas com outros monges.

Segundo o monge d. João Evangelista Kovas, prior do mosteiro, a principal mudança será no quarto que receberá o papa. A antiga cela número um do claustro foi adaptada para ter também um escritório. Um aparelho de ar-condicionado também será instalado para o conforto do papa. Ao todo, a suíte de Bento 16 terá 35 metros quadrados.

Segundo d. João, tudo está sendo feito levando em consideração a idade de Bento 16, que completa 80 anos em abril, e às diferenças de clima e de fuso horário em relação ao Vaticano, quatro horas a mais.

A cama de Bento 16 está sendo construída especialmente para a ocasião com madeiras nobres do Brasil. O projeto foi feito pelo monge d. Eduardo Uchoa Fagundes.

Os detalhes do projeto não foram revelados, mas a cama terá 1,28 metro de largura e 1,98 metro de cumprimento, e receberá um colchão de molas.

Bento 16 também terá à sua disposição uma sala de visitas onde funcionava a sala de música dos monges. O piano será mantido no local, e sofás e cadeiras do próprio mosteiro farão parte da mobília.

A parede da sala de visita do papa está sendo restaurada, pois foi descoberta uma pintura da época da última construção do mosteiro, em 1912.

Recepção

O papa desembarcará no aeroporto internacional de Guarulhos no dia 9 de maio, por volta das 16h30, quando será recebido por autoridades brasileiras. Do aeroporto, seguirá de helicóptero até o Campo de Marte, onde o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PFL), entregará a chave da cidade.

O trajeto do Campo de Marte até o mosteiro será feito pelo papa-móvel. A previsão é que Bento 16 chegue por volta das 19h, e entre pela basílica de São Bento, que faz parte do complexo do mosteiro.

O abade do mosteiro, d. Mathias Tolentino Braga, recepcionará o papa na basílica e o levará até a capela do Santíssimo, onde farão uma oração. Depois, Bento 16 será levado até a sacada da sala de visita do Colégio São Bento, onde fará uma saudação para quem eventualmente estiver no largo São Bento.

Segundo o monge d. Adriano Bellini, a única restrição alimentar do papa alertada pelo Vaticano é funghi e frutos do mar. Já o que não poderá faltar no café da manhã, além de pães, queijos e frutas, é o suco de laranja.

Como o cardápio ainda não foi definido, a expectativa é que Bento 16 coma o que já está acostumado a comer no Vaticano. Ou seja, não terá pratos típicos brasileiros no cardápio. "Nada de feijoada", adiantou d. João.

Bento 16 terá um espaço reservado para fazer suas refeições, mas será convidado a comer no refeitório, junto com os monges. A regra do silêncio durante as refeições deverá ser mantida.

Apesar da proximidade que os monges terão com o papa, a recomendação aos monges é não abordar o sumo pontífice durante sua estada no mosteiro.

"Queremos criar um ambiente favorável e confortável para o papa, pois para nós é uma honra recebê-lo", afirmou d. João, que espera que Bento 16 não seja tratado como uma celebridade.

E se um monge não resistir e conversar com o papa? "A recomendação é não abordar, mas se alguém [o] fizer, ponto a menos para ele [monge]", alertou d. João.

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