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10/04/2007 - 15h01

Em discurso para prefeitos, Lula volta a atacar FHC

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ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os seus antecessores nesta terça-feira, durante a 10ª Marcha dos Prefeitos, em Brasília, quebrando promessa de campanha de que se fosse reeleito só iria se comparar a ele mesmo. Em referência direta ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Lula disse que se o tucano tivesse feito metade do que ele fez o país seria outro.

"Há muitos anos não tinha um presidente que fez metade do que estamos fazendo. Quisera Deus que o presidente antes de mim tivesse feito metade do que eu fiz, teríamos nos desenvolvido muito mais", afirmou para uma platéia de cerca de 3.000 prefeitos. O comentário ocorre depois de o presidente ter anunciado disposição em conversar com a oposição.

Em resposta às cobranças dos prefeitos por mais recursos, o presidente voltou às comparações. Lula disse que nem sempre é possível cumprir todas as promessas do início do mandato, mas que seu governo "foi o que mais avançou em toda a história da República'.

"Vocês vão terminar o mandato e certamente as coisas que disseram no primeiro ano [que iriam fazer] ainda não aconteceram", afirmou.

Como exemplo, o presidente citou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), segundo ele, uma medida libertadora. "Estamos dando o direito a que vocês tenham liberdade. Prefeito e pobre só eram procurados neste país em época de eleição." Lula classificou o PAC como "o mais perfeito projeto de desenvolvimento já feito nesta República, porque tem começo meio e fim".

Em mais um recado para a oposição, o presidente disse que, como sindicalista, está acostumado a queixas e que por mais que faça sempre será cobrado a dar mais. Lula criticou os políticos que continuam agindo como se estivessem em campanha depois de eleitos.

"Quando termina a eleição, um político sério, competente, ele deixa de lado o debate eleitoral para assumir uma responsabilidade maior. A partir do momento em que se abrem as urnas, não tem PFL, PSDB, PT, temos o compromisso de tratar com a melhor qualidade possível aqueles que acreditaram em nós", afirmou.

E retomou o discurso da campanha de que irá governar para os pobres. "Na campanha diziam que a gente estava aumentando o programa porque tinha interesse eleitoral. Agora, vamos aumentar o Bolsa Família porque não tem eleição. Que pelo menos uma vez na vida este país não veja investimento em pobre como gasto", disse. "Durante quantos anos os pobres foram esquecidos neste país? Eram utilizados de quatro em quatro anos, depois ninguém voltava mais lá para ver os pobres", disse.

Saia justa

Antes do discurso, o presidente ouviu críticas do presidente da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), Paulo Ziulkoski, que cobrou do governo a repartição de recursos federais com os municípios e uma melhor execução do Orçamento da União.

"O Orçamento da União não se comunica com os dos Estados e municípios. Às vezes é instrumento de barganha e de compra de governabilidade", afirmou, recebendo aplausos dos prefeitos presentes.

Lula foi para o evento acompanhado de 20 ministros, inclusive Waldir Pires (Defesa). Encerrou o discurso prometendo aumentar em 1 ponto percentual os recursos repassados aos municípios por meio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios), a reduzir de 20% para 0,1% a contrapartida que os municípios têm que oferecer para ter acesso a recursos do PAC para saneamento e habitação, a oferecer um banco de projetos para que os municípios possam pleitear os recursos do PAC e a abrir uma linha de financiamento para a construção de ônibus standard mais baratos para o transporte de crianças para as escolas. Ele foi aplaudido de pé.

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