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17/04/2007
-
08h26
ANDREZA MATAIS
da Folha Online, em Brasília
A Polícia Federal retoma hoje os depoimentos de mais cinco dos 25 detidos durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês), deflagrada na sexta-feira passada. Vinte deles já foram ouvidos: 17 no final de semana e outros três ontem.
A operação --que cumpriu 70 mandados de busca e apreensão-- envolve autoridades da Justiça, da Polícia Federal e do Carnaval do Rio. Os presos são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, quadrilha e lavagem de dinheiro.
A fase de tomada de depoimentos não foi encerrada ontem para que os advogados tivessem tempo de ter acesso aos autos. Dessa forma, a PF pretende conseguir uma maior colaboração dos acusados, que vem optando pelo silêncio sob a alegação de que não têm conhecimento do processo.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vinha reclamando que os advogados dos presos não tinham acesso aos autos do inquérito. Ontem à noite, o STF (Supremo Tribunal Federal) atendeu ao pedido do Conselho Federal da OAB e autorizou os advogados de defesa a terem acesso ao inquérito e assim conhecer as acusações atribuídas a seus clientes.
O ministro Cezar Peluso também decidiu ouvir o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, sobre os pedidos de relaxamento de prisão de envolvidos no esquema. Três detidos --desembargadores José Ricardo de Siqueira Rigueira e José Eduardo Carreira Alvim, além do advogado Silvério Nery Cabral Junior-- entraram com pedido de habeas corpus no Supremo para conseguirem deixar a prisão.
Ao mesmo tempo, a PF já informou que deve pedir hoje a prorrogação da prisão temporária dos 25 presos. O prazo da prisão temporária vence às 6h desta quarta-feira e a PF quer estender por mais cinco dias.
A Folha Online apurou que o vazamento do vídeo mostrando os agentes encontrando dinheiro na casa de um dos bicheiros causou mal-estar na PF. As imagens foram veiculadas no final de semana por emissoras de TV. No final do dia, entretanto, a própria PF disponibilizou as imagens para toda a imprensa.
Armas
No total, a PF apreendeu 25 armas nos endereços dos suspeitos de integrarem a organização criminosa: 18 pistolas semi-automáticas e sete revólveres. Não há informações sobre os nomes dos donos dessas armas. Também foi apreendida muita munição, segundo um dos agentes ligados ao caso.
Entre os objetos apreendidos, a PF encontrou cerca de 130 anéis e 20 pulseiras na casa de um dos bicheiros. Os números ainda não foram fechados.
Prisões
Em outra decisão, o STF também autorizou os advogados a pedirem informações a respeito das acomodações dos presos com direito a prisão especial.
Os 25 presos estão divididos em sete celas. A PF procurou não colocar na mesma cela bicheiros e desembargadores para evitar que eles combinassem versões sobre as denúncias que possam prejudicar as investigações.
A superintendente da PF, em Brasília, Walquíria Souza, rechaçou as críticas dos advogados dos presos, especialmente dos três magistrados e dos advogados, de que eles não estão recebendo o tratamento a que têm direito.
Ela explicou que existe um padrão na Superintendência da PF que é seguido por todos os presos, "independentemente de ser juiz, todo mundo é tratado igual".
Walquíria contou ainda que quando foi comunicada da vinda dos presos para Brasília teve que transferir 30 presos para abrir espaço na sede da PF e comprar colchões de última hora para receber os acusados.
"Todos foram tratados com dignidade, tiveram direito a café da manhã, puderam telefonar para parentes e receberam visita dos advogados às 10h", afirmou. "É impossível que os desembargadores tenham direito a uma única cela, Os advogados podem até requerer, mas é inviável fisicamente."
Segundo ela, os presos são ouvidos por meio de um vidro, não existe contato físico com advogados e familiares.
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da Folha Online, em Brasília
A Polícia Federal retoma hoje os depoimentos de mais cinco dos 25 detidos durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês), deflagrada na sexta-feira passada. Vinte deles já foram ouvidos: 17 no final de semana e outros três ontem.
Polícia Federal |
Dinheiro apreendido pela Polícia Federal na Operação Hurricane (furacão, em inglês) |
A fase de tomada de depoimentos não foi encerrada ontem para que os advogados tivessem tempo de ter acesso aos autos. Dessa forma, a PF pretende conseguir uma maior colaboração dos acusados, que vem optando pelo silêncio sob a alegação de que não têm conhecimento do processo.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) vinha reclamando que os advogados dos presos não tinham acesso aos autos do inquérito. Ontem à noite, o STF (Supremo Tribunal Federal) atendeu ao pedido do Conselho Federal da OAB e autorizou os advogados de defesa a terem acesso ao inquérito e assim conhecer as acusações atribuídas a seus clientes.
Polícia Federal |
PF apreendeu mais de R$ 10 mi durante Operação Hurricane (furacão, em inglês) |
Ao mesmo tempo, a PF já informou que deve pedir hoje a prorrogação da prisão temporária dos 25 presos. O prazo da prisão temporária vence às 6h desta quarta-feira e a PF quer estender por mais cinco dias.
A Folha Online apurou que o vazamento do vídeo mostrando os agentes encontrando dinheiro na casa de um dos bicheiros causou mal-estar na PF. As imagens foram veiculadas no final de semana por emissoras de TV. No final do dia, entretanto, a própria PF disponibilizou as imagens para toda a imprensa.
Armas
No total, a PF apreendeu 25 armas nos endereços dos suspeitos de integrarem a organização criminosa: 18 pistolas semi-automáticas e sete revólveres. Não há informações sobre os nomes dos donos dessas armas. Também foi apreendida muita munição, segundo um dos agentes ligados ao caso.
Entre os objetos apreendidos, a PF encontrou cerca de 130 anéis e 20 pulseiras na casa de um dos bicheiros. Os números ainda não foram fechados.
Prisões
Em outra decisão, o STF também autorizou os advogados a pedirem informações a respeito das acomodações dos presos com direito a prisão especial.
Os 25 presos estão divididos em sete celas. A PF procurou não colocar na mesma cela bicheiros e desembargadores para evitar que eles combinassem versões sobre as denúncias que possam prejudicar as investigações.
A superintendente da PF, em Brasília, Walquíria Souza, rechaçou as críticas dos advogados dos presos, especialmente dos três magistrados e dos advogados, de que eles não estão recebendo o tratamento a que têm direito.
Ela explicou que existe um padrão na Superintendência da PF que é seguido por todos os presos, "independentemente de ser juiz, todo mundo é tratado igual".
Walquíria contou ainda que quando foi comunicada da vinda dos presos para Brasília teve que transferir 30 presos para abrir espaço na sede da PF e comprar colchões de última hora para receber os acusados.
"Todos foram tratados com dignidade, tiveram direito a café da manhã, puderam telefonar para parentes e receberam visita dos advogados às 10h", afirmou. "É impossível que os desembargadores tenham direito a uma única cela, Os advogados podem até requerer, mas é inviável fisicamente."
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