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20/04/2007 - 15h14

Juíza de SP acusada de ligação com máfia diz estar perplexa com ação da PF

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REGIANE SOARES
da Folha Online

A juíza Maria Cristina Cukierkorn, da 23ª Vara Federal, disse por meio da assessoria de imprensa estar "perplexa" com a operação de busca e apreensão da Polícia Federal realizada em seu gabinete, nesta sexta-feira. A PF realizou buscas nos gabinetes e casas de três desembargadores, dois juízes e um procurador da Fazenda Nacional acusados de envolvimento com uma quadrilha que atuava na venda de sentenças judiciais para beneficiar a máfia de jogos.

Leonardo Wen/Folha Imagem
Polícia Federal faz busca na casa do procurador Sergio Gomes Ayala
Polícia Federal faz busca na casa do procurador Sergio Gomes Ayala
Na Justiça Federal, as buscas foram realizadas nos gabinetes de Maria Cristina e do juiz Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara.

Segundo fontes da PF, Maria Cristina concedeu liminares para o funcionamento de casas de bingo. E o nome de Gomes foi citado nas escutas realizadas pela PF na investigação da Operação Hurricane, que desvendou uma organização especializada na venda de sentenças para favorecer o funcionamento de casas de bingo e máquinas caça-níqueis.

Segundo a assessoria do tribunal, a juíza está em licença-maternidade desde janeiro, mas compareceu ao seu gabinete depois da PF realizar buscas em sua casa. No seu gabinete foram apreendidos documentos e HD (disco rígido) de um computador.

Por meio da assessoria, ela informou que não sabe o motivo de ter sido incluída na operação, pois o "mandado não faz nenhuma menção a nada". Maria Cristina disse ainda foi surpreendida pela operação.

A assessoria informou que a juíza está visivelmente abalada e não tinha condições emocionais para falar diretamente com a imprensa.

Ação

A Polícia Federal realizou nesta sexta-feira mandados de busca e apreensão no TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, na Procuradoria da Fazenda Nacional em São Paulo e na Justiça Federal, todos localizados na região central da capital paulista.

No gabinete do desembargador Roberto Haddad a PF apreendeu dois quilos de documentos, um notebook e um HD de computador.

Segundo a PF, todo o material apreendido vai ser conferido em São Paulo e depois enviado para a Superintendência de Brasília.

Também foram realizadas buscas nos gabinetes dos desembargadores Alda Bastos e Nery da Costa Júnior. Na Procuradoria da Fazenda Nacional, o alvo foi o gabinete de um procurador. A operação atingiria policiais civis.

Ao todo, a PF cumpre 70 mandados de busca e apreensão nos escritórios e casas de magistrados, advogados e empresários acusados de integrarem uma suposta quadrilha especializada na venda de sentenças judiciais para beneficiar a máfia de jogos e outros esquemas ilegais.

Segundo a PF, a operação tem semelhança com a Hurricane (furacão, em inglês) --deflagrada na semana passada contra acusados de envolvimento com um esquema de venda de sentenças para beneficiar a máfia de jogos.

A PF informou ainda que chegou a pedir a prisão de cerca de 40 pessoas acusados de envolvimento com a suposta organização criminosa. Mas o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou o pedido de prisão temporária. O relator do caso é o ministro Felix Fisher. O caso foi para o STJ porque envolve desembargadores.

Bingos

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região suspendeu duas liminares que permitiam o funcionamento de 57 bingos, segundo a Procuradoria Regional da República da 3ª Região. As liminares foram concedidas pela Justiça Federal para duas associações esportivas.

Apesar da decisão, o fechamento das casas de bingo não ocorre imediatamente. As autoridades responsáveis pela fiscalização das casas de bingo precisam ser notificadas para cumprir a determinação.

A Prefeitura de São Paulo anunciou hoje o fechamento de mais quatro bingos nesta sexta-feira em cumprimento à decisão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região: Bingo Imperador; Bingo Clélia; Bingo Ceasa; e o Bingo Cerro Corá.

O advogado da Abrabin (Associação Brasileira dos Bingos), Ricardo Azevedo Leitão, disse ontem à noite que existe uma "zona cinzenta" na legislação sobre a regulamentação do setor.

O presidente da Abradin, Olavo Sales da Silveira, disse que orientou as casas prejudicadas pela decisão a fechar imediatamente as portas. "A orientação para os que tiveram a liminar suspensa é fechar as portas imediatamente."

No entanto, ele informou que a entidade está orientando as casas a recorrer da decisão nas instâncias competentes.

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