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26/04/2007 - 18h11

Em depoimento, bicheiros negam relação com máfia das sentenças judiciais

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

Em depoimento hoje para a 6ª Vara Criminal do Rio, Ailton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães --presidente da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro)-- e Aniz Abraão David, o Anísio --presidente do conselho da Liesa e presidente de honra da Beija-Flor de Nilópolis, negaram envolvimento com a suposta quadrilha que atuava na compra de sentenças para beneficiar a máfia do jogo.

Guimarães, Aniz e o o bicheiro Antonio Petrus Kalil (mais conhecido como Turcão), foram os primeiros dos 24 acusados sem foro privilegiado a depor na 6ª Vara. O advogado de Turcão saiu do tribunal sem falar com a imprensa.

"Meu cliente foi muito bem, muito altivo, muito firme, disse que não tem nenhuma relação com as casas de bingo, não tem nenhuma relação com supostas obtenções de benefícios através de medidas judiciais", disse Nélio Machado, advogado de Guimarães.

Guimarães afirmou que seu patrimônio é resultado do dinheiro obtido com aluguéis, investimentos e remuneração paga pela Liesa. Aniz afirmou que recebe aposentadoria, que tem aplicações e que ganhou dinheiro com a venda de imóveis.

Eles afirmaram ainda que no passado tiveram envolvimento com o jogo do bicho, mas que hoje não têm relação com essa prática (tipificada como contravenção).

"Ele [Anísio] não participou de nada disso, não tem casa de bingo, não tem máquinas. Foi por longos e longos anos do jogo do bicho e disse que ele luta para que o jogo seja regularizado. Se for regularizado, ele diz que volta para o jogo do bicho", disse Ubiratan Guedes, advogado de Anísio.

A megaoperação da Polícia Federal atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).

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