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27/04/2007 - 19h49

Em depoimento, chefe dos bingos do Rio defende legalização da atividade

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

O presidente da Aberj (Associação dos Administradores de Bingos e Similares do Estado do Rio), Paulo Lino, defendeu hoje em depoimento para a juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio a legalização da atividade. Ele foi um dos 25 presos pela Polícia Federal no último dia 13 durante a Operação Hurricane (furacão).

A operação desarticulou uma quadrilha que atuava na compra de sentenças judiciais para favorecer a máfia dos jogos.

Segundo Ubiratan Guedes, advogado de Aniz Abrahão David, o Anísio, Lino defendeu a legalização do bingo no depoimento. Ele também negou conhecer qualquer esquema de venda de sentenças judiciais.

"Meu cliente esclareceu que era presidente da associação de bingos e que as implicações que recaem sobre ele não são verdadeiras", disse o advogado de Lino, David Zangirolami.

Ele afirmou ainda que seu cliente irá explicar o teor das conversas gravadas pela Polícia Federal. Segundo a PF, Lino teria mandado seus advogados negociarem com Virgílio Guimarães a compra de uma liminar para beneficiar os bingos. Virgílio é irmão do ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Paulo Medina --que concedeu uma liminar que permitiu a liberação de 900 máquinas caça-níqueis que haviam sido apreendidas em Niterói (RJ). Essa liminar foi cassada mais tarde. Para a PF, Virgílio teria negociado essa liminar por R$ 1 milhão --montante que teria caído depois para R$ 600 mil.

A juíza também ouviu hoje Júlio Guimarães, sobrinho do bicheiro Ailton Guimarães, o Capitão Guimarães, e José Renato Granado Ferreira, vice-presidente da Aberj.

Todos eles foram presos no dia 13 numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).

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