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30/04/2007 - 18h35

Acusados de elo com máfia rejeitam prisão de segurança máxima

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

O advogado Manuel de Jesus Soares, que defende Nagib Teixeira e João Oliveira, disse que vai ajuizar na quarta-feira dois pedidos de habeas corpus para seus clientes. O objetivo é impedir a transferência deles para o presídio de segurança máxima de Campo Grande (MS).

Os dois foram presos com mais 23 no dia 13 de abril pela Polícia Federal durante a Operação Hurricane (furacão), que desarticulou uma quadrilha especializada na compra de sentenças judiciais para beneficiar a máfia do jogo.

Os presos sem foro privilegiado permanecerão no Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, em Benfica, até o final dos depoimentos. Depois, segundo a Justiça, devem ser transferidos para Campo Grande.

Segundo o advogado, não há razão para a transferência. "A prisão preventiva não pode constituir cumprimento de pena. Transferindo para Mato Grosso do Sul, eles vão efetivamente cumprir uma pena. E saindo do Rio, onde tramita a ação penal, isso vai trazer substancial prejuízo para o exercício da defesa", afirmou o advogado.

Todos eles foram presos no dia 13 numa megaoperação da Polícia Federal, que atingiu magistrados, bicheiros, policiais, empresários, advogados e organizadores do Carnaval do Rio. Eles são acusados de praticar os crimes de tráfico de influência, corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Dos 25 presos inicialmente, quatro (com foro privilegiado) foram soltos no final de semana: ex-vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, desembargador federal José Eduardo Carreira Alvim; o desembargador federal José Ricardo de Siqueira Regueira, também do TRF da 2ª Região; o juiz Ernesto da Luz Pinto Dória, do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) da 15ª Região, e o procurador regional da República do Rio João Sérgio Leal Pereira.

Os 21 restantes tiveram a prisão preventiva decretada. Mais tarde, a Justiça decretou a prisão de mais três, elevando para 24 o número de denunciados no inquérito que tramita na 6ª Vara Criminal do Rio. Os quatro acusados com foro privilegiado terão de apresentar defesa ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Depoimentos

A juíza Ana Paula Vieira de Carvalho, da 6ª Vara Federal Criminal do Rio, ouviu hoje os depoimentos de Belmiro Martins Ferreira, Licínio Soares Bastos e Laurentino Freire dos Santos.

Belmiro, é dono da empresa Betec Games, por meio da qual foi impetrado mandado de segurança junto ao TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região para devolver as 900 máquinas de caça-níqueis que haviam sido apreendidas.

Segundo a denúncia, a quadrilha pagou R$ 1 milhão para o desembargador José Eduardo Carreira Alvim, do TRF da 2ª Região, decidir de maneira favorável aos bingueiros.

Os depoimentos começaram na quinta-feira, quando a juíza ouviu os três primeiros depoimentos dos 17 acusados: Ailton Guimarães Jorge (Capitão Guimarães), Aniz Abraão David, Antonio Petrus Kalil (Turcão).

Na sexta-feira, ouviu mais três: José Renato Granado Ferreira, Paulo Roberto Ferreira Lino, que negou qualquer relação com a máfia dos jogos, e Júlio César Guimarães Sobreira, que não respondeu a nenhuma pergunta, exceto seu nome, do advogado e endereço.

Na quarta-feira serão interrogados José Luiz da Costa Rebello, Ana Cláudia Rodrigues do Espírito Santo e Jaime Garcia Dias. Na quinta-feira, a Justiça irá ouvir Evandro da Fonseca, Silvério Nery Cabral Jr. e Sérgio Luzio Marques de Araújo.

Na quinta serão interrogados Virgílio de Oliveira Medina, Luiz Paulo Dias de Mattos e Nagib Teixeira Sauid.

Os dois últimos interrogados --João Oliveira de Farias e Marcelo Kalil Petrus-- serão ouvidos no dia 7 de maio, com audiência marcada para as 11h.

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