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30/04/2007 - 21h32

Octavio Frias de Oliveira liderou abertura da mídia no Brasil, diz AP

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da Folha Online

Em texto divulgado nesta segunda-feira, a agência internacional Associated Press (AP) afirmou que Octavio Frias de Oliveira, publisher do Grupo Folha, que morreu ontem aos 94 anos em São Paulo, "liderou a abertura da mídia" durante o período militar que atingiu o país.

Segundo a AP, Frias "permitiu que opiniões críticas sobre o regime aparecessem no jornal Folha de S.Paulo", e "ajudou a modernizar a mídia de todo o país".

João Wainer/Folha Imagem
O empresário em seu escritório no nono andar do prédio da Folha, em março do ano passado
O empresário em seu escritório no nono andar do prédio da Folha, em março do ano passado
Para a AP, durante o período militar, ele "manteve sua independência ao dar voz tanto a críticos quanto a simpatizantes da ditadura durante uma época de crise nos direitos civis e na liberdade de expressão". A agência lembrou ainda que o publisher foi o primeiro do Brasil a instituir o cargo do ombudsman em um jornal, buscando um olhar crítico sobre a cobertura de notícias da Folha --que se tornou "o maior jornal do país".

A cerimônia
Octavio Frias de Oliveira foi enterrado nesta segunda-feira no cemitério Gethsêmani, à Praça da Ressurreição, 1, Morumbi, zona oeste de São Paulo.

Estiveram presentes ao velório o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador de São Paulo, José Serra, o prefeito da cidade, Gilberto Kassab, além de ministros de Estado, deputados estaduais e federais, representantes do Judiciário, empresários de todos os setores da economia, líderes da área de educação, saúde e cultura, assim como dirigentes dos principais órgãos de comunicação do país.

Protagonista da modernização da mídia brasileira na segunda metade do século, Frias pertenceu a uma geração de empreendedores pioneiros dos quais ele era um dos últimos remanescentes e o único a se manter em atividade profissional até o ano passado.

Em novembro, como decorrência de uma queda doméstica, o empresário foi submetido a cirurgia para remoção de hematoma craniano. Teve alta hospitalar na passagem do ano e desde então vinha se recuperando na casa de sua filha Maria Cristina.

Suas condições clínicas pioraram nas últimas semanas, levando à instalação de um quadro de insuficiência renal grave. Ele estava inconsciente havia dois dias. Seu coração deixou de bater às 15h25 do domingo (29). Octavio Frias de Oliveira deixa a viúva, d. Dagmar Frias de Oliveira, e quatro filhos, Maria Helena, Otavio, Luís e Maria Cristina.

Leia a seguir a íntegra do texto da Associated Press, no original em inglês:




"Octavio Frias de Oliveira, who published Brazil's biggest newspaper and web site and helped modernize the country's media, has died of kidney failure, his company said Monday. He was 94.

Frias, who died Sunday afternoon, led an opening of the media during Brazil's military dictatorship, allowing critical opinions of the regime to appear in his flagship Folha de S. Paulo newspaper. He also was among the first to publish on the Web.

Frias' holdings included Folha de S. Paulo, the UOL Internet portal, Agora newspaper and the financial daily Valor Economico, which is run as a joint venture with Organizacoes Globo. His Folha Group also included the Datafolha polling organization.

President Luiz Inacio Lula da Silva on Monday was heading to Sao Paulo to attend Frias' funeral.

"I knew him in the difficult years when we fought to overcome authoritarianism and re-conquer democracy," Silva said in a statement. "I had a great respect and warmth for him."

Silva got his start as a union leader resisting Brazil's 1964-1985 military dictatorship. Meanwhile, Frias purchased the Folha de S. Paulo in 1962, after working as a civil servant and in real estate.

Frias bought the newspaper just two years before Brazil's military overthrew the democratically elected government. Despite the crackdown on civil rights and free speech, Frias maintained his independence giving voice to dictatorship critics and supporters alike.

In the 1960s, Frias was the first publisher in Brazil to institute an ombudsman to cast a critical eye on Folha's reporting. He also devoted page three of the newspaper to publishing opinions for and against the military regime.

After more than half a century of intervention in governance, the military regime peacefully yielded to civilian rulers in 1985.

Frias was involved in the daily operations of the Folha group until November, when he injured his head in a fall.

He is survived by wife Dagmar Frias de Oliveira and children Maria, Helna, Otavio, Luis and Maria Cristina. The burial was scheduled Monday at the Gethsemani cemetery."

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