Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/05/2007 - 20h22

Operação Sanguessuga completa 1 ano sem punir maioria dos envolvidos

Publicidade

ANDREZA MATAIS
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A operação da Polícia Federal que desvendou a máfia dos sanguessugas completa 1 ano nesta sexta-feira ainda sem ter conclusões sobre o envolvimento da maioria dos parlamentares acusados de participar do esquema. Dos 80 deputados e senadores investigados, a PF ainda não ouviu 55 deputados --dos quais nove têm mandato e outros 46 não conseguiram se reeleger.

Os 34 que foram ouvidos ao longo da investigação acabaram indiciados pela PF por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Nesse grupo, nenhum se reelegeu, entre eles o ex-senador e ex-líder do PMDB no Senado Ney Suassuna (PMDB-PB) e o ex-deputado Lino Rossi (PP-MT), campeão na denúncia de recebimento de propina --cerca de R$ 3 milhões --em troca de emendas ao Orçamento para a compra de ambulâncias.

Dos parlamentares investigados pela PF acusados de participar do esquema, nove têm mandato na Câmara e no Senado. Os deputados Ribamar Alves (PSB-MA), Eduardo Gomes (PSDB-TO), Nélio Dias (PP-RN) --atual presidente do PP-- Benedito de Lira (PP-AL), Wellington Roberto (PL-PB), Marcondes Gadelha (PSB-PB), João Magalhães (PMDB-MG) e Wellington Fagundes (PR-MT), além do senador Magno Malta (PR-ES).

O fato de serem investigados, no entanto, não significa que serão indiciados pela PF. O esquema consistia no aliciamento de parlamentares pela família Vedoin para que apresentassem emendas destinadas à compra superfaturada de ambulâncias.

No total, 140 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. A primeira denúncia foi feita em junho de 2006 contra 81 envolvidos. A segunda, contra 59, um mês depois.

Sanguessugas

A Operação Sanguessuga foi deflagrada pela PF em 4 de maio de 2006. Foram presas, na ocasião, 48 pessoas e cumpridos 53 mandados de busca e apreensão por 250 policiais. Todos foram soltos e respondem a processos em liberdade.

A lista incluía o ex-deputado Carlos Rodrigues (PR-RJ), além dos empresários Luiz Antonio Vedoin e Darci Vedoin, sócios da Planam. Apesar do esquema depender fundamentalmente da participação dos parlamentares, nenhum foi preso.

Desde que a operação foi deflagrada, a PF criou uma força tarefa formada por dez policiais para investigar apenas o envolvimento dos parlamentares na Operação Sanguessuga. A Folha Online apurou que as dificuldades em ouvir, em especial, os parlamentares com mandato é que eles têm a prerrogativa de escolher a hora, o local e a data em que querem ser ouvidos.

Congresso

No Congresso, uma CPI foi criada para investigar o esquema desvendado pela operação sanguessuga. As investigações resultaram na abertura de 67 processos para os deputados acusados de envolvimento no esquema no Conselho de Ética da Câmara, além de outros três processos no Senado.

Nenhum dos parlamentares foi punido pelo Congresso. A pena foi aplicada pelas urnas. Na Câmara, apenas cinco dos que responderam a processos no Conselho de Ética foram reeleitos. No Senado, o único a disputar as eleições foi Suassuna, que acabou derrotado nas urnas. Os senadores Magno Malta e Serys Slhessarenko (PT-MT) têm mais quatro anos no Senado, já que os senadores têm mandato de oito anos.

Leia mais
  • Procurador defende delação premiada para acusados de elo com máfia
  • Procurador diz que números de suspeitos de integrar máfia dos jogos vai subir
  • TRF revê decisões de juiz Carreira Alvim e fecha fábrica de cigarros no Rio
  • Justiça retoma hoje depoimentos de acusados de elo com a máfia das sentenças
  • Livro revela bastidores dos processos contra Lalau e Rocha Mattos

    Especial
  • Leia mais sobre venda de sentenças judiciais
  • Leia cobertura completa sobre a máfia das sentenças
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página