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07/05/2007
-
08h00
da Folha Online
O corpo do deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), 68, será velado nesta segunda-feira no Memorial do Carmo no cemitério do Caju, na zona norte do Rio, a partir das 9h.
O deputado morreu na tarde de domingo (6), no Rio, em decorrência de uma leucemia-- tipo de câncer que atinge o sangue e caracteriza-se pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos.
O corpo de Enéas deve ser cremado em uma cerimônia prevista para o final da tarde desta segunda-feira no próprio cemitério.
Enéas estava em casa havia uma semana por recomendações médicas, de acordo com deputado Luciano Castro (PR-RR), líder do partido na Câmara.
Segundo Castro, Enéas estava na casa de uma filha no Rio de Janeiro. Ele se elegeu deputado pelo Estado de São Paulo.
"A luta contra a leucemia era muito grande, mas a quimioterapia o deixava muito debilitado. Até ontem [sábado], ele estava lúcido, conversando. A perda é muito grande", afirmou Castro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decretou luto oficial por um dia pela morte do deputado federal.
Na abertura da sessão deliberativa de hoje, os deputados que desejarem poderão prestar uma homenagem a Enéas, na seqüência, a sessão será suspensa conforme prevê o regimento interno da Câmara.
Biografia
Deputado pelo PR (Partido da República), Enéas Ferreira Carneiro nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco (AC). Fundador do extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), em 2002 foi eleito Deputado Federal com o maior número de votos na história do país (1,74 milhão de votos). Em 2006, Enéas foi reeleito (desta vez com 387 mil votos) para o cargo em que permaneceria até 2010.
Formado em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Enéas gostava de repetir que foi o melhor aluno em todas as séries do primário ao ginásio ou que passou em primeiro na faculdade. Enéas seguiu seus estudos e fez mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em sua primeira tentativa de chegar à presidência (em 1989), ainda desconhecido, com 360 mil votos, tornou famoso o bordão "Meu nome é Enéas", que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral.
Na segunda (1994), deixou para trás pesos-pesados da política, como Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB), chegando em terceiro lugar. Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, obtendo apenas 3% dos votos válidos.
Um levantamento do Datafolha de 1998 revelou que Enéas era visto como alguém "inteligente e brilhante". "Não é um atributo pelo qual eu tenha mérito nenhum. Foi Deus quem me deu. É como beleza física. Ninguém tem mérito por ser bonito", afirmou ele, que tinha na leitura seu maior prazer.
Enéas contabilizava "milhares" de livros lidos e "dezenas de milhares" de trabalhos científicos publicados em áreas que vão de estruturalismo, geopolítica e macroeconomia à lógica, epistemologia e cibernética, passando por filosofia, paleantropologia e astrofísica --e medicina, claro.
Os eleitores o classificavam como um político folclórico e cômico. "Acho perfeitamente normal e compreensível", disse, afirmando que isso acontece toda vez que surge alguém contrário a um sistema estabelecido.
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Corpo de Enéas Carneiro é velado no cemitério do Caju no Rio
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O corpo do deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), 68, será velado nesta segunda-feira no Memorial do Carmo no cemitério do Caju, na zona norte do Rio, a partir das 9h.
O deputado morreu na tarde de domingo (6), no Rio, em decorrência de uma leucemia-- tipo de câncer que atinge o sangue e caracteriza-se pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos.
O corpo de Enéas deve ser cremado em uma cerimônia prevista para o final da tarde desta segunda-feira no próprio cemitério.
Enéas estava em casa havia uma semana por recomendações médicas, de acordo com deputado Luciano Castro (PR-RR), líder do partido na Câmara.
Lula Marques/Folha Imagem |
Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), que morreu aos 68 anos no Rio |
Segundo Castro, Enéas estava na casa de uma filha no Rio de Janeiro. Ele se elegeu deputado pelo Estado de São Paulo.
"A luta contra a leucemia era muito grande, mas a quimioterapia o deixava muito debilitado. Até ontem [sábado], ele estava lúcido, conversando. A perda é muito grande", afirmou Castro.
O presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia (PT-SP), decretou luto oficial por um dia pela morte do deputado federal.
Na abertura da sessão deliberativa de hoje, os deputados que desejarem poderão prestar uma homenagem a Enéas, na seqüência, a sessão será suspensa conforme prevê o regimento interno da Câmara.
Biografia
Deputado pelo PR (Partido da República), Enéas Ferreira Carneiro nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco (AC). Fundador do extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), em 2002 foi eleito Deputado Federal com o maior número de votos na história do país (1,74 milhão de votos). Em 2006, Enéas foi reeleito (desta vez com 387 mil votos) para o cargo em que permaneceria até 2010.
Formado em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Enéas gostava de repetir que foi o melhor aluno em todas as séries do primário ao ginásio ou que passou em primeiro na faculdade. Enéas seguiu seus estudos e fez mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Em sua primeira tentativa de chegar à presidência (em 1989), ainda desconhecido, com 360 mil votos, tornou famoso o bordão "Meu nome é Enéas", que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral.
Jorge Araújo/Folha Imagem |
Deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), que morreu aos 68 anos no Rio. |
Na segunda (1994), deixou para trás pesos-pesados da política, como Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB), chegando em terceiro lugar. Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, obtendo apenas 3% dos votos válidos.
Um levantamento do Datafolha de 1998 revelou que Enéas era visto como alguém "inteligente e brilhante". "Não é um atributo pelo qual eu tenha mérito nenhum. Foi Deus quem me deu. É como beleza física. Ninguém tem mérito por ser bonito", afirmou ele, que tinha na leitura seu maior prazer.
Enéas contabilizava "milhares" de livros lidos e "dezenas de milhares" de trabalhos científicos publicados em áreas que vão de estruturalismo, geopolítica e macroeconomia à lógica, epistemologia e cibernética, passando por filosofia, paleantropologia e astrofísica --e medicina, claro.
Os eleitores o classificavam como um político folclórico e cômico. "Acho perfeitamente normal e compreensível", disse, afirmando que isso acontece toda vez que surge alguém contrário a um sistema estabelecido.
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