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07/05/2007 - 13h56

Corpo do deputado Enéas Carneiro segue para cerimônia de cremação

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CLARICE SPITZ
da Folha Online, no Rio

O corpo do deputado federal Enéas Carneiro (Partido da República) seguiu para cremação numa cerimônia para amigos e parentes, nesta segunda-feira, no cemitério do Caju, na zona norte do Rio. O corpo foi velado no Memorial do Carmo, no mesmo cemitério.

Antes da cerimônia de cremação, Enéas recebeu elogios de integrantes de seu partido e de outras legendas também. O deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) elogiou o colega, que, segundo ele, não fazia oposição gratuita. "Suas posições correspondiam às suas convicções, às suas crenças e àquilo que ele achava que era o melhor para o Brasil, o que fazia dele um homem público de elevada confiabilidade."

Lula Marques/Folha Imagem
Deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), que morreu aos 68 anos no Rio.
Deputado federal Enéas Carneiro (PR, ex-Prona), que morreu aos 68 anos no Rio.
A ex-deputada estadual de São Paulo Havanir Nimitz (PSDB) disse que Enéas foi o "grande incentivador" de sua carreira na medicina e na política. "O doutor Enéas era, antes de tudo, o meu professor de Eletrocardiograma. Foi meu mestre, mentor político e devo tudo a ele. Seria um grande presidente", afirmou.

Enéas disputou a Presidência da República pela primeira vez em 1989, e ficou conhecido pela frase "meu nome é Enéas" que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral. Ao imitar o mestre, ela também repetia o bordão: "meu nome é Havanir".

O presidente nacional do PR, Sérgio Tamer, disse que a dedicação de Enéas ao nacionalismo, ao progresso e ao desenvolvimento vão permanecer no partido. "Além dos ideais republicanos que representava, era homem íntegro."

Já o líder do partido na Câmara, Luciano Castro (RR), lamentou o fato de Enéas não ter vivenciado muito a nova legenda --resultado da fusão do Prona com o PL. "Era um quadro importantíssimo para o partido, com sua vivência, experiência. Um nacionalista convicto."

O parlamentar morreu ontem à tarde vítima de leucemia --tipo de câncer que atinge o sangue e caracteriza-se pela proliferação descontrolada dos glóbulos brancos.

Ele estava há uma semana em casa. Adriana Lorandi, ex-mulher do deputado, disse que o parlamentar preferiu morrer em casa. A decisão foi tomada após o agravamento da doença. Enéas tinha leucemia e morreu ontem à tarde, em casa.

Deputado pelo PR, Enéas Ferreira Carneiro nasceu em novembro de 1938, em Rio Branco (AC). Fundador do extinto Partido de Reedificação da Ordem Nacional (Prona), em 2002 foi eleito Deputado Federal com o maior número de votos na história do país. Em 2006, Enéas foi reeleito (desta vez com 387 mil votos) para o cargo em que permaneceria até 2010.

Formado em medicina em 1965 pela Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, Enéas gostava de repetir que foi o melhor aluno em todas as séries do primário ao ginásio ou que passou em primeiro na faculdade. Enéas seguiu seus estudos e fez mestrado em cardiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Em sua primeira tentativa de chegar à presidência (em 1989), ainda desconhecido, com 360 mil votos, tornou famoso o bordão 'Meu nome é Enéas', que encerrava seus 15 segundos no programa eleitoral.

Na segunda (1994), deixou para trás pesos-pesados da política, como Leonel Brizola (PDT) e Orestes Quércia (PMDB), chegando em terceiro lugar. Em 2000, Enéas concorreu à Prefeitura de São Paulo, obtendo apenas 3% dos votos válidos.

Um levantamento do Datafolha de 1998 revelou que Enéas era visto como alguém "inteligente e brilhante". "Não é um atributo pelo qual eu tenha mérito nenhum. Foi Deus quem me deu. É como beleza física. Ninguém tem mérito por ser bonito", afirmou ele, que tinha na leitura seu maior prazer.

Enéas contabilizava "milhares" de livros lidos e "dezenas de milhares" de trabalhos científicos publicados em áreas que vão de estruturalismo, geopolítica e macroeconomia à lógica, epistemologia e cibernética, passando por filosofia, paleantropologia e astrofísica --e medicina, claro. Os eleitores o classificavam como um político folclórico e cômico.

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