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15/05/2007
-
10h54
GABRIELA GUERREIRO
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que não há a menor possibilidade de disputar um terceiro mandato para permanecer à frente da Presidência da República. "Eu não brinco com democracia. Fui obrigado a ser candidato à reeleição. Sou contra e não serei candidato em 2010. Não é por nada não, é porque a Constituição não permite."
Ele afirmou que seria imprudente alterar a Constituição para criar o mecanismo do terceiro mandato; "Acho imprudente alguém tentar apresentar qualquer mudança permitindo um terceiro mandato. Se estivesse dentro dos partidos políticos, a melhor reforma era acabar com a reeleição, manter mandato de cinco anos. Por não brincar com a democracia, não serei nem pensarei, nem cogitarei qualquer hipótese de terceiro mandato. Eu já era contra o segundo. Acho imprudência. A minha orientação para a base é para que ninguém apresente qualquer projeto porque acho imprudência para a democracia brasileira."
Lula concede hoje a segunda entrevista coletiva desde que assumiu a Presidência, em 2003. A primeira ocorreu em abril de 2005.
Sobre o aborto, ele disse que pessoalmente é contra. Mas que como chefe de Estado não pode se omitir sobre o assunto. "Eu tenho comportamento como cidadão, sou contra o aborto. E não acredito que tenha uma mulher nesse país favorável ao aborto, como se fosse coisa que as pessoas querem fazer. Mas como chefe de Estado, sou a favor de o aborto ser tratado como saúde pública, dar atenção a pessoas que tiveram gravidez indesejada", afirmou.
Segundo o presidente, o debate sobre o aborto será bem-vindo pelo governo --mas deve ser realizado pelo Congresso Nacional. O presidente também defendeu que as televisões brasileiras e a futura TV pública, a ser criada pelo governo, discutam de forma aberta o tema.
"O papa defendeu visão da igreja brasileira e internacional, como outras pessoas defendem. Eu tenha minha visão e ela continua inalterada. Sou favorável ao debate e acho que o Estado tem que tratar como saúde pública. Qual o problema das pessoas debaterem?", questionou.
Lula disse que, muitas vezes, não há diálogos entre pais e filhos --o que leva meninas a praticarem o aborto. Por isso, na sua opinião, o Estado deve dar apoio de saúde às mulheres que optarem pela prática. "Eu acho que essa legislação não trata da veracidade dos acontecimentos desse país. Todo cidadão, católico ou não, cristão ou não, sabe que existe no Brasil quantidade exagerada de jovens que praticaram aborto porque tiveram gravidez indesejada. Quando essas pessoas se encontram nessa situação, o poder público abandona? Deixa fazer experiências com seu pouco conhecimento, ou o Estado intervém."
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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que não há a menor possibilidade de disputar um terceiro mandato para permanecer à frente da Presidência da República. "Eu não brinco com democracia. Fui obrigado a ser candidato à reeleição. Sou contra e não serei candidato em 2010. Não é por nada não, é porque a Constituição não permite."
Ele afirmou que seria imprudente alterar a Constituição para criar o mecanismo do terceiro mandato; "Acho imprudente alguém tentar apresentar qualquer mudança permitindo um terceiro mandato. Se estivesse dentro dos partidos políticos, a melhor reforma era acabar com a reeleição, manter mandato de cinco anos. Por não brincar com a democracia, não serei nem pensarei, nem cogitarei qualquer hipótese de terceiro mandato. Eu já era contra o segundo. Acho imprudência. A minha orientação para a base é para que ninguém apresente qualquer projeto porque acho imprudência para a democracia brasileira."
Lula concede hoje a segunda entrevista coletiva desde que assumiu a Presidência, em 2003. A primeira ocorreu em abril de 2005.
Sobre o aborto, ele disse que pessoalmente é contra. Mas que como chefe de Estado não pode se omitir sobre o assunto. "Eu tenho comportamento como cidadão, sou contra o aborto. E não acredito que tenha uma mulher nesse país favorável ao aborto, como se fosse coisa que as pessoas querem fazer. Mas como chefe de Estado, sou a favor de o aborto ser tratado como saúde pública, dar atenção a pessoas que tiveram gravidez indesejada", afirmou.
Segundo o presidente, o debate sobre o aborto será bem-vindo pelo governo --mas deve ser realizado pelo Congresso Nacional. O presidente também defendeu que as televisões brasileiras e a futura TV pública, a ser criada pelo governo, discutam de forma aberta o tema.
"O papa defendeu visão da igreja brasileira e internacional, como outras pessoas defendem. Eu tenha minha visão e ela continua inalterada. Sou favorável ao debate e acho que o Estado tem que tratar como saúde pública. Qual o problema das pessoas debaterem?", questionou.
Lula disse que, muitas vezes, não há diálogos entre pais e filhos --o que leva meninas a praticarem o aborto. Por isso, na sua opinião, o Estado deve dar apoio de saúde às mulheres que optarem pela prática. "Eu acho que essa legislação não trata da veracidade dos acontecimentos desse país. Todo cidadão, católico ou não, cristão ou não, sabe que existe no Brasil quantidade exagerada de jovens que praticaram aborto porque tiveram gravidez indesejada. Quando essas pessoas se encontram nessa situação, o poder público abandona? Deixa fazer experiências com seu pouco conhecimento, ou o Estado intervém."
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