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16/05/2007
-
09h45
FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em Aparecida
A imprensa nacional faz uma campanha maciça pela descriminalização do aborto no Brasil. A afirmação é da mestre em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo) e especialista em teologia e ecumenismo pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma (Itália), Sandra Ferreira Ribeiro, um dos quatro observadores indicados por bispos brasileiros, e aprovados pelo papa, para participar da 5ª Conferência Geral do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), que acontece em Aparecida.
"Eu acredito que por trás [da propaganda a favor] do aborto tenha interesses de grandes multinacionais que usam os fetos para cremes. Não sei se é só isso", disse Ribeiro, durante entrevista na basílica de Nossa Senhora Aparecida (167 km de São Paulo).
"Tenho experiência junto às camadas mais pobres da população e vejo que, ali, o instinto de vida das mulheres fala mais alto. Então, [descriminar o aborto] não é questão de um pensamento popular. É uma questão ideológica de certos grupos, com certos interesses, que querem passar essas falsas verdades e esses falsos valores para a população."
Ribeiro disse que o apoio de parte dos brasileiros à proposta de legalizar o aborto se deve "às várias décadas de ausência de formação ao pensar e ao refletir".
"Uma vez que a gente consegue refletir sobre o bem integral do humano em si, não precisa ser religioso ou católico para ver a falsidade dos argumentos apresentados pela mídia de um modo maciço", disse ela.
A socióloga também afirmou que as críticas do papa Bento 16 às leis que permitem a interrupção da gravidez, ao uso da camisinha e ao sexo antes do casamento não são apenas "uma verdade de fé", mas também "uma verdade humana".
Por isso, segundo Ribeiro, os católicos não devem temer a defesa dessas posições sob o argumento de que elas "esvaziam as igrejas". "A igreja não vive de ibope. O importante é que os cristãos sejam convictos daquilo que professam, daquilo que crêem."
Para ela, a legalização do aborto evidencia uma sociedade "fracassada". "A lei [que permita o aborto] não deve existir, independente se ela vai favorecer uma maioria, uma minoria ou não vai ser usada. O importante é não deixar acontecer."
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Imprensa nacional faz campanha maciça a favor do aborto, diz socióloga
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da Agência Folha, em Aparecida
A imprensa nacional faz uma campanha maciça pela descriminalização do aborto no Brasil. A afirmação é da mestre em sociologia pela USP (Universidade de São Paulo) e especialista em teologia e ecumenismo pela Pontifícia Universidade Lateranense de Roma (Itália), Sandra Ferreira Ribeiro, um dos quatro observadores indicados por bispos brasileiros, e aprovados pelo papa, para participar da 5ª Conferência Geral do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), que acontece em Aparecida.
"Eu acredito que por trás [da propaganda a favor] do aborto tenha interesses de grandes multinacionais que usam os fetos para cremes. Não sei se é só isso", disse Ribeiro, durante entrevista na basílica de Nossa Senhora Aparecida (167 km de São Paulo).
"Tenho experiência junto às camadas mais pobres da população e vejo que, ali, o instinto de vida das mulheres fala mais alto. Então, [descriminar o aborto] não é questão de um pensamento popular. É uma questão ideológica de certos grupos, com certos interesses, que querem passar essas falsas verdades e esses falsos valores para a população."
Ribeiro disse que o apoio de parte dos brasileiros à proposta de legalizar o aborto se deve "às várias décadas de ausência de formação ao pensar e ao refletir".
"Uma vez que a gente consegue refletir sobre o bem integral do humano em si, não precisa ser religioso ou católico para ver a falsidade dos argumentos apresentados pela mídia de um modo maciço", disse ela.
A socióloga também afirmou que as críticas do papa Bento 16 às leis que permitem a interrupção da gravidez, ao uso da camisinha e ao sexo antes do casamento não são apenas "uma verdade de fé", mas também "uma verdade humana".
Por isso, segundo Ribeiro, os católicos não devem temer a defesa dessas posições sob o argumento de que elas "esvaziam as igrejas". "A igreja não vive de ibope. O importante é que os cristãos sejam convictos daquilo que professam, daquilo que crêem."
Para ela, a legalização do aborto evidencia uma sociedade "fracassada". "A lei [que permita o aborto] não deve existir, independente se ela vai favorecer uma maioria, uma minoria ou não vai ser usada. O importante é não deixar acontecer."
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