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23/05/2007
-
19h28
GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se comprometeu hoje a instalar CPI Mista (Câmara e Senado) para apurar as fraudes descobertas na Operação Navalha, da Polícia Federal, se forem reunidas as assinaturas necessárias para a sua criação. Renan foi questionado no plenário do Senado pelo líder do DEM na Casa, José Agripino Maia (RN), sobre a sua disposição em instalar a comissão.
"Do alto da responsabilidade de presidente do Senado farei o que a Casa entender que precisa ser feito. Se for necessário constituir uma comissão parlamentar de inquérito para que tudo fique absolutamente esclarecido, descerei da isenção que devo ter para assinar, em primeiro lugar, esta comissão", disse Renan.
Em conversas telefônicas gravadas pela PF na Operação Navalha, o nome do irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), é mencionado por supostamente ter facilitado a liberação de emendas parlamentares para a empresa Gautama. Renan já afirmou que conhece o dono da empreiteira, Zuleido Veras, mas enfatizou não ter conhecimento das supostas irregularidades cometidas pela empresa.
Inicialmente contrário à instalação da CPI, Agripino hoje mudou de posição. No plenário do Senado, disse que não vai arcar com o "ônus" de ser o responsável pela não instalação da CPI. "A minha assinatura está garantidíssima. A crise está agora colocada em circuito do governo e da Câmara. Vamos abri-la", afirmou.
Assinaturas
Deputados do PPS e PSB já reuniram 130 das 171 assinaturas de deputados necessárias para a abertura de CPI. No Senado, os partidos já conseguiram a adesão de 22 de senadores --enquanto são necessárias 27 assinaturas.
O deputado Julio Delgado (PSB-MG), que colhe assinaturas para o requerimento de abertura da CPI, reconheceu que muitos partidos evitam apoiar a comissão com medo das conseqüências as investigações. "Todo mundo tem medo de trazer a crise para o parlamento. A pressão do governo é muito grande, mas não vai ser suficiente", afirmou.
A Folha Online apurou que os partidos da base aliada orientaram suas bancadas a não assinarem o requerimento de criação da CPI --uma vez que as irregularidades atingem diretamente contratos firmados pelo Executivo.
Oficialmente, os partidos da base negam qualquer articulação contrária à CPI. "Para o governo, não há problema nenhum [na CPI]. Mas ela tem o inconveniente de acirrar a disputa entre governo e oposição", disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Segundo Delgado, três deputados e seis senadores do PMDB assinaram o requerimento de instalação da CPI. No PT, apenas um deputado apóia a comissão. No PR, nenhum deputado assinou o requerimento.
Delgado espera que, até o final da semana, terá assinaturas suficientes para instalar a CPI. Mas disse que "não tem pressa" para tirar a comissão do papel. "Trabalho com o pé no chão", afirmou.
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Renan se compromete a instalar CPI da Navalha após pressão da oposição
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), se comprometeu hoje a instalar CPI Mista (Câmara e Senado) para apurar as fraudes descobertas na Operação Navalha, da Polícia Federal, se forem reunidas as assinaturas necessárias para a sua criação. Renan foi questionado no plenário do Senado pelo líder do DEM na Casa, José Agripino Maia (RN), sobre a sua disposição em instalar a comissão.
"Do alto da responsabilidade de presidente do Senado farei o que a Casa entender que precisa ser feito. Se for necessário constituir uma comissão parlamentar de inquérito para que tudo fique absolutamente esclarecido, descerei da isenção que devo ter para assinar, em primeiro lugar, esta comissão", disse Renan.
Em conversas telefônicas gravadas pela PF na Operação Navalha, o nome do irmão de Renan, deputado Olavo Calheiros (PMDB-AL), é mencionado por supostamente ter facilitado a liberação de emendas parlamentares para a empresa Gautama. Renan já afirmou que conhece o dono da empreiteira, Zuleido Veras, mas enfatizou não ter conhecimento das supostas irregularidades cometidas pela empresa.
Inicialmente contrário à instalação da CPI, Agripino hoje mudou de posição. No plenário do Senado, disse que não vai arcar com o "ônus" de ser o responsável pela não instalação da CPI. "A minha assinatura está garantidíssima. A crise está agora colocada em circuito do governo e da Câmara. Vamos abri-la", afirmou.
Assinaturas
Deputados do PPS e PSB já reuniram 130 das 171 assinaturas de deputados necessárias para a abertura de CPI. No Senado, os partidos já conseguiram a adesão de 22 de senadores --enquanto são necessárias 27 assinaturas.
O deputado Julio Delgado (PSB-MG), que colhe assinaturas para o requerimento de abertura da CPI, reconheceu que muitos partidos evitam apoiar a comissão com medo das conseqüências as investigações. "Todo mundo tem medo de trazer a crise para o parlamento. A pressão do governo é muito grande, mas não vai ser suficiente", afirmou.
A Folha Online apurou que os partidos da base aliada orientaram suas bancadas a não assinarem o requerimento de criação da CPI --uma vez que as irregularidades atingem diretamente contratos firmados pelo Executivo.
Oficialmente, os partidos da base negam qualquer articulação contrária à CPI. "Para o governo, não há problema nenhum [na CPI]. Mas ela tem o inconveniente de acirrar a disputa entre governo e oposição", disse o vice-líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Segundo Delgado, três deputados e seis senadores do PMDB assinaram o requerimento de instalação da CPI. No PT, apenas um deputado apóia a comissão. No PR, nenhum deputado assinou o requerimento.
Delgado espera que, até o final da semana, terá assinaturas suficientes para instalar a CPI. Mas disse que "não tem pressa" para tirar a comissão do papel. "Trabalho com o pé no chão", afirmou.
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