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24/05/2007 - 13h25

Controlador defende desmilitarização e diz que categoria virou "bin Laden"

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente da Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo, Wellington Rodrigues, defendeu hoje durante depoimento à CPI do Apagão Aéreo no Senado a desmilitarização da atividade. Ele afirmou ainda que a categoria não deve ser punida pela crise aérea que atingiu o país.

"Atribui-se a culpa aos controladores sem termos a culpa. Ficamos como sabotadores e bin Ladens. O controlador sempre foi chamado de anjo da guarda e agora virou vilão", disse.

A CPI do Apagão Aéreo do Senado ainda ouve nesta quinta-feira três controladores de vôo que trabalhavam no dia do acidente entre o Boeing da Gol e o jato Legacy, no ano passado, que resultou na morte de 154 pessoas. Os controladores acataram a convocação da CPI, mas poderão ficar em silêncio ou recusarem-se a responder perguntas porque estão sob investigação judicial.

Ele afirmou ainda que as obras na pista do aeroporto de Congonhas (SP) colocam em risco a segurança dos vôos que pousam no local.

Segundo Rodrigues, os controladores de vôo têm que separar os vôos no que ele chamou de "prateleiras" --voando em níveis diferentes na mesma área do espaço aéreo-- já que o aeroporto está com apenas uma pista em funcionamento.

"Os aviões ficam esperando. Isso diminui a segurança, é muito perigoso", afirmou. A reforma na pista principal de Congonhas teve início há duas semanas, depois que a pista auxiliar do aeroporto também passou por reformas.

Além das críticas às obras em Congonhas, o controlador disse à CPI que a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) autoriza decolagens simultâneas de aeronaves --o que prejudica o trabalho dos controladores de vôo.

"Às vezes, temos oito aeronaves decolando no mesmo horário. Alguém não vai decolar. Isso tem que ser revisto", defendeu.

Rodrigues, que na última terça-feira prestou depoimento à CPI do Apagão na Câmara, reiterou as críticas ao sistema de radares da Aeronáutica --com a duplicação de pistas e problemas na frequência das aeronaves.

Segundo ele, falhas nos radares dos controladores na Serra do Cachimbo, onde caiu no ano passado o Boeing da Gol após o choque com o jato Legacy, podem ter contribuído para o acidente.

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