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24/05/2007 - 14h04

Chinaglia critica vazamento de informações da Operação Navalha

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GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), criticou hoje o vazamento de informações do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Navalha, que corre em segredo de Justiça. Chinaglia saiu em defesa do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que ontem à noite chamou de "canalhice" e "fascismo" o vazamento de informações "a conta-gotas" pela PF sobre supostos envolvidos nas fraudes descobertas pela Operação Navalha.

"A Câmara não está constrangida nem acuada. Estamos indignados quando as coisas são ditas pela metade com insinuações e não se apresenta nenhuma prova. Se tiver deputado culpado, será punido", afirmou.

O deputado disse ser "irrecuperável" resgatar a imagem de um homem público depois que seu nome é envolvido em supostas irregularidades --numa referência direta ao ministro do STF. Entre as gravações que foram vazadas havia uma que envolvia um homônimo de Mendes.

"Eu acho que constrange quem tem que zelar pelo sigilo e não zela. Veja o caso de um ministro do STF. Durante dois ou mais dias, fica o nome do ministro circulando. Depois surge um homônimo. Isso é irrecuperável. Portanto, quando o ministro Gilmar Mendes reage, ele o faz bem."

Chinaglia disse que já encaminhou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) pedido para que a Câmara tenha acesso ao inquérito da PF sobre a Operação Navalha. O deputado disse que vai apurar a suposta lista de 40 parlamentares que teriam facilitado a liberação de emendas parlamentares para a Gautama --empresa coordenadora das fraudes em licitações públicas.

"Quando pedimos o material, é exatamente porque começou a boataria de que havia listas, de que havia deputados envolvidos. Se tem, vamos tomar providências. Temos que aguardar para ver se vem e o que teria dentro dessas informações", afirmou.

Mimos

Apesar de estar disposto a investigar, Chinaglia disse que agirá com cautela em relação ao suposto envolvimento de deputados com as fraudes. O presidente da Câmara afirmou que terá atenção especial com as denúncias de que alguns parlamentares receberam "mimos e presentes" da Gautama.

"Eu não posso, com a simples notícia de que alguém recebeu presente, traduzir isso em mimo e o mimo insinuar que aquilo é um agrado, e esse agrado resulta em um comprometimento. Prefiro trabalhar com os fatos e com provas. Eu não faço espiritismo", enfatizou.

O presidente da Câmara disse que "faz parte da cultura latina" no Brasil a troca de presentes no final do ano --o que inclui o envio de presentes e cartões de Natal aos parlamentares.

"Isso isoladamente não dá desculpa para ninguém [fazer acusações]. Não teríamos a menor convivência em sociedade onde, seja por amizade ou gesto de cortesia, você troca presente", disse.

Emendas

Chinaglia defendeu que a Câmara modifique as regras de liberação de recursos por meio de emendas parlamentares. O deputado é favorável ao fim das emendas coletivas apresentadas pelas bancadas partidárias para os Estados.

"Quando há emenda de bancada, os valores são infinitamente maiores. Vamos trabalhar no sentido de se evitar uma proposta radical, que encontra apoio inclusive em mim. Se acabarmos com emenda de bancada, os interessados vão brigar com o Poder Executivo. E os Executivos que repartam os recursos que são públicos."

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