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23/10/2000
-
09h06
SERGIO TORRES
da Folha de S.Paulo
Indignados com a prevalência do que consideram a versão do terrorismo para a "guerra suja" do regime militar (1964-1985), militares reformados do Exército, Marinha e Aeronáutica, aliados a civis, criaram uma organização nos moldes do Grupo Tortura Nunca Mais.
A entidade, registrada em cartório como pessoa jurídica e dona de estatuto próprio, foi batizada de Grupo Terrorismo Nunca Mais. O nome é uma referência ao Tortura Nunca Mais, criado por parentes de militantes de esquerda mortos e desaparecidos durante os governos militares.
Enquanto o Tortura Nunca Mais defende a elucidação de atos que vitimaram os esquerdistas, o Terrorismo Nunca Mais trabalha pelo esclarecimento de ações criminosas praticadas pelas organizações clandestinas.
Para divulgar seus objetivos, o Ternuma (sigla adotada pelo grupo) tem até página na Internet (www.ternuma.com.br).
O grupo foi fundado em 25 de julho de 1998, passados exatos 32 anos do atentado no aeroporto de Guararapes (Recife), considerado pelos militares o marco inicial do terrorismo de esquerda no Brasil.
Apesar de fundado há dois anos, só com a criação do site, o Ternuma começa ser conhecido.
O alvo do Ternuma é a sociedade civil. O grupo quer ser conhecido fora das instituições militares. Os dirigentes da entidade pregam o apartidarismo, descartando o engajamento em ações políticas.
"Nosso grupo não é político. É ideológico", afirmou o coronel reformado Juarez de Deus Gomes da Silva, presidente do Ternuma.
O Terrorismo Nunca Mais tem como vice-presidente o civil Marcos Coimbra, candidato do Prona na disputa pela Prefeitura do Rio.
Para firmar a idéia de que não há participação política, os colegas dizem que não votaram nele. "Eu votei no Cesar Maia", disse o coronel reformado do Exército Odin de Albuquerque Lima.
Gomes da Silva, Lima e Coimbra integram a lista dos oito fundadores da entidade. Hoje, o Ternuma tem cerca de 40 sócios, que pagam R$ 30 de mensalidade.
Por mês, o Ternuma distribui cerca de 3.000 correspondências para militares e civis no Brasil inteiro. Na Internet, o site é atualizado quinzenalmente.
A apresentação do site afirma que, hoje, "os escalões da República e dos Estados" são ocupados por ex-terroristas que foram transformados em "heróis" e em "idealistas políticos".
Um dos capítulos do site chama-se "Recordando a História" e traz relatos sobre episódios e personagens do regime militar, como os sequestros de embaixadores estrangeiros e a deserção do capitão Carlos Lamarca, por exemplo.
No capítulo "Você Sabia...", o Ternuma relaciona ex-militantes de esquerda que estão ocupando cargos importantes no governo federal.
São citados, entre outros, o secretário-geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira, que militou na ALN (Aliança Libertadora Nacional), e o presidente da Petrobras, Phillipe Reichstul, que integrava a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).
Clique aqui para ler mais sobre política na Folha Online.
Grupo quer 'elucidar' atos da esquerda contra militares
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da Folha de S.Paulo
Indignados com a prevalência do que consideram a versão do terrorismo para a "guerra suja" do regime militar (1964-1985), militares reformados do Exército, Marinha e Aeronáutica, aliados a civis, criaram uma organização nos moldes do Grupo Tortura Nunca Mais.
A entidade, registrada em cartório como pessoa jurídica e dona de estatuto próprio, foi batizada de Grupo Terrorismo Nunca Mais. O nome é uma referência ao Tortura Nunca Mais, criado por parentes de militantes de esquerda mortos e desaparecidos durante os governos militares.
Enquanto o Tortura Nunca Mais defende a elucidação de atos que vitimaram os esquerdistas, o Terrorismo Nunca Mais trabalha pelo esclarecimento de ações criminosas praticadas pelas organizações clandestinas.
Para divulgar seus objetivos, o Ternuma (sigla adotada pelo grupo) tem até página na Internet (www.ternuma.com.br).
O grupo foi fundado em 25 de julho de 1998, passados exatos 32 anos do atentado no aeroporto de Guararapes (Recife), considerado pelos militares o marco inicial do terrorismo de esquerda no Brasil.
Apesar de fundado há dois anos, só com a criação do site, o Ternuma começa ser conhecido.
O alvo do Ternuma é a sociedade civil. O grupo quer ser conhecido fora das instituições militares. Os dirigentes da entidade pregam o apartidarismo, descartando o engajamento em ações políticas.
"Nosso grupo não é político. É ideológico", afirmou o coronel reformado Juarez de Deus Gomes da Silva, presidente do Ternuma.
O Terrorismo Nunca Mais tem como vice-presidente o civil Marcos Coimbra, candidato do Prona na disputa pela Prefeitura do Rio.
Para firmar a idéia de que não há participação política, os colegas dizem que não votaram nele. "Eu votei no Cesar Maia", disse o coronel reformado do Exército Odin de Albuquerque Lima.
Gomes da Silva, Lima e Coimbra integram a lista dos oito fundadores da entidade. Hoje, o Ternuma tem cerca de 40 sócios, que pagam R$ 30 de mensalidade.
Por mês, o Ternuma distribui cerca de 3.000 correspondências para militares e civis no Brasil inteiro. Na Internet, o site é atualizado quinzenalmente.
A apresentação do site afirma que, hoje, "os escalões da República e dos Estados" são ocupados por ex-terroristas que foram transformados em "heróis" e em "idealistas políticos".
Um dos capítulos do site chama-se "Recordando a História" e traz relatos sobre episódios e personagens do regime militar, como os sequestros de embaixadores estrangeiros e a deserção do capitão Carlos Lamarca, por exemplo.
No capítulo "Você Sabia...", o Ternuma relaciona ex-militantes de esquerda que estão ocupando cargos importantes no governo federal.
São citados, entre outros, o secretário-geral da Presidência da República, Aloysio Nunes Ferreira, que militou na ALN (Aliança Libertadora Nacional), e o presidente da Petrobras, Phillipe Reichstul, que integrava a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).
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