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18/10/2003
-
10h18
da France Presse, em Paris (França)
A comunicação entre os neurônios, observada em vídeo graças à nanotecnologia, revela uma agitação das moléculas desconhecida até hoje, segundo cientistas franceses cujos trabalhos foram publicados na edição desta sexta-feira da revista científica norte-americana "Science".
A nanotecnologia permite trabalhar com objetos na escala do nanômetro, a bilionésima parte do metro.
Esta "conversa" entre neurônios, que se manifesta através de uma verdadeira agitação molecular, pôde ser filmada em velocidade real graças a um videomicroscópio (20 imagens por segundo) e, em uma duração sem precedentes, graças a uma nova ferramenta nanotecnológica concebida especialmente para registrar imagens celulares.
Os cientistas trabalharam com culturas de neurônios da medula espinhal de ratos e observaram as sinapses.
"A sinapse é o lugar de comunicação entre duas células nervosas, através da qual transitam mensagens elétricas transformadas em mensagens químicas [neurotransmissores]", explicou o biólogo francês Antoine Triller, que realizou a pesquisa junto com uma equipe de físicos do também francês Maxime Dahan.
Estas moléculas químicas se transformam novamente em sinais elétricos quando chegam à membrana da célula receptora da mensagem. Os sinais, selecionados e integrados à medida em que são recebidos, contribuem para a transmissão nervosa que se realiza permanentemente em nosso organismo.
As mensagens químicas são reconhecidas por "receptores", moléculas presentes na membrana dos neurônios aos quais está destinada a informação. Até agora, acreditava-se que a sinapse era estável, ou seja, que tinha receptores cujo número e prioridades não variavam exceto em determinadas situações, como a aprendizagem.
Mas os cientistas comprovaram agora que !os receptores também se movem, o que é totalmente novo". O fenômeno era "suposto, mas nunca havia sido observado antes", disse Triller. "Quando um receptor se move, seu entorno muda, suas propriedades também, o que pode ter conseqüências farmacológicas importantes", explicou o cientista.
De fato, algumas doenças degenerativas e psiquiátricas, bem como a epilepsia, apresentam defeitos na conexão entre os neurônios e muitos medicamentos atuam nesta área, como antidepressivos, antiepilépticos e anestésicos.
A pesquisa é uma das primeiras utilizações na biologia de nanocristais semicondutores, partículas cujo tamanho é de 5 nanômetros (5 bilionésimos de metro). O uso da nanotecnologia não está limitado aos neurônios e pode servir para obter informações moleculares e celulares precisas no campo da exploração funcional dos órgãos.
Nanotecnologia revela detalhes da "conversa" entre neurônios
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A comunicação entre os neurônios, observada em vídeo graças à nanotecnologia, revela uma agitação das moléculas desconhecida até hoje, segundo cientistas franceses cujos trabalhos foram publicados na edição desta sexta-feira da revista científica norte-americana "Science".
A nanotecnologia permite trabalhar com objetos na escala do nanômetro, a bilionésima parte do metro.
Esta "conversa" entre neurônios, que se manifesta através de uma verdadeira agitação molecular, pôde ser filmada em velocidade real graças a um videomicroscópio (20 imagens por segundo) e, em uma duração sem precedentes, graças a uma nova ferramenta nanotecnológica concebida especialmente para registrar imagens celulares.
Os cientistas trabalharam com culturas de neurônios da medula espinhal de ratos e observaram as sinapses.
"A sinapse é o lugar de comunicação entre duas células nervosas, através da qual transitam mensagens elétricas transformadas em mensagens químicas [neurotransmissores]", explicou o biólogo francês Antoine Triller, que realizou a pesquisa junto com uma equipe de físicos do também francês Maxime Dahan.
Estas moléculas químicas se transformam novamente em sinais elétricos quando chegam à membrana da célula receptora da mensagem. Os sinais, selecionados e integrados à medida em que são recebidos, contribuem para a transmissão nervosa que se realiza permanentemente em nosso organismo.
As mensagens químicas são reconhecidas por "receptores", moléculas presentes na membrana dos neurônios aos quais está destinada a informação. Até agora, acreditava-se que a sinapse era estável, ou seja, que tinha receptores cujo número e prioridades não variavam exceto em determinadas situações, como a aprendizagem.
Mas os cientistas comprovaram agora que !os receptores também se movem, o que é totalmente novo". O fenômeno era "suposto, mas nunca havia sido observado antes", disse Triller. "Quando um receptor se move, seu entorno muda, suas propriedades também, o que pode ter conseqüências farmacológicas importantes", explicou o cientista.
De fato, algumas doenças degenerativas e psiquiátricas, bem como a epilepsia, apresentam defeitos na conexão entre os neurônios e muitos medicamentos atuam nesta área, como antidepressivos, antiepilépticos e anestésicos.
A pesquisa é uma das primeiras utilizações na biologia de nanocristais semicondutores, partículas cujo tamanho é de 5 nanômetros (5 bilionésimos de metro). O uso da nanotecnologia não está limitado aos neurônios e pode servir para obter informações moleculares e celulares precisas no campo da exploração funcional dos órgãos.
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