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20/02/2004
-
07h56
MARCELO LEITE
da Folha de S.Paulo
Um artigo quase impenetrável que sai hoje na revista norte-americana "Science" (www.sciencemag.org) acrescenta a peça que faltava no quebra-cabeças do clima da Amazônia. A descoberta de um composto inédito revela o elo fundamental na interação entre a floresta e a atmosfera da região e, ao mesmo tempo, ajuda a entender por que chove tanto por lá.
A coleta de dados para a pesquisa foi realizada na região da hidrelétrica de Balbina, Amazonas. O estudo faz parte de um dos maiores projetos científicos em curso no Brasil, o LBA (abreviação em inglês de Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), que reúne pesquisadores do Brasil, dos EUA e da Europa.
Um dos cientistas que assinam o artigo é o físico brasileiro Paulo Artaxo, 50, do Instituto de Física da USP e coordenador do Instituto do Milênio do LBA. Ele explica que foi medida pela primeira vez a presença de uma mistura de duas variantes da substância 2-metil-tetrol (C5H7O4) na atmosfera amazônica e que ela é capaz de originar as partículas necessárias (aerossóis) para que as nuvens se formem e a chuva despenque, chamadas núcleos de condensação.
Esses núcleos eram até agora o centro de um dos maiores mistérios amazônicos. Os estudiosos do clima regional reviraram anos a fio a atmosfera em busca de aerossóis em quantidade que explicasse as enormes taxas de pluviosidade, mas a conta não fechava. Eles só conseguiam explicar 10% das chuvas amazônicas.
Outro aspecto importante da descoberta é que esse composto emana da vegetação tropical, quer dizer, da própria floresta. Se ela for derrubada em áreas significativas, diminuirá a emissão dos aerossóis e também, pelo menos em princípio, a precipitação.
Artaxo diz que o próximo passo do estudo será verificar a presença do composto em outras áreas da Amazônia, começando por São Gabriel da Cachoeira (AM).
Floresta está na origem das chuvas
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da Folha de S.Paulo
Um artigo quase impenetrável que sai hoje na revista norte-americana "Science" (www.sciencemag.org) acrescenta a peça que faltava no quebra-cabeças do clima da Amazônia. A descoberta de um composto inédito revela o elo fundamental na interação entre a floresta e a atmosfera da região e, ao mesmo tempo, ajuda a entender por que chove tanto por lá.
A coleta de dados para a pesquisa foi realizada na região da hidrelétrica de Balbina, Amazonas. O estudo faz parte de um dos maiores projetos científicos em curso no Brasil, o LBA (abreviação em inglês de Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera da Amazônia), que reúne pesquisadores do Brasil, dos EUA e da Europa.
Um dos cientistas que assinam o artigo é o físico brasileiro Paulo Artaxo, 50, do Instituto de Física da USP e coordenador do Instituto do Milênio do LBA. Ele explica que foi medida pela primeira vez a presença de uma mistura de duas variantes da substância 2-metil-tetrol (C5H7O4) na atmosfera amazônica e que ela é capaz de originar as partículas necessárias (aerossóis) para que as nuvens se formem e a chuva despenque, chamadas núcleos de condensação.
Esses núcleos eram até agora o centro de um dos maiores mistérios amazônicos. Os estudiosos do clima regional reviraram anos a fio a atmosfera em busca de aerossóis em quantidade que explicasse as enormes taxas de pluviosidade, mas a conta não fechava. Eles só conseguiam explicar 10% das chuvas amazônicas.
Outro aspecto importante da descoberta é que esse composto emana da vegetação tropical, quer dizer, da própria floresta. Se ela for derrubada em áreas significativas, diminuirá a emissão dos aerossóis e também, pelo menos em princípio, a precipitação.
Artaxo diz que o próximo passo do estudo será verificar a presença do composto em outras áreas da Amazônia, começando por São Gabriel da Cachoeira (AM).
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