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21/07/2004
-
06h18
SALVADOR NOGUEIRA
enviado especial da Folha de S.Paulo a Cuiabá
Em mais uma reviravolta em sua política para a área, o Ministério da Ciência e Tecnologia decidiu que vai mesmo construir o Laboratório Nacional de Micro e Nanotecnologia. O projeto deve consumir R$ 30 milhões em 2005.
A informação partiu do coordenador do Programa de Nanotecnologia do MCT, Alfredo de Souza Mendes, durante uma apresentação realizada durante a 56ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Cuiabá (MT).
Desde 2001, o MCT estava investindo, ainda timidamente, no setor de tecnologias e dispositivos na escala do milionésimo de milímetro --uma revolução que vai desde o desenvolvimento de novos materiais à evolução e miniaturização dos computadores.
Naquele ano, durante o governo FHC, foram criadas as quatro redes de nanotecnologia, que interligam cientistas principalmente no Sudeste e no Nordeste.
Em 2002, começou a se delinear a proposta para a formação de um centro de excelência em nanotecnologia. O projeto tinha execução planejada para 2003, mas foi engavetado durante a gestão de Roberto Amaral no ministério.
Com a substituição de Amaral por Eduardo Campos e a nomeação do físico Cylon Gonçalves da Silva para o cargo de secretário do ministério, o projeto voltou à baila. Foi justamente desse pesquisador que partiu a proposta.
Os recursos ainda são escassos, mas representam uma sinalização positiva de que o governo pretende priorizar a área, segundo Mendes. "Agora sim temos um programa estruturado para nanotecnologia, respaldado pelo Plano Plurianual", disse. O documento-mestre da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê dispêndios em ações ligadas ao programa da ordem de R$ 77,7 milhões, entre 2005 e 2007. Só no ano que vem, seriam consumidos R$ 20,6 milhões.
Ainda é pouco, perto do que outros países têm investido no setor. Os investimentos mundiais em nanotecnologia são da ordem de US$ 2 bilhões por ano. Mas espera-se que em uma década haja um mercado de cerca de US$ 1 trilhão para produtos e processos baseados nessas pesquisas.
O foco do investimento brasileiro é abocanhar parte desse mercado. "O Brasil tem sido reconhecido como produtor de conhecimento pela academia internacional. O desafio do novo milênio é desenvolver produtos e processos a partir disso", afirmou Mendes.
Alguns exemplos de sucesso foram dados durante a apresentação. Um grupo liderado por Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, desenvolveu sensores de raios ultravioleta com base em tecnologias nanoscópicas e aperfeiçoou modelos de células fotoquímicas para a produção de energia com estruturas moleculares desenvolvidas pelo grupo.
O pesquisador Elson Longo, da Universidade Federal de São Carlos, também apresentou os sucessos gerados em seu laboratório, combinando nanopartículas em engenharia de materiais. Entre eles, uma estrutura que permitiu o desenvolvimento de lápis com grafite mais resistente e, ao mesmo tempo, mais macio, que acabou sendo usada pela multinacional Faber Castell.
Ele também obteve um material que pode vir a substituir os materiais tradicionais em memórias de computador, com eficiência 25 vezes maior. Sem dar mais detalhes, Longo revelou que há duas multinacionais atualmente negociando o uso da tecnologia.
Especial
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Centro de nanotecnologia terá R$ 30 mi
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enviado especial da Folha de S.Paulo a Cuiabá
Em mais uma reviravolta em sua política para a área, o Ministério da Ciência e Tecnologia decidiu que vai mesmo construir o Laboratório Nacional de Micro e Nanotecnologia. O projeto deve consumir R$ 30 milhões em 2005.
A informação partiu do coordenador do Programa de Nanotecnologia do MCT, Alfredo de Souza Mendes, durante uma apresentação realizada durante a 56ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), em Cuiabá (MT).
Desde 2001, o MCT estava investindo, ainda timidamente, no setor de tecnologias e dispositivos na escala do milionésimo de milímetro --uma revolução que vai desde o desenvolvimento de novos materiais à evolução e miniaturização dos computadores.
Naquele ano, durante o governo FHC, foram criadas as quatro redes de nanotecnologia, que interligam cientistas principalmente no Sudeste e no Nordeste.
Em 2002, começou a se delinear a proposta para a formação de um centro de excelência em nanotecnologia. O projeto tinha execução planejada para 2003, mas foi engavetado durante a gestão de Roberto Amaral no ministério.
Com a substituição de Amaral por Eduardo Campos e a nomeação do físico Cylon Gonçalves da Silva para o cargo de secretário do ministério, o projeto voltou à baila. Foi justamente desse pesquisador que partiu a proposta.
Os recursos ainda são escassos, mas representam uma sinalização positiva de que o governo pretende priorizar a área, segundo Mendes. "Agora sim temos um programa estruturado para nanotecnologia, respaldado pelo Plano Plurianual", disse. O documento-mestre da gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva prevê dispêndios em ações ligadas ao programa da ordem de R$ 77,7 milhões, entre 2005 e 2007. Só no ano que vem, seriam consumidos R$ 20,6 milhões.
Ainda é pouco, perto do que outros países têm investido no setor. Os investimentos mundiais em nanotecnologia são da ordem de US$ 2 bilhões por ano. Mas espera-se que em uma década haja um mercado de cerca de US$ 1 trilhão para produtos e processos baseados nessas pesquisas.
O foco do investimento brasileiro é abocanhar parte desse mercado. "O Brasil tem sido reconhecido como produtor de conhecimento pela academia internacional. O desafio do novo milênio é desenvolver produtos e processos a partir disso", afirmou Mendes.
Alguns exemplos de sucesso foram dados durante a apresentação. Um grupo liderado por Henrique Toma, do Instituto de Química da USP, desenvolveu sensores de raios ultravioleta com base em tecnologias nanoscópicas e aperfeiçoou modelos de células fotoquímicas para a produção de energia com estruturas moleculares desenvolvidas pelo grupo.
O pesquisador Elson Longo, da Universidade Federal de São Carlos, também apresentou os sucessos gerados em seu laboratório, combinando nanopartículas em engenharia de materiais. Entre eles, uma estrutura que permitiu o desenvolvimento de lápis com grafite mais resistente e, ao mesmo tempo, mais macio, que acabou sendo usada pela multinacional Faber Castell.
Ele também obteve um material que pode vir a substituir os materiais tradicionais em memórias de computador, com eficiência 25 vezes maior. Sem dar mais detalhes, Longo revelou que há duas multinacionais atualmente negociando o uso da tecnologia.
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