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15/09/2004
-
04h00
da Folha de S.Paulo
O premiê do Reino Unido, Tony Blair, prometeu ontem que seu governo iria forçar a ação internacional para combater a ameaça do aquecimento global, apesar da relutância de potências como os EUA. Ele afirmou que o tempo para enfrentar o problema está se esgotando.
Blair prometeu fazer da questão ambiental um dos focos do Reino Unido quando presidir a cúpula do G-8, no ano que vem, e disse que vai pressionar pelo maior compromisso global no corte das emissões de gases que causam o efeito estufa, cujo "poder destrutivo pode se tornar irreversível".
Num discurso ontem no centro de Londres, Blair notou que os EUA de George W. Bush --principal aliado britânico-- tinham abandonado o Protocolo de Kyoto, único acordo multilateral existente para cortar as emissões de gases como o dióxido de carbono. Mas ele sugeriu que a posição de Washington estava se suavizando, e que o governo norte-americano passou a aceitar os argumentos científicos.
"As mudanças climáticas serão uma das prioridades da nossa presidência do G-8 no ano que vem", disse. "Eu não subestimo as dificuldades. Esse continua sendo um tema politicamente delicado em muitos países. Mas é imperativo que tentemos."
O primeiro-ministro disse que iria buscar um acordo entre os sete países mais ricos do mundo e a Rússia (membros do Grupo dos 8) sobre a ameaça representada pelo aquecimento global e "um processo para acelerar a ciência, a tecnologia e outras medidas necessárias para enfrentá-la".
Também falou em persuadir países fora do bloco, especialmente os grandes poluidores do Terceiro Mundo, Índia e China, a agirem na redução de emissões.
O aumento anormal da temperatura da Terra, que foi de 1C no último século, é causado pela emissão excessiva de gases como o dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis. Esses gases aprisionam o calor irradiado pela Terra na atmosfera.
"Mesmo se houver só 50% de chances de que a evidência científica está certa, a necessidade de agir será clara", disse o premiê. "Mas claro que essas chances são bem maiores que 50%."
Ele apontou para as condições climáticas violentas neste ano e disse que os países ricos criaram a maior parte do problema, enquanto os pobres arcaram com as conseqüências. "Os países mais pobres vão sofrer mais."
O premiê britânico desempenha o papel duplo de aliado de primeira hora de Bush em todas as questões internacionais --em especial na guerra no Iraque-- e, ao mesmo tempo, líder de uma das maiores potências de uma União Européia "verde", que apoiou o acordo de Kyoto e tem se esforçado para salvá-lo desde março de 2001, quando a rejeição de Bush ao protocolo praticamente enterrara o debate.
Anteontem, o líder da oposição britânica Michael Howard (conservador) afirmou que a incapacidade de Blair de convencer Washington a mudar de opinião na questão climática demonstrava sua impotência diante de Bush.
Grupos ambientalistas disseram que a intervenção do primeiro-ministro era bem-vinda, mas alguns críticos disseram já ter visto o premiê falar apaixonadamente sobre o assunto antes, sem tomar providências.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o efeito estufa
Tony Blair diz que efeito estufa é ameaça global
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O premiê do Reino Unido, Tony Blair, prometeu ontem que seu governo iria forçar a ação internacional para combater a ameaça do aquecimento global, apesar da relutância de potências como os EUA. Ele afirmou que o tempo para enfrentar o problema está se esgotando.
Blair prometeu fazer da questão ambiental um dos focos do Reino Unido quando presidir a cúpula do G-8, no ano que vem, e disse que vai pressionar pelo maior compromisso global no corte das emissões de gases que causam o efeito estufa, cujo "poder destrutivo pode se tornar irreversível".
Num discurso ontem no centro de Londres, Blair notou que os EUA de George W. Bush --principal aliado britânico-- tinham abandonado o Protocolo de Kyoto, único acordo multilateral existente para cortar as emissões de gases como o dióxido de carbono. Mas ele sugeriu que a posição de Washington estava se suavizando, e que o governo norte-americano passou a aceitar os argumentos científicos.
"As mudanças climáticas serão uma das prioridades da nossa presidência do G-8 no ano que vem", disse. "Eu não subestimo as dificuldades. Esse continua sendo um tema politicamente delicado em muitos países. Mas é imperativo que tentemos."
O primeiro-ministro disse que iria buscar um acordo entre os sete países mais ricos do mundo e a Rússia (membros do Grupo dos 8) sobre a ameaça representada pelo aquecimento global e "um processo para acelerar a ciência, a tecnologia e outras medidas necessárias para enfrentá-la".
Também falou em persuadir países fora do bloco, especialmente os grandes poluidores do Terceiro Mundo, Índia e China, a agirem na redução de emissões.
O aumento anormal da temperatura da Terra, que foi de 1C no último século, é causado pela emissão excessiva de gases como o dióxido de carbono pela queima de combustíveis fósseis. Esses gases aprisionam o calor irradiado pela Terra na atmosfera.
"Mesmo se houver só 50% de chances de que a evidência científica está certa, a necessidade de agir será clara", disse o premiê. "Mas claro que essas chances são bem maiores que 50%."
Ele apontou para as condições climáticas violentas neste ano e disse que os países ricos criaram a maior parte do problema, enquanto os pobres arcaram com as conseqüências. "Os países mais pobres vão sofrer mais."
O premiê britânico desempenha o papel duplo de aliado de primeira hora de Bush em todas as questões internacionais --em especial na guerra no Iraque-- e, ao mesmo tempo, líder de uma das maiores potências de uma União Européia "verde", que apoiou o acordo de Kyoto e tem se esforçado para salvá-lo desde março de 2001, quando a rejeição de Bush ao protocolo praticamente enterrara o debate.
Anteontem, o líder da oposição britânica Michael Howard (conservador) afirmou que a incapacidade de Blair de convencer Washington a mudar de opinião na questão climática demonstrava sua impotência diante de Bush.
Grupos ambientalistas disseram que a intervenção do primeiro-ministro era bem-vinda, mas alguns críticos disseram já ter visto o premiê falar apaixonadamente sobre o assunto antes, sem tomar providências.
Com agências internacionais
Especial
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