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04/10/2004
-
09h27
da France Presse, em
Dois cientistas norte-americanos ganharam o prêmio Nobel de medicina por seus trabalhos sobre os receptores de odores e a organização do sistema olfativo.
Richard Axel, 58, e Linda B. Buck, 57, desvendaram alguns mistérios que ainda cercavam o olfato, segundo o Instituto Karolinska, que concede o prêmio.
"O olfato foi durante muito tempo o mais enigmático de nossos sentidos. Não eram compreendidos os princípios básicos para reconhecer e recordar os aproximadamente 10 mil odores", explicou a Academia em seu comunicado.
Genes do faro
Os cientistas descobriram uma grande família genética, composta por mil diferentes genes (3% de nosso mapa genético) que atuam em um número equivalente de tipos de receptores olfativos. Esses receptores ocupam um pequeno lugar na parte alta do epitélio nasal e detectam o odor das moléculas inaladas, segundo o instituto.
Cada célula especializada na detecção de odores só possui um tipo de receptor odorante, o qual apenas pode detectar um número limitado de substâncias. Em conseqüência, nossas células olfativas são muito especializadas em alguns odores.
As descobertas dos professores Axel e Buck enfatizam a importância do sistema olfativo na qualidade de vida e no sentido do paladar. "Um bom vinho ou um morango maduro nos ajudam a detectar as qualidades que consideramos positivas", acrescenta o instituto, recordando que um odor singular pode desatar velhas recordações.
Cascata de reações
A maioria dos odores estão compostos por múltiplas moléculas odorantes, e cada uma delas ativa vários receptores olfativos. É então uma cascata de reações que nos permite reconhecer e memorizar cerca de 10 mil odores, explica a academia, enfatizando também a importância que tem o olfato para um recém-nascido em busca do seio da mãe.
Os princípios generais de Axel e Buck para o sistema olfativo "parecem ser aplicados também a outros sistemas sensitivos", assinala a academia, recordando que os feromônios, que têm um papel importante no comportamento social e sexual dos animais, são moléculas detectadas por receptores igualmente localizados no epitélio nasal.
Axel e Buck publicaram de maneira conjunta suas descobertas em 1991, e depois seguiram trabalhando em separado. Suas pesquisas foram realizadas com ratos, animais que possuem mais receptores olfativos do que os humanos.
Axel é professor da Universidade de Columbia desde 1999. Buck trabalha desde 2002 no departamento de ciências fundamentais do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle.
No ano passado, o prêmio Nobel de medicina também foi concedido em conjunto a dois cientistas, o norte-americano Paul Lauterbur e o britânico Peter Mansfiel, por suas descobertas no campo da ressonância magnética.
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Nobel de medicina vai para pesquisa sobre sistema olfativo
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Dois cientistas norte-americanos ganharam o prêmio Nobel de medicina por seus trabalhos sobre os receptores de odores e a organização do sistema olfativo.
Richard Axel, 58, e Linda B. Buck, 57, desvendaram alguns mistérios que ainda cercavam o olfato, segundo o Instituto Karolinska, que concede o prêmio.
"O olfato foi durante muito tempo o mais enigmático de nossos sentidos. Não eram compreendidos os princípios básicos para reconhecer e recordar os aproximadamente 10 mil odores", explicou a Academia em seu comunicado.
Genes do faro
Os cientistas descobriram uma grande família genética, composta por mil diferentes genes (3% de nosso mapa genético) que atuam em um número equivalente de tipos de receptores olfativos. Esses receptores ocupam um pequeno lugar na parte alta do epitélio nasal e detectam o odor das moléculas inaladas, segundo o instituto.
Cada célula especializada na detecção de odores só possui um tipo de receptor odorante, o qual apenas pode detectar um número limitado de substâncias. Em conseqüência, nossas células olfativas são muito especializadas em alguns odores.
As descobertas dos professores Axel e Buck enfatizam a importância do sistema olfativo na qualidade de vida e no sentido do paladar. "Um bom vinho ou um morango maduro nos ajudam a detectar as qualidades que consideramos positivas", acrescenta o instituto, recordando que um odor singular pode desatar velhas recordações.
Cascata de reações
A maioria dos odores estão compostos por múltiplas moléculas odorantes, e cada uma delas ativa vários receptores olfativos. É então uma cascata de reações que nos permite reconhecer e memorizar cerca de 10 mil odores, explica a academia, enfatizando também a importância que tem o olfato para um recém-nascido em busca do seio da mãe.
Os princípios generais de Axel e Buck para o sistema olfativo "parecem ser aplicados também a outros sistemas sensitivos", assinala a academia, recordando que os feromônios, que têm um papel importante no comportamento social e sexual dos animais, são moléculas detectadas por receptores igualmente localizados no epitélio nasal.
Axel e Buck publicaram de maneira conjunta suas descobertas em 1991, e depois seguiram trabalhando em separado. Suas pesquisas foram realizadas com ratos, animais que possuem mais receptores olfativos do que os humanos.
Axel é professor da Universidade de Columbia desde 1999. Buck trabalha desde 2002 no departamento de ciências fundamentais do Fred Hutchinson Cancer Research Center, em Seattle.
No ano passado, o prêmio Nobel de medicina também foi concedido em conjunto a dois cientistas, o norte-americano Paul Lauterbur e o britânico Peter Mansfiel, por suas descobertas no campo da ressonância magnética.
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