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29/11/2004 - 12h09

Físicos dos EUA criticam missão tripulada a Marte proposta por Bush

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da Agência Lusa, em Washington (EUA)

O ambicioso plano do presidente norte-americano George W. Bush em levar astronautas à Lua e a Marte é viável. Mas seus custos e riscos prejudicam outros programas espaciais, alerta estudo da Sociedade de Física dos EUA.

Bush anunciou em janeiro a intenção de voltar a enviar astronautas à Lua e de levar o ser humano a Marte pela primeira vez na história.

Na semana passada, o Congresso do país deu os primeiros passos nesse sentido, ao aprovar um aumento de 6% orçamento da Nasa (agência espacial norte-americana) que vai contar, em 2005, com US$ 16,2 bilhões, incluindo fundos para o planejamento de missões tripuladas à Lua e a Marte.

O contexto é de restrições financeiras. Bush e o Congresso têm congelado verbas para grande parte dos projetos do governo, a não ser para programas ligados à defesa nacional. Isso torna notável o aumento do orçamento da Nasa.

Significado simbólico

"O regresso de astronautas norte-americanos à Lua e uma aterrissagem em Marte teriam um poderoso significado simbólico", explica o estudo da Sociedade de Física dos EUA (APS, na sigla em inglês).

O documento acrescenta, no entanto, que essa conquista representaria apenas "um pequeno passo" na evolução do conhecimento, porque os cientistas já teriam acumulado conhecimento considerável ao fim das numerosas expedições robóticas que seriam necessárias para garantir a segurança de qualquer missão humana.

A APS adianta que, como resultado do projeto de voltar à Lua e ir a Marte, a Nasa já "reajustou suas prioridades", com um impacto negativo para a ciência espacial.

Como exemplo, o relatório indica que foi adiado em um ano o programa da Antena Espacial de Interferômetro Laser e pelo menos até 2016 o "Constellation X". Estes dois projetos têm obtido grande atenção da comunidade astronômica na década atual.

A Sociedade de Física também revela que algumas missões foram adiadas indefinidamente.

"A exploração humana tem um papel na Nasa, mas deve fazer-se dentro de um programa equilibrado, no qual os recursos cubram todo o espectro das ciências espaciais", alerta a sociedade.

O relatório da APS foi elaborado por um grupo de dez pesquisadores, com um comitê chefiado por Joel Primack, professor de física e reconhecido astrofísico da Universidade da Califórnia.

Segundo o site da APS, este organismo é a maior associação de físicos, representando mais de 45 mil acadêmicos e profissionais da indústria, tanto nos EUA como no mundo.

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