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27/11/2000 - 08h31

Natal (RN) tem maior incidência de raios ultravioleta

ANDRÉA DE LIMA
da Agência Folha

Estudos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e Nasa (agência espacial norte-americana) revelam que Natal (RN) registra o maior índice de incidência dos raios ultravioleta no Brasil.

Isso representa grave risco de ocorrência de doenças como câncer de pele aos que se expõem ao sol, sem proteção e em horários determinados.

Ao meio-dia, numa escala de 0 a 16, o índice de radiação ultravioleta nessa capital tem chegado a 11.

"Mesmo com o uso de filtro solar, a radiação nesse horário é nociva. Diante dessa circunstância, não é bom se expor ao sol no período das 12h às 14h", disse o pesquisador do Inpe-RN, o engenheiro eletrônico Francisco Raimundo da Silva.

Por estar localizada a cinco graus do Equador, o que já aumenta a incidência dos raios solares, Natal apresenta poucas nuvens na atmosfera. Isso também ocorre por conta das correntes de ar e do baixo índice de ozônio.

A camada de ozônio funciona como uma barreira à radiação ultravioleta. Sobretudo aos raios de comprimento B, prejudiciais aos seres vivos e causadores de melanoma (câncer de pele) e catarata.

"Quanto mais se polui, mais se diminui a camada de ozônio, que é que quem filtra esses raios. A principal causa dessa destruição é a poluição feita pelo homem: as queimadas, os gases emitidos pelos carros e caminhões, e a emissão de CFC (clorofluorcarbono), o gás usado nos refrigeradores e sprays", declarou o pesquisador.

Iniciado em 1995, os dados da pesquisa foram coletados diariamente a partir de uma rede de fotômetros Brewer, que medem a radiação solar e fazem levantamentos dos gases minoritários (gases do efeito estufa -gás carbônico, monóxido de carbono, óxidos nitrosos- e ozônio).

O Inpe mantém estações equipadas com esses fotômetros em Natal (RN), Cachoeira Paulista (SP), Santa Maria (RS), La Paz (Bolívia) e Punta Arena (Chile).

O pesquisador revelou que a proposta de sua equipe, coordenada pelo cientista Volker Kirchhoff, do Inpe-SP, é mostrar aos órgãos de saúde a necessidade de se fazer uma campanha de alerta sobre a superexposição solar.

"Com isso, se gastaria menos em atendimento com queimaduras solares e tratamento de câncer de pele", disse.

Anualmente, os registros de casos de câncer de pelo no mundo aumentam 5%, segundo o oncologista Rogério Izar Neves.
 

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