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25/02/2005 - 12h56

Descongeladas bactérias com 30 mil anos de vida no Alasca

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da Folha Online

Um cientista da Nasa -- a agência espacial norte-americana --, que há dez anos procura organismos que tenham vivido numa época em que se pensa ter existido vida em Marte, disse ter descongelado bactérias que viveram há 30 mil anos.

Numa entrevista à televisão norte-americana, Richard Hoover, que trabalha no Centro Marshall da Nasa, explicou que os organismos que reanimou estavam congelados perto de Fox, a 20 km ao norte de Fairbanks, no Alasca.

Se for confirmada a "idade" dessas bactérias, elas seriam contemporâneas de condições propícias à existência de vida em Marte, segundo as descobertas mais recentes da exploração norte-americana e européia no Planeta Vermelho.

Hoover, que é perito na investigação de organismos antigos, já em 1998 tinha anunciado, juntamente com Sergei Abyzov, da Academia de Ciências da Rússia, a identificação de fungos, algas e bactérias congelados há 400 mil anos nos gelos da estação de Vostok, a mil quilômetros do Pólo Sul.

Agora, o cientista diz que uma bactéria que encontrou durante uma perfuração da tundra do Alasca, e que identificou como Carnocacterium pleistocenium, cresceu provavelmente no Plistoceno e foi contemporânea dos mamutes.

O solo dessa região do Alasca está em permanentemente congelado e consiste numa mistura de gelo, terra e pedras a uma temperatura que não ultrapassa os quatro graus Celsius abaixo de zero.

"Quando se perfurou o túnel de Fox atravessaram-se camadas geladas do Plistoceno que são semelhantes às estruturas que agora vemos em Marte", disse o pesquisador.

Os blocos de gelo tinham uma camada de cor castanha dourada, de aproximadamente meio metro de espessura, que continha um grupo de bactérias pardas, disse Hoover.

O cientista disse que, quando observava com o microscópio uma pequena amostra de gelo cheia de bactérias, "as bactérias que tinham estado no gelo começaram a nadar quando a temperatura subiu".

"Estavam vivas, mas estiveram congeladas durante 30 mil anos", reafirmou.

Imagens recentemente enviadas pela sonda espacial européia Mars Express indicam que existe um gigantesco mar gelado perto do equador de Marte, na primeira prova da existência de gelo fora das zonas dos pólos daquele planeta.

Hoover disse que esse vasto mar está coberto por uma camada de pó, que poderia ser aquecida pelo Sol e conduzir o calor até abaixo, criando camadas de água sob a superfície em algumas épocas.

"Essas camadas poderiam ser regiões ideais para a atividade microbiológica e isso significa que a presença desse mar congelado aumenta enormemente a possibilidade de existir vida em Marte ainda atualmente", afirmou.

Com agências internacionais

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