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08/03/2005
-
10h49
da France Presse, em Londres
A principal jurisdição britânica, a Câmara dos Lordes, começou a examinar nesta semana o caso moralmente complexo dos chamados "bebês-medicamentos", concebidos para tentar curar uma irmã ou irmão afetado por alguma doença genética.
Um grupo de reflexão sobre os assuntos bioéticos, "Comment on Reproductive Ethics" (Core), luta há vários anos para impedir que a autoridade britânica de regulação da procriação assistida, a HFEA, abra o caminho para o nascimento dos "bebês-medicamentos".
O caso gira em torno de Zain Hashmi, de 6 anos, que nasceu com uma enfermidade genética grave, a "beta thalassemia mayor" (hemoglobinopatia hereditária), que é freqüente na bacia mediterrânea, sudeste da Ásia e Oriente Médio, e que se caracteriza por uma produção insuficiente de glóbulos vermelhos.
Para compensar, Zain deve tomar remédios de forma regular e receber transfusões de sangue. Seus pais, Raj e Shahana Hashmi, querem ter um filho que não sofra da mesma doença para que possam recuperar no cordão umbilical células que poderiam servir para a cura de Zain. Também gostariam de utilizar esta criança para um posterior transplante de medula óssea em Zain.
A Câmara dos Lordes deverá decidir se o casal Hashmi pode recorrer a um diagnóstico antes da implantação, o que permitiria verificar se o embrião é ou não portador da enfermidade.
Além disso, a família deseja realizar uma identificação celular para saber se os tecidos do embrião serão compatíveis com os de Zain, para favorecer o êxito de um implante de medula óssea. Se o embrião for portador da doença ou não for compatível, não será conservado.
Apesar da Corte de Apelações ter autorizado o procedimento, o Core conseguiu levar o caso à maior jurisdição britânica, a Câmara dos Lordes. "Falamos de um embrião que será criado especialmente para servir de doador de tecidos para outra pessoa", declarou o advogado do Core, Lord Brennan, que acrescentou que prática "suscita graves questões éticas".
Para o Core, um dos problemas é que nada garante que o "bebê-medicamento" seja desejado e amado por ele mesmo, correndo o risco de ser entregue para adoção após o uso de seu tecido.
Até o momento nenhum bebê nessas condições nasceu no Reino Unido. No ano passado, um casal britânico, Michelle e Jayson Whitaker, viajou para os Estados Unidos para ter um bebê "compatível" com seu filho gravemente enfermo. Os juízes britânicos divulgarão sua decisão dentro de várias semanas.
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Leia o que já foi publicado sobre ética na ciência
Câmara inglesa decidirá se é ético conceber um bebê para salvar outro
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A principal jurisdição britânica, a Câmara dos Lordes, começou a examinar nesta semana o caso moralmente complexo dos chamados "bebês-medicamentos", concebidos para tentar curar uma irmã ou irmão afetado por alguma doença genética.
Um grupo de reflexão sobre os assuntos bioéticos, "Comment on Reproductive Ethics" (Core), luta há vários anos para impedir que a autoridade britânica de regulação da procriação assistida, a HFEA, abra o caminho para o nascimento dos "bebês-medicamentos".
O caso gira em torno de Zain Hashmi, de 6 anos, que nasceu com uma enfermidade genética grave, a "beta thalassemia mayor" (hemoglobinopatia hereditária), que é freqüente na bacia mediterrânea, sudeste da Ásia e Oriente Médio, e que se caracteriza por uma produção insuficiente de glóbulos vermelhos.
Para compensar, Zain deve tomar remédios de forma regular e receber transfusões de sangue. Seus pais, Raj e Shahana Hashmi, querem ter um filho que não sofra da mesma doença para que possam recuperar no cordão umbilical células que poderiam servir para a cura de Zain. Também gostariam de utilizar esta criança para um posterior transplante de medula óssea em Zain.
A Câmara dos Lordes deverá decidir se o casal Hashmi pode recorrer a um diagnóstico antes da implantação, o que permitiria verificar se o embrião é ou não portador da enfermidade.
Além disso, a família deseja realizar uma identificação celular para saber se os tecidos do embrião serão compatíveis com os de Zain, para favorecer o êxito de um implante de medula óssea. Se o embrião for portador da doença ou não for compatível, não será conservado.
Apesar da Corte de Apelações ter autorizado o procedimento, o Core conseguiu levar o caso à maior jurisdição britânica, a Câmara dos Lordes. "Falamos de um embrião que será criado especialmente para servir de doador de tecidos para outra pessoa", declarou o advogado do Core, Lord Brennan, que acrescentou que prática "suscita graves questões éticas".
Para o Core, um dos problemas é que nada garante que o "bebê-medicamento" seja desejado e amado por ele mesmo, correndo o risco de ser entregue para adoção após o uso de seu tecido.
Até o momento nenhum bebê nessas condições nasceu no Reino Unido. No ano passado, um casal britânico, Michelle e Jayson Whitaker, viajou para os Estados Unidos para ter um bebê "compatível" com seu filho gravemente enfermo. Os juízes britânicos divulgarão sua decisão dentro de várias semanas.
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