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09/03/2005 - 10h05

CBPF publica tese "inédita" do cientista

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

O CBPF (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas), no Rio de Janeiro, está preparando a publicação de uma tese "inédita" do físico César Lattes, morto ontem em Campinas. O trabalho, que apresenta detalhes da cooperação promovida entre Brasil e Japão no estudo de raios cósmicos, remonta a 1966, quando ele disputou o posto de professor titular da USP (Universidade de São Paulo).

A história é turbulenta. Lattes já ocupava interinamente a cadeira, e um concurso foi aberto apenas para cumprir o protocolo e efetivá-lo na posição. No entanto, o físico Jayme Tiomno decidiu entrar na disputa, o que teria irritado Lattes. Ele concluiu a produção de uma tese, mas não chegou a defendê-la perante uma banca.

"Ele ficou chateado e decidiu ir para Campinas, onde estava surgindo a Unicamp [Universidade Estadual de Campinas]", afirma João dos Anjos, pesquisador do CBPF. "E a tese ficou lá na USP, sem ser defendida, inédita."

Jayme Tiomno, que acabou ficando com a vaga, disse que se inscreveu no concurso com o apoio de todos os professores titulares da USP na época. "Não houve um conflito. Nunca discuti isso com ele. E, se o César Lattes ficou chateado comigo, também nunca me falou nada", diz Tiomno, que foi padrinho de casamento de César e Martha Lattes.

O trabalho ficou esquecido até Alfredo Marques, um pesquisador aposentado do CBPF, decidir ressuscitá-lo. O pesquisador tinha uma rara cópia do material, que reconta o início da parceria entre Brasil e Japão, incluindo originais das cartas trocada entre Lattes e os pesquisadores japoneses.

No ano passado, por ocasião dos 80 anos de Lattes, Marques pediu a autorização do físico para finalmente publicar o trabalho.

O CBPF então decidiu prepará-lo para lançamento neste ano, como parte das comemorações do Ano Internacional da Física, que ocorre em 2005 pelo centenário de três estudos publicados pelo alemão Albert Einstein (1879-1955), entre eles a relatividade especial. Foram produzidos apenas 300 exemplares. Eles serão mais úteis principalmente para historiadores da ciência e físicos, dado o caráter técnico da publicação.

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