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10/05/2005 - 09h24

Suor masculino atrai homossexuais e mulheres, diz estudo

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RICARDO BONALUME NETO
da Folha de S.Paulo

O suor masculino excita o cérebro dos homens homossexuais do mesmo modo como acende luzinhas no cérebro de mulheres heterossexuais, mas deixa insensíveis os homens heterossexuais.

Esses estudos, feitos por pesquisadores na Suécia, são uma possível comprovação de uma idéia controversa: a de que seres humanos são capazes de produzir e detectar "feromônios", substâncias que atraem parceiros sexuais pelo olfato e que são empregadas por várias espécies animais.

Foram estudados dois candidatos a feromônios, um derivado do hormônio sexual masculino testosterona conhecido pela sigla "AND" (de "andrógeno") e um outro, o "EST", relacionado ao hormônio feminino estrógeno.

Os pesquisadores do Instituto e da Universidade Karolinska, de Estocolmo, já haviam demonstrado que uma região do cérebro conhecida como hipotálamo fica ativa quando homens cheiram o "EST" e quando mulheres cheiram o "AND". O "EST" foi localizado na urina de mulheres. Já o "AND" é mais facilmente detectável no suor dos homens.

O novo estudo, feito por Ivanka Savic, Hans Berglund e Per Lindström, foi publicado na revista da academia de ciências dos EUA, a "Proceedings" (www.pnas.org), e também envolveu voluntários homossexuais masculinos.

A pesquisadora já coletou dados preliminares para um estudo com homossexuais femininas, mas não os incluiu no presente artigo porque os dados pareceram "muito interessantes e um pouco complicados", disse Savic ao jornal americano "New York Times".

Estudos com animais mostram que a escolha de parceiros sexuais é altamente influenciada por feromônios, cujos sinais são processados no hipotálamo. Para testar se "AND" e "EST" têm o mesmo efeito em seres humanos, a equipe usou a tomografia por emissão de pósitrons em ambos os estudos para verificar a ativação cerebral de 36 homens (homossexuais e heterossexuais) e mulheres (heterossexuais) voluntários, com idade em torno de 30 anos.

Para não haver fatores que pudessem alterar os resultados, todos tinham níveis educacionais e padrões de saúde parecidos, além de serem todos destros.

Os odores eram apresentados em garrafas de vidro colocadas a 1 cm do nariz. Além dos candidatos a feromônio, foram testados cheiros comuns, como lavanda, óleo de cedro e álcool butílico.

Todos os voluntários reagiram do mesmo modo aos odores comuns, ativando as zonas do cérebro ligadas ao olfato. A ativação do hipotálamo ocorreu com o "AND" e "EST", e os homossexuais reagiram do mesmo modo que as mulheres.

"Eu acho perfeitamente possível", diz Carminda da Cruz-Landim, professora do Instituto de Biociências da Unesp, campus de Rio Claro, comentando a pesquisa sueca. Ela trabalha com as glândulas que produzem os feromônios em abelhas, um inseto no qual essas substâncias têm papel fundamental na atração sexual.

"A evolução deve ter direcionado para esse tipo de resposta", afirma Cruz-Landim, ressalvando que, comparado aos insetos, seu papel no ser humano é menor.

Uma polêmica, no entanto, continua sem resposta. A autora do estudo afirma que é impossível apontar se suas observações refletem uma causa ou um efeito da homossexualidade. Segundo ela, é impossível saber se é a orientação sexual que faz o cérebro de uma pessoa reagir dessa maneira, ou se as pessoas já tem o cérebro "pré-programado" para reagir desse modo às substâncias masculina e feminina.

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