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18/07/2005 - 09h42

Nasa prepara lançamento de nave a Marte

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SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo

Enquanto os técnicos vasculham o ônibus espacial Discovery por sinais de como corrigir o problema que impediu seu lançamento, na semana passada, um segundo grupo de engenheiros do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, já trabalha na preparação de outra espaçonave --para um vôo até Marte. É a sonda Mars Reconnaissance Orbiter, próxima missão da agência espacial americana destinada ao planeta vermelho.

A máquina já está pronta e passa pelos testes finais antes de ser levada até o prédio em que será posicionada no topo do foguete Atlas-5, que por sua vez irá colocá-la numa longa jornada até Marte. Será preciso viajar quase meio bilhão de quilômetros antes que chegue a seu destino, percurso que percorrerá em oito meses (tempo padrão para uma viagem até o planeta vermelho com os foguetes convencionais). A partida está marcada para 10 de agosto.

Como o nome sugere, a sonda conduzirá sua missão em órbita ao redor de Marte. Mais precisamente uma órbita polar baixa, que permite o mapeamento completo da superfície (é o mesmo tipo de órbita usado pelas outras sondas orbitadoras).

Boas companhias

Ao chegar lá, se for bem-sucedida, a nave fará companhia a nada menos que outras três sondas funcionais nas imediações do planeta vermelho --da Nasa, já há a Global Surveyor, que está operando em órbita marciana desde 1997, e a Odyssey, desde o fim de 2001. Para completar, há a Mars Express, que lá chegou no final do ano retrasado e é a primeira sonda marciana enviada pela Agência Espacial Européia. Isso tudo sem mencionar os dois jipes robóticos americanos, Spirit e Opportunity, que ainda vasculham o terreno marciano, mais de um ano e meio depois do início das operações.

A nova sonda tem, portanto, uma tarefa gigantesca à frente: superar todas as suas irmãs mais velhas. Para isso, tem um porte equivalente. Sua massa é de quase 2,2 toneladas, duas vezes mais que a Global Surveyor e três vezes mais que a Odyssey.

Seguindo a trilha deixada pelas missões anteriores, o principal foco da missão agora também é rastrear a água marciana.

Próxima geração

"A Mars Reconnaissance Orbiter será nosso primeiro mapeador de próxima geração projetado para procurar sinais de água em escalas extremamente locais, assim como depósitos geotérmicos e outros ambientes preservados, onde a busca local pelos blocos químicos construtores da vida possa se mostrar frutífera", disse à Folha James Garvin, cientista-chefe da Nasa.

"A MRO também irá mapear o subsolo raso, em busca de camadas que possam ter sido provocadas por água líquida ou congelada em escalas menores que um quilômetro e mapear o transporte atmosférico de água e poeira, para que possamos aperfeiçoar nossos modelos de circulação global da atmosfera. E será capaz de "ver" camadas em rochas e as próprias rochas em escalas menores que um metro, permitindo que se explorem milhares de sítios da órbita como se estivéssemos lá."

Telemarte

A espaçonave deve conduzir sua missão científica pelo menos até 2008. Dali em diante, continuará tendo utilidade para a exploração de Marte, mas como satélite de comunicações. Sua função será ajudar a Nasa (e eventualmente outras agências espaciais) a entrar em contato com suas sondas de pouso no planeta vermelho, do mesmo modo que hoje a Global Surveyor, a Odyssey e a Express ajudam no estabelecimento da comunicação com os jipes Spirit e Opportunity.

A idéia é que a Mars Reconnaissance Orbiter opere nessa função pelo menos até 2010 --se possível mais. Contando a construção da espaçonave, o lançamento e as operações por uma década, o custo da missão gira ao redor de 700 milhões de dólares.

O projeto é conduzido pelo JPL (Laboratório de Propulsão a Jato) da Nasa, a espaçonave em si foi construída pela companhia Lockheed Martin, e a câmera de alta resolução da sonda, vedete da missão, foi desenvolvida por Michael Malin --o mesmo homem que foi responsável pelos espetáculos visuais proporcionados pela câmera da Mars Global Surveyor.

A expectativa dos cientistas é a de que a sonda produza mais dados científicos que todas as suas predecessoras marcianas.

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