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19/07/2005 - 09h42

Italianos revelam "jogo de jantar" produzido há 2.000 anos

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da Folha de S.Paulo
da Reuters

Arqueólogos italianos revelaram nesta segunda-feira um magnífico "aparelho de jantar" de prata com quase 2.000 anos de idade. Os objetos foram enterrados por uma chuva de cinza vulcânica na cidade romana de Pompéia, enquanto seu dono tentava salvá-los da erupção do vulcão Vesúvio no ano 79.

AP Photo
Detalhe de bandeja de prata romana encontrada perto da antiga cidade de Pompéia
Detalhe de bandeja de prata romana encontrada perto da antiga cidade de Pompéia
Os cálices, pratos e bandejas, feitos à mão, tinham sido enfiados numa mochila de vime por alguém que pretendia fugir. "Esse indivíduo estava buscando refúgio, queria se salvar e também salvar essas 20 peças de prata", afirmou Pietro Giovanni Guzzo, superintendente arqueológico de Pompéia. "Mas a erupção o alcançou e o matou."

A mochila e a "prataria" foram preservadas com perfeição pela cinza e lama vulcânicas. A descoberta foi feita por trabalhadores que estavam abrindo uma nova estrada nas imediações das ruínas (perto de Nápoles, sul da Itália). Os arqueólogos radiografaram o conjunto e, nos últimos cinco anos, foram extraindo e polindo cuidadosamente seu conteúdo.

O tesouro pesa cerca de quatro quilos e é composto por quatro pratos pequenos, quatro cálices pequenos e outros quatro grandes, uma bandeja, uma colher e dois jarros com figuras cinzeladas. "É um achado que vai nos ajudar a entender Pompéia. Não são só afrescos, não é só uma tragédia, havia todo um estilo de vida antes de a cidade ser destruída", afirmou o arqueólogo.

Guzzo diz que não é possível afirmar que o dono dos objetos teria conseguido escapar da morte caso os tivesse deixado para trás. "Achamos 2.000 corpos presos pela erupção, mas a população da cidade ficava entre 10 mil e 15 mil pessoas, então muitos realmente escaparam."

Redescoberta no século 18, Pompéia é um dos monumentos mais bem-preservados do auge da civilização romana. Como balneário dos abastados do Império, objetos de luxo e obras de arte faziam parte de seu cotidiano, assim como bordéis, lojas, tavernas e até propaganda política nas paredes das casas. A história de seu desaparecimento, assim como o das cidades vizinhas de Herculano, Estábia e Miseno, foi contada pelo escritor Plínio, o Jovem.

Apenas quatro outros aparelhos de jantar foram achados durante escavações na cidade romana. O último veio à luz há 75 anos.

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