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16/10/2005 - 21h02

Lula impulsionará programa espacial em sua viagem à Rússia

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da Efe, em Moscou

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa amanhã sua primeira visita oficial à Rússia, onde impulsionará a assinatura de um contrato que permitirá o envio de um astronauta brasileiro ao espaço.

"Damos muita importância a nossas relações com o Brasil, que alcançaram novos níveis desde que Lula chegou ao poder", afirmou o chanceler russo, Serguei Lavrov, às vésperas da visita do presidente brasileiro.

Lula, que está na Itália, vai se reunir com o governante russo, Vladimir Putin, que visitou o Brasil no final de novembro do ano passado na primeira viagem de um dirigente russo ou soviético pela América Latina.

Entre outros assuntos, Lula discutirá com Putin a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual o Brasil quer se transformar membro permanente numa dura disputa com a Índia, o Japão, a Alemanha e outros candidatos do continente africano.

Durante sua passagem pela Rússia, Lula assinará o contrato para que o primeiro astronauta brasileiro, Marcos César Pontes, viaje à Estação Espacial Internacional (ISS) a bordo de uma nave russa Soyuz.

A viagem do primeiro brasileiro ao espaço foi estipulada em Moscou, em março, pelo diretor da Roscosmos, Anatoli Perminov, e pelo diretor do Departamento de Assuntos Internacionais do Ministério da Defesa do Brasil, Carlos Leal Velloso.

O próprio Pontes chega amanhã a Moscou para começar a se preparar no Centro de Treinamento de Astronautas Yuri Gagarin, perto de Moscou.

A viagem do brasileiro pode atrasar até 2007, já que a tripulação das próximas duas expedições à ISS está fechada, informou a Roscosmos na última sexta-feira.

O Brasil quer que seu primeiro astronauta viaje à estação espacial no dia 23 de abril do ano que vem, já que o acidente da nave americana Columbia já impediu que Pontes viajasse ao espaço em 2004.

Em virtude deste contrato, o Brasil pode pagar à Rússia entre US$ 10 e US$ 20 milhões, que podem ser investidos no desenvolvimento do programa espacial.

Além disso, o Brasil, que faz parte do consórcio da ISS junto com outros 16 países, comprometeu-se a investir cerca de US$ 80 milhões nos próximos seis anos em sua indústria para a fabricação de equipamentos que seriam usados na estação espacial.

Já a Rússia cooperaria com a fabricação de foguetes portadores brasileiros e com a construção de um centro de lançamentos espaciais no Brasil.

Caso se chegue a um acordo, o tenente-coronel da Força Aérea Brasileira permaneceria na ISS por um período de 15 dias, e realizaria diversos experimentos para instituições de pesquisa do país.

"Milhões de brasileiros sonham com este momento. O dia da decolagem será um dia histórico para meu país", declarou antes de viajar a Moscou à agência oficial russa Itar-Tass.

O astronauta, que foi treinado pela Nasa em Houston, reconheceu que seu desconhecimento do idioma e o frio na Rússia podem ser uma desvantagem em sua preparação, mas se mostrou ansioso para enfrentar essa "dura prova".

Lula e Putin também discutirão a cooperação militar, cultural, científica e aeronáutica, além dos planos da Rússia de entrar em breve na OMC (Organização Mundial do Comércio), o que o Brasil apóia.

"Rússia e Brasil trabalham em prol de uma aliança tecnológica para a conquista do espaço, as biotecnologias, a energia, incluindo a nuclear, a aviação civil e a cooperação militar", disse hoje Mikhail Kamynin, porta-voz da Chancelaria.

Especial
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