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15/02/2006
-
09h53
FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
O novo diretor do CTA (Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial, antigo Centro Técnico Aeroespacial), tenente-brigadeiro-do-ar Carlos Augusto Leal Velloso, afirmou que a viagem do astronauta brasileiro ao espaço é "questão de marketing" e que a experiência "não trará nenhum avanço científico para o Brasil".
Velloso, entretanto, defende a viagem do tenente-coronel da FAB (Força Aérea Brasileira) Marcos Cesar Pontes. Para Velloso, gastar cerca de US$ 10 milhões com o lançamento do primeiro astronauta brasileiro é melhor do que "pagar mensalão" e ainda servirá para divulgar o programa espacial brasileiro.
"Eu acho que, para efeito do que se pretendia com o vôo do astronauta, que era dar visibilidade ao programa espacial brasileiro de uma maneira geral, está sendo muito bom. Estamos mostrando o programa espacial para o país inteiro", disse Velloso no final da tarde de anteontem, após entrevista coletiva sobre as mudanças na estrutura do CTA, em São José dos Campos (interior paulista).
Pontes viajará à ISS (Estação Espacial Internacional) a bordo da nave russa Soyuz. O lançamento está marcado para o dia 30 de março. Atualmente, ele passa por um período de treinamento na Cidade das Estrelas, na Rússia. Pontes aproveitará o ambiente de microgravidade para fazer alguns experimentos encomendados por instituições nacionais.
Na semana passada, a Folha revelou que a viagem, antes prevista para outubro, foi antecipada para março a pedido do governo brasileiro. As eleições teriam motivado o pedido. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, negou que a mudança tenha motivação política.
Quando lhe perguntaram se considerava razoável o governo gastar US$ 10 milhões com o projeto, sob o argumento de dar visibilidade ao programa, Velloso citou o escândalo do "mensalão" para defender sua posição.
"Eu acho que foi bom [o investimento]. É uma opinião pessoal. Tem gente que prefere dar US$ 10 milhões para mensalão do que lançar um astronauta. Eu acho que o mensalão foi muito pior do que o astronauta", disse.
"O fato de ele [Pontes] voar não traz nenhum avanço tecnológico. Claro que alguma coisa você ganha de conhecimento. Mas o que quero dizer é que nessa etapa o programa espacial está ganhando, porque está sendo divulgado para a nação", declarou. Segundo ele, é preciso mostrar à população que "um programa espacial não é só lançar um foguetinho".
Velloso ainda lembrou que o lançamento do astronauta brasileiro foi apenas um dos pontos do acordo original, que previa ainda a transferência de tecnologia para o Brasil, que então ficaria responsável pela fabricação de componentes para a ISS.
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da Agência Folha, em São José dos Campos
O novo diretor do CTA (Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial, antigo Centro Técnico Aeroespacial), tenente-brigadeiro-do-ar Carlos Augusto Leal Velloso, afirmou que a viagem do astronauta brasileiro ao espaço é "questão de marketing" e que a experiência "não trará nenhum avanço científico para o Brasil".
Velloso, entretanto, defende a viagem do tenente-coronel da FAB (Força Aérea Brasileira) Marcos Cesar Pontes. Para Velloso, gastar cerca de US$ 10 milhões com o lançamento do primeiro astronauta brasileiro é melhor do que "pagar mensalão" e ainda servirá para divulgar o programa espacial brasileiro.
"Eu acho que, para efeito do que se pretendia com o vôo do astronauta, que era dar visibilidade ao programa espacial brasileiro de uma maneira geral, está sendo muito bom. Estamos mostrando o programa espacial para o país inteiro", disse Velloso no final da tarde de anteontem, após entrevista coletiva sobre as mudanças na estrutura do CTA, em São José dos Campos (interior paulista).
Pontes viajará à ISS (Estação Espacial Internacional) a bordo da nave russa Soyuz. O lançamento está marcado para o dia 30 de março. Atualmente, ele passa por um período de treinamento na Cidade das Estrelas, na Rússia. Pontes aproveitará o ambiente de microgravidade para fazer alguns experimentos encomendados por instituições nacionais.
Na semana passada, a Folha revelou que a viagem, antes prevista para outubro, foi antecipada para março a pedido do governo brasileiro. As eleições teriam motivado o pedido. O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, negou que a mudança tenha motivação política.
Quando lhe perguntaram se considerava razoável o governo gastar US$ 10 milhões com o projeto, sob o argumento de dar visibilidade ao programa, Velloso citou o escândalo do "mensalão" para defender sua posição.
"Eu acho que foi bom [o investimento]. É uma opinião pessoal. Tem gente que prefere dar US$ 10 milhões para mensalão do que lançar um astronauta. Eu acho que o mensalão foi muito pior do que o astronauta", disse.
"O fato de ele [Pontes] voar não traz nenhum avanço tecnológico. Claro que alguma coisa você ganha de conhecimento. Mas o que quero dizer é que nessa etapa o programa espacial está ganhando, porque está sendo divulgado para a nação", declarou. Segundo ele, é preciso mostrar à população que "um programa espacial não é só lançar um foguetinho".
Velloso ainda lembrou que o lançamento do astronauta brasileiro foi apenas um dos pontos do acordo original, que previa ainda a transferência de tecnologia para o Brasil, que então ficaria responsável pela fabricação de componentes para a ISS.
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