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28/03/2006
-
20h46
SALVADOR NOGUEIRA
da Folha de S.Paulo
A visita à Estação Espacial Internacional passa por uma carona na venerável espaçonave russa Soyuz. A versão atual do veículo, designada TMA (transporte modificado avançado, na sigla), não é muito diferente da que voou pela primeira vez em 1967.
Fruto do gênio do engenheiro aeroespacial soviético Sergei Korolev (1906-1966), a Soyuz representa a maior simplicidade possível em vôo espacial --o que se traduz em segurança. Embora os russos tenham chegado a desenvolver uma réplica do ônibus espacial americano, logo perceberam que a manutenção de suas estações tripuladas no espaço saía muito mais barata com o uso de naves Soyuz e Progress (cargueiro em tudo semelhante à versão usada para transporte humano).
É o velho, mas funcional, conceito de nave "descartável". Diferentemente dos ônibus espaciais, uma Soyuz só é usada uma vez. Dos três módulos que a compõem, apenas um retorna em segurança, o que contém os cosmonautas. Os outros dois queimam na atmosfera. Mesmo a cápsula retornada não tem durabilidade suficiente para enfrentar novo vôo. Ou seja, cada missão exige a fabricação de um novo veículo.
Imagine montar um carro que só faz uma viagem. Se pensarmos em qualquer outro meio de transporte, não faz sentido. Mas para enfrentar os rigores das viagens espaciais, que envolvem atingir a velocidade de vôo orbital (cerca de 28 mil quilômetros por hora, 30 vezes mais rápido que um avião de passageiros convencional), por enquanto, esse é o jeito mais barato e seguro.
Se segurança e simplicidade são os fortes --nunca ninguém morreu numa decolagem de Soyuz--, conforto não é a prioridade dessas naves russas. O espaço interno é para lá de claustrofóbico: o volume habitável (lembre-se de que, em um ambiente de microgravidade, dá para se mover nas três dimensões) é de 10 metros cúbicos, mais ou menos o equivalente a um cubo de 2,2 metros de lado para três pessoas.
Trancos
Além disso, os cosmonautas sofrem com a escalada até a órbita --mais rápida e, portanto, mais acelerada que a dos ônibus espaciais americanos.
Eles levam vários trancos, para frente e para trás, com a separação de cada estágio do foguete, e a rápida aceleração se soma à gravidade para fazer com que eles se sintam mais de quatro vezes mais pesados do que na Terra (sensação de "4,5 G", na linguagem dos aviadores). Nos ônibus espaciais, a sensação máxima é de 3 G.
A nave que levará o astronauta Marcos Cesar Pontes e seus colegas Pavel Vinogradov (Rússia) e Jeffrey Williams (EUA) é a oitava do modelo mais recente, fabricado especialmente para uso em conexão com o projeto da Estação Espacial Internacional. Daí sua designação, Soyuz TMA-8.
As mudanças mais significativas feitas na Soyuz TMA, em comparação com sua antecessora (Soyuz TM), foram atualizações em seus sistemas de computador e uma reforma do espaço interno da cápsula de retorno, permitindo tripulantes com até 1,90 m (antes da TMA, que estreou em 2002, a altura máxima era de 1,82m).
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da Folha de S.Paulo
A visita à Estação Espacial Internacional passa por uma carona na venerável espaçonave russa Soyuz. A versão atual do veículo, designada TMA (transporte modificado avançado, na sigla), não é muito diferente da que voou pela primeira vez em 1967.
Fruto do gênio do engenheiro aeroespacial soviético Sergei Korolev (1906-1966), a Soyuz representa a maior simplicidade possível em vôo espacial --o que se traduz em segurança. Embora os russos tenham chegado a desenvolver uma réplica do ônibus espacial americano, logo perceberam que a manutenção de suas estações tripuladas no espaço saía muito mais barata com o uso de naves Soyuz e Progress (cargueiro em tudo semelhante à versão usada para transporte humano).
É o velho, mas funcional, conceito de nave "descartável". Diferentemente dos ônibus espaciais, uma Soyuz só é usada uma vez. Dos três módulos que a compõem, apenas um retorna em segurança, o que contém os cosmonautas. Os outros dois queimam na atmosfera. Mesmo a cápsula retornada não tem durabilidade suficiente para enfrentar novo vôo. Ou seja, cada missão exige a fabricação de um novo veículo.
Imagine montar um carro que só faz uma viagem. Se pensarmos em qualquer outro meio de transporte, não faz sentido. Mas para enfrentar os rigores das viagens espaciais, que envolvem atingir a velocidade de vôo orbital (cerca de 28 mil quilômetros por hora, 30 vezes mais rápido que um avião de passageiros convencional), por enquanto, esse é o jeito mais barato e seguro.
Se segurança e simplicidade são os fortes --nunca ninguém morreu numa decolagem de Soyuz--, conforto não é a prioridade dessas naves russas. O espaço interno é para lá de claustrofóbico: o volume habitável (lembre-se de que, em um ambiente de microgravidade, dá para se mover nas três dimensões) é de 10 metros cúbicos, mais ou menos o equivalente a um cubo de 2,2 metros de lado para três pessoas.
Trancos
Além disso, os cosmonautas sofrem com a escalada até a órbita --mais rápida e, portanto, mais acelerada que a dos ônibus espaciais americanos.
Eles levam vários trancos, para frente e para trás, com a separação de cada estágio do foguete, e a rápida aceleração se soma à gravidade para fazer com que eles se sintam mais de quatro vezes mais pesados do que na Terra (sensação de "4,5 G", na linguagem dos aviadores). Nos ônibus espaciais, a sensação máxima é de 3 G.
A nave que levará o astronauta Marcos Cesar Pontes e seus colegas Pavel Vinogradov (Rússia) e Jeffrey Williams (EUA) é a oitava do modelo mais recente, fabricado especialmente para uso em conexão com o projeto da Estação Espacial Internacional. Daí sua designação, Soyuz TMA-8.
As mudanças mais significativas feitas na Soyuz TMA, em comparação com sua antecessora (Soyuz TM), foram atualizações em seus sistemas de computador e uma reforma do espaço interno da cápsula de retorno, permitindo tripulantes com até 1,90 m (antes da TMA, que estreou em 2002, a altura máxima era de 1,82m).
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