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03/05/2006
-
12h31
da Folha de S.Paulo
Depois de ficar 66 anos sem ser visto por pesquisadores no Brasil e ter sido considerado extinto no país, o pássaro tiê-bicudo foi redescoberto em Goiás.
A ave foi encontrada por acaso pelo ornitólogo Dante Buzzetti no Parque Nacional das Emas, em 2004. Passou-se um ano e meio até ele ter certeza de que se tratava mesmo do tiê-bicudo (Conothraupis mesoleuca) --foi preciso comparar a ave com descrições de um museu na França.
Segundo Buzzetti, quando um animal passa mais de 50 anos sem ser encontrado no país, ele é considerado extinto. O tiê-bicudo provavelmente não foi visto mais porque seu habitat é diferente do que os ornitólogos pensavam. Ele não vive no cerradão, mas em áreas mais alagadas.
Apesar de suas características já serem conhecidas, o canto do tiê-bicudo era inédito. A fêmea, que nunca havia sido vista por um pesquisador, também foi analisada. Ela foi encontrada alguns dias antes do macho.
"Eu estava trabalhando no parque com uma ave noturna, bacurau-do-rabo-branco. Um amigo suspeitou ter visto a espécie. Como minha especialidade é bioacústica, reconheço as aves pelo canto e me intriguei quando ouvi um som desconhecido." Depois, ele gravou o som novo e o reproduziu para a ave ouvir. Então, ela se aproximou.
Alguns dias depois de ver a fêmea, Buzzetti voltou ao local e avistou o macho, que tem um canto melodioso --a fêmea só emite som de uma nota.
Agora, o ornitólogo pretende fazer a descrição da fêmea e da vocalização da espécie. "O tiê-bicudo tem uma vocalização para fazer chamado. É algo simples, uma nota só. E também tem um canto mais melodioso que serve para defender o território."
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Depois de ficar 66 anos sem ser visto por pesquisadores no Brasil e ter sido considerado extinto no país, o pássaro tiê-bicudo foi redescoberto em Goiás.
Divulgação |
Tiê-bicudo sumiu por 66 anos |
Segundo Buzzetti, quando um animal passa mais de 50 anos sem ser encontrado no país, ele é considerado extinto. O tiê-bicudo provavelmente não foi visto mais porque seu habitat é diferente do que os ornitólogos pensavam. Ele não vive no cerradão, mas em áreas mais alagadas.
Apesar de suas características já serem conhecidas, o canto do tiê-bicudo era inédito. A fêmea, que nunca havia sido vista por um pesquisador, também foi analisada. Ela foi encontrada alguns dias antes do macho.
"Eu estava trabalhando no parque com uma ave noturna, bacurau-do-rabo-branco. Um amigo suspeitou ter visto a espécie. Como minha especialidade é bioacústica, reconheço as aves pelo canto e me intriguei quando ouvi um som desconhecido." Depois, ele gravou o som novo e o reproduziu para a ave ouvir. Então, ela se aproximou.
Alguns dias depois de ver a fêmea, Buzzetti voltou ao local e avistou o macho, que tem um canto melodioso --a fêmea só emite som de uma nota.
Agora, o ornitólogo pretende fazer a descrição da fêmea e da vocalização da espécie. "O tiê-bicudo tem uma vocalização para fazer chamado. É algo simples, uma nota só. E também tem um canto mais melodioso que serve para defender o território."
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