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18/07/2006
-
16h18
da France Presse, em Washington
O Senado americano se preparava nesta terça-feira para aprovar uma lei que obriga o governo a conceder mais dinheiro à pesquisa com células-tronco embrionárias, em um desafio ao presidente George W. Bush, que assegurou que a vetará por motivos éticos.
A Casa Branca voltou a afirmar que Bush usaria o veto pela primeira vez desde que ocupa a presidência porque considera "imoral" o projeto de lei que tem por objetivo flexibilizar os limites da pesquisa com células-tronco embrionárias, adotados há cinco anos por iniciativa do presidente.
"A destruição de uma vida humana em formação para a pesquisa traz graves problemas éticos", destacou a Casa Branca. Bush, assim como setores religiosos, considera que os embriões congelados utilizados na pesquisa sobre células-tronco já representam um início de vida humana.
No entanto, quase três quartos dos americanos se dizem favoráveis ao desenvolvimento da pesquisa médica sobre células-tronco e o projeto de lei em debate, já adotado pela Câmara de Representantes há mais de um ano, é apoiado por personalidades ilustres da direita americana, como Nancy Reagan, viúva do ex-presidente republicano Ronald Reagan (1981-89), que morreu após uma longa luta contra o mal de Alzheimer.
Cientistas políticos afirmam que Bush mostra neste debate a posição da direita mais radical para um benefício político incerto. Stephen Hess, cientista político da Brookings Institution, avalia que o veto presidencial "não o fará ganhar grande coisa entre os conservadores e poderia custar caro entre os moderados". "É um dano para ele e para seu partido", avaliou por sua vez Larry Sabato, cientista político da Universidade de Virgínia (sudeste dos EUA).
Bioética
De fato, a menos de quatro meses de eleições parlamentares que se anunciam disputadas, a oposição democrata não hesita em tornar a bioética tema de campanha.
"Temos na ponta dos dedos terapias bastante inovadoras, mas que, por razões políticas, podem ficar fora de alcance", lamentou nesta terça-feira o ex-candidato democrata à Presidência, John Kerry.
O projeto de lei busca suspender os limites sobre o financiamento com recursos federais da pesquisa sobre células-tronco embrionárias. Atualmente, os cientistas só podem usar recursos federais para trabalhar com colônias de células-tronco cultivadas antes de agosto de 2001, muitas das quais já não são utilizáveis. Com a nova lei, poderiam trabalhar com material mais recente em um estrito âmbito regulamentado.
Espera-se uma rápida reação da Casa Branca depois da votação do Senado, nesta terça-feira. A Câmara de Representantes organizará uma nova votação do texto durante a semana, mas é difícil que consiga os dois terços necessários para contrabalançar o veto.
Por sua vez, o presidente promulgaria rapidamente outros dois textos sobre bioética, debatidos na terça-feira no Senado e na Câmara de Representantes. Um se refere ao desenvolvimento da pesquisa com células-tronco não-embrionárias, consideradas menos promissoras que as embrionárias pela maioria dos cientistas. O outro aponta para "proibir a aceitação ou a pesquisa de tecidos provenientes de fetos especialmente desenvolvidos com fins de pesquisa".
Especial
Leia o que já foi publicado sobre células-tronco
Bush deve barrar projeto de lei de pesquisas com células-tronco
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O Senado americano se preparava nesta terça-feira para aprovar uma lei que obriga o governo a conceder mais dinheiro à pesquisa com células-tronco embrionárias, em um desafio ao presidente George W. Bush, que assegurou que a vetará por motivos éticos.
A Casa Branca voltou a afirmar que Bush usaria o veto pela primeira vez desde que ocupa a presidência porque considera "imoral" o projeto de lei que tem por objetivo flexibilizar os limites da pesquisa com células-tronco embrionárias, adotados há cinco anos por iniciativa do presidente.
"A destruição de uma vida humana em formação para a pesquisa traz graves problemas éticos", destacou a Casa Branca. Bush, assim como setores religiosos, considera que os embriões congelados utilizados na pesquisa sobre células-tronco já representam um início de vida humana.
No entanto, quase três quartos dos americanos se dizem favoráveis ao desenvolvimento da pesquisa médica sobre células-tronco e o projeto de lei em debate, já adotado pela Câmara de Representantes há mais de um ano, é apoiado por personalidades ilustres da direita americana, como Nancy Reagan, viúva do ex-presidente republicano Ronald Reagan (1981-89), que morreu após uma longa luta contra o mal de Alzheimer.
Cientistas políticos afirmam que Bush mostra neste debate a posição da direita mais radical para um benefício político incerto. Stephen Hess, cientista político da Brookings Institution, avalia que o veto presidencial "não o fará ganhar grande coisa entre os conservadores e poderia custar caro entre os moderados". "É um dano para ele e para seu partido", avaliou por sua vez Larry Sabato, cientista político da Universidade de Virgínia (sudeste dos EUA).
Bioética
De fato, a menos de quatro meses de eleições parlamentares que se anunciam disputadas, a oposição democrata não hesita em tornar a bioética tema de campanha.
"Temos na ponta dos dedos terapias bastante inovadoras, mas que, por razões políticas, podem ficar fora de alcance", lamentou nesta terça-feira o ex-candidato democrata à Presidência, John Kerry.
O projeto de lei busca suspender os limites sobre o financiamento com recursos federais da pesquisa sobre células-tronco embrionárias. Atualmente, os cientistas só podem usar recursos federais para trabalhar com colônias de células-tronco cultivadas antes de agosto de 2001, muitas das quais já não são utilizáveis. Com a nova lei, poderiam trabalhar com material mais recente em um estrito âmbito regulamentado.
Espera-se uma rápida reação da Casa Branca depois da votação do Senado, nesta terça-feira. A Câmara de Representantes organizará uma nova votação do texto durante a semana, mas é difícil que consiga os dois terços necessários para contrabalançar o veto.
Por sua vez, o presidente promulgaria rapidamente outros dois textos sobre bioética, debatidos na terça-feira no Senado e na Câmara de Representantes. Um se refere ao desenvolvimento da pesquisa com células-tronco não-embrionárias, consideradas menos promissoras que as embrionárias pela maioria dos cientistas. O outro aponta para "proibir a aceitação ou a pesquisa de tecidos provenientes de fetos especialmente desenvolvidos com fins de pesquisa".
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