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21/07/2006 - 18h27

Cientistas argentinos descobrem gigantesco dinossauro herbívoro

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da France Presse, em Buenos Aires

Cientistas argentinos apresentaram nesta sexta-feira restos fósseis do "puertassauro" (Puertasaurus reuili), um dos maiores dinossauros descobertos no mundo, encontrados na província de Santa Cruz, nos Andes austrais, sul da Argentina.

"A descoberta confirma a grande importância da região patagônica para compreender a evolução dos dinossauros", disse o paleontólogo Fernando Novas, após fazer o anúncio, durante entrevista coletiva, no Museu Argentino de Ciências Naturais.

Novas chefiou a expedição que encontrou os restos, financiada pela americana National Geographic Society e pelas organizações científicas do governo argentino Conicet e Agência Nacional de Promoção Científica.

O "puertassauro" pertence ao grupo dos saurópodes, dinossauros herbívoros quadrúpedes de pescoço e cauda alongados, que dominaram os ambientes patagônicos durante grande parte da era mesozóica.

Os restos o identificam como o maior de todos os animais terrestres encontrados até agora, segundo os cientistas. Trata-se de quatro vértebras de pescoço, do dorso e da cauda, que pertencem a um exemplar que tinha de 35 a 40 metros de comprimento.

A dimensão é similar à do argentinossauro (Argentinosaurus huinculensis), encontrado na província argentina de Neuquén, titular do recorde de tamanho na fauna terrestre.

A vértebra cervical encontrada mede 1,20 metro de comprimento por 1,40 de largura e uma primeira vértebra das costas tem 1,70 metros por 1. A princípio, as duas superam em tamanho as peças similares do argentinossauro.

O "puertassauro" viveu há aproximadamente 70 milhões de anos, ou seja, pouco antes da extinção em massa que afetou a vida na Terra, há 65 milhões de anos.

Novas destacou que até o momento se acreditava que a era de maior esplendor dos dinossauros, na qual atingiram maior tamanho e diversidade, havia transcorrido há 90 ou 100 milhões de anos. "Esta descoberta demonstra que esta linhagem de tamanho descomunal sobreviveu até o fim da era dos dinossauros, quando o normal ao descobrir fósseis desta fase eram animais muito menores, de 6 metros, por exemplo", explicou Novas.

O cientista também destacou fato destes serem "os restos mais austrais descobertos em toda a América". "São muito interessantes para fazer comparações e estudos com os fósseis da Antártica, em uma época em que os dois continentes estavam muito próximos, talvez separados apenas por um braço de mar. E no entanto, os fósseis não são gigantes, são muito menores", descreveu.

A descoberta ocorreu em 2001 no monte Los Hornos, perto do lago Viedma, nos Andes patagônicos, 2.800 km ao sul, e fazer os estudos comparativos que levaram a determinar que se tratava de uma espécie desconhecida levou cinco anos.

Novas, que é antropólogo profissional desde 1984, informou que dada a extraordinária massa dos restos para extraí-los foi preciso empreender esforços especiais.

"As vértebras tiveram que ser envoltas em várias camadas de gesso, estopa e vários metros de arame para dar a resistência suficiente para transportar por terrenos abruptos do sul patagônico estes volumes que pesavam meia tonelada cada um", detalhou.

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