Publicidade
Publicidade
25/07/2006
-
17h07
da Efe, na Cidade do Vaticano
O Vaticano fez um duro pronunciamento contra o acordo da União Européia sobre pesquisas com células-tronco embrionárias, afirmando que "quando se trata de suprimir a vida, alguns logo se apresentam", e que este tipo de pesquisa é "o macabro produto de um senso errôneo de progresso".
"Algumas coisas não mudam. Os mesmos conceitos, as mesmas frases, os mesmos comportamentos. Assim, ao menos na Itália, quando se trata de suprimir a vida, há aqueles que sempre se apresentam", afirmou o "L'Osservatore Romano", jornal oficial do Vaticano, em sua edição de hoje.
Comentando o acordo ratificado pelos países da UE, que permitirá o financiamento com fundos europeus de projetos de pesquisa com células-tronco embrionárias nos países onde essas práticas sejam autorizadas, o jornal da Santa Sé afirmou que a situação remete à época em que foram aprovados o divórcio e o aborto na Itália.
A publicação afirmou que, nos tempos do divórcio, se afirmava que "isso daria início ao progresso", ao tempo em que quando se discutia o aborto, se falava que traria "progresso à civilização".
"Como se a sociedade pudesse progredir matando um ser vivo, ao qual não se reconhece nenhum direito", acrescentou o jornal, que vem chamando os políticos, ironicamente, de "netos do progresso".
A publicação assinala que a pesquisa com células-tronco vem sendo apresentada como a "entrada no espaço da pesquisa", e que por isso, para ser um país moderno, "é preciso pesquisar com os embriões". 'O governo decidiu ficar ao lado da maioria no Conselho de ministros europeus, votando a favor da experimentação com células-tronco", disse o jornal.
O "L'Osservatore Romano" cita as afirmações de vários deputados conservadores italianos, entre eles o ex-ministro Rocco Buttiglione, que classifica o acordo de Bruxelas como "hipócrita e inaceitável". O ex-ministro considera que o acordo aprovado pela UE não financiará diretamente a destruição de embriões, mas a pesquisa sobre linhas embrionárias derivadas da destruição de embriões.
"Um laboratório privado poderia destruir os embriões para obter linhas de células para vender aos pesquisadores que se aproveitarem do financiamento europeu", diz Buttiglione. Segundo o jornal da Santa Sé, trata-se de um "comércio macabro".
As críticas do Vaticano foram respondidas imediatamente por políticos da coalizão governamental italiana, como o socialista Roberto Villetti, que acusa o Vaticano de tentar "frear qualquer idéia de progresso". Villetti acrescentou que a posição do jornal lembra a dos tempos de Galileu.
O ministro italiano para a Pesquisa Científica, Fabio Mussi, afirmou que o Vaticano "ignora" as práticas correntes neste campo, e considerou o acordo de Bruxelas um "êxito".
O presidente do Pontifício Conselho para a Vida, Elio Sgreccia, disse nesta terça-feira que o acordo aprovado pela UE é "inaceitável para a Igreja".
Leia mais
Porta-voz de Bush se desculpa por declaração sobre células-tronco
Stephen Hawking critica EUA e UE por postura sobre células-tronco
Veto a pesquisa com células-tronco reacende debate nos EUA 20/07/2006
Bush usa veto pela 1ª vez em projeto de lei sobre célula-tronco
Especial
Leia o que já foi publicado sobre células-tronco
Pesquisa com células-tronco embrionárias é "macabra", diz Vaticano
Publicidade
O Vaticano fez um duro pronunciamento contra o acordo da União Européia sobre pesquisas com células-tronco embrionárias, afirmando que "quando se trata de suprimir a vida, alguns logo se apresentam", e que este tipo de pesquisa é "o macabro produto de um senso errôneo de progresso".
"Algumas coisas não mudam. Os mesmos conceitos, as mesmas frases, os mesmos comportamentos. Assim, ao menos na Itália, quando se trata de suprimir a vida, há aqueles que sempre se apresentam", afirmou o "L'Osservatore Romano", jornal oficial do Vaticano, em sua edição de hoje.
Comentando o acordo ratificado pelos países da UE, que permitirá o financiamento com fundos europeus de projetos de pesquisa com células-tronco embrionárias nos países onde essas práticas sejam autorizadas, o jornal da Santa Sé afirmou que a situação remete à época em que foram aprovados o divórcio e o aborto na Itália.
A publicação afirmou que, nos tempos do divórcio, se afirmava que "isso daria início ao progresso", ao tempo em que quando se discutia o aborto, se falava que traria "progresso à civilização".
"Como se a sociedade pudesse progredir matando um ser vivo, ao qual não se reconhece nenhum direito", acrescentou o jornal, que vem chamando os políticos, ironicamente, de "netos do progresso".
A publicação assinala que a pesquisa com células-tronco vem sendo apresentada como a "entrada no espaço da pesquisa", e que por isso, para ser um país moderno, "é preciso pesquisar com os embriões". 'O governo decidiu ficar ao lado da maioria no Conselho de ministros europeus, votando a favor da experimentação com células-tronco", disse o jornal.
O "L'Osservatore Romano" cita as afirmações de vários deputados conservadores italianos, entre eles o ex-ministro Rocco Buttiglione, que classifica o acordo de Bruxelas como "hipócrita e inaceitável". O ex-ministro considera que o acordo aprovado pela UE não financiará diretamente a destruição de embriões, mas a pesquisa sobre linhas embrionárias derivadas da destruição de embriões.
"Um laboratório privado poderia destruir os embriões para obter linhas de células para vender aos pesquisadores que se aproveitarem do financiamento europeu", diz Buttiglione. Segundo o jornal da Santa Sé, trata-se de um "comércio macabro".
As críticas do Vaticano foram respondidas imediatamente por políticos da coalizão governamental italiana, como o socialista Roberto Villetti, que acusa o Vaticano de tentar "frear qualquer idéia de progresso". Villetti acrescentou que a posição do jornal lembra a dos tempos de Galileu.
O ministro italiano para a Pesquisa Científica, Fabio Mussi, afirmou que o Vaticano "ignora" as práticas correntes neste campo, e considerou o acordo de Bruxelas um "êxito".
O presidente do Pontifício Conselho para a Vida, Elio Sgreccia, disse nesta terça-feira que o acordo aprovado pela UE é "inaceitável para a Igreja".
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Gel contraceptivo masculino é aprovado em testes com macacos
- Sons irritantes de mastigação fazem parte do cérebro entrar em parafuso
- Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
- Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
- Conheça as histórias de mulheres de sucesso na Nasa
+ Comentadas
- Criatura em forma de saco e sem ânus poderia ser antepassado do homem
- Atritos entre governo estadual e Fapesp são antigos, dizem cientistas
+ EnviadasÍndice