Publicidade
Publicidade
11/08/2006
-
12h15
ANTONIO JARA
da Efe, no Cairo
Quatro múmias de faraós e sete de grandes sacerdotes e suas mulheres foram restauradas e "rejuvenescidas" para serem expostas pela primeira vez no centenário Museu Egípcio.
As múmias ficam numa sala do segundo andar do museu. O local tem ar-condicionado, privilégio que não existe nos outros salões do museu, e uma iluminação mais fraca. O ambiente desperta nos visitantes um respeito quase sagrado.
Com a nova coleção, são já 22 as múmias humanas expostas no museu. Outras 11 ocupam há dez anos a famosa Sala das Múmias, uma das atrações principais do museu.
A visita às duas salas será cobrada à parte da entrada principal do museu. O preço é de 100 libras egípcias (cerca de 13 euros, ou US$ 16,6).
As vitrines onde repousam as novas múmias "estão equipadas com um moderno sistema regulador de temperatura e umidade, para impedir o desenvolvimento de parasitas e bactérias nos corpos", explicou Wafa al-Sediq, diretora do museu.
A sala foi desenhada com um céu abobadado, ao estilo das tumbas faraônicas onde jaziam as múmias há milênios. Elas foram encontradas na margem oeste do Nilo, que é a "margem da morte". Na margem leste, a da vida, ficavam os templos e palácios do Antigo Egito.
"As 11 múmias estréiam com um aspecto melhor, graças ao tratamento que receberam dos especialistas", comentou Sediq. A diretora explica que quatro das múmias são dos faraós Ramsés 3º, Ramsés 4º, Ramsés 5º e Ramsés 9º, todos pertencente à 20ª dinastia (1183-1070 a.C.).
"Ramsés 3º foi o faraó que conseguiu expulsar as hordas de invasores que chegavam ao Egito do sul da Europa pelo mar Mediterrâneo. Morreu provavelmente envenenado por sua mulher, como parte de uma conspiração", contou.
Sacerdotes
As outras sete múmias pertencem a dois grandes sacerdotes, duas mulheres de um deles, duas sacerdotisas e a mulher de outro clérigo, todos da 21ª dinastia (935-1064 a.C.), informou a egiptóloga Omaima al-Hasanein, uma das responsáveis pela conservação de peças do museu.
Os dois grandes sacerdotes são Pinudjem 2º e Djedptahiufankh, que governaram como faraós em Tebas, a antiga capital do Egito, localizada onde hoje fica a cidade de Luxor, cerca de 700 quilômetros ao sul do Cairo.
As múmias femininas são de Isetemkheb e Nesikhonsu, mulheres de Pinudjem 2º; Henettawy, casada com o sacerdote Penudjem 1º; e as sacerdotisas Nodjmet e Maatkare.
"Durante o processo de restauração de Isetemkheb, os exames radiológicos demonstraram que ela sofria de artrite e apresentava cáries", comentou Hasanein. A cientista destacou que as múmias das cinco mulheres são as que mais atraem os visitantes.
Entre elas se destaca Nodjmet, por seus atraentes olhos postiços de pedra pintada, brancos, com uma pupila escura em seu centro, além de sua peruca e seus supercílios naturais. Nesikhonsu chama a atenção pelas tranças implantadas em sua cabeça, ressaltou a egiptóloga.
A sacerdotisa Maatkare, por sua vez, tem uma máscara sobre seu rosto e três amuletos de couro sobre o peito. Ela desperta a simpatia do público por estar acompanhada da múmia de um pequeno macaco, que foi descoberto junto a ela.
"Todas essas múmias, descobertas em 1881 num esconderijo da margem oeste do Nilo, em Luxor, foram restauradas e depois ocultas por Pinudjem 2º, que temia a ação dos saqueadores de túmulos da época" lembra Hasanein.
A egiptóloga explicou que os sacerdotes, dedicados ao culto do deus Amon, governaram como reis em Tebas depois da crise entre eles e os faraós da 21ª dinastia, que tinham sua capital em Tanis, na atual província de al-Sharquiya, a nordeste do Cairo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre arqueologia no Egito
Museu egípcio expõe múmias "rejuvenescidas"
Publicidade
da Efe, no Cairo
Quatro múmias de faraós e sete de grandes sacerdotes e suas mulheres foram restauradas e "rejuvenescidas" para serem expostas pela primeira vez no centenário Museu Egípcio.
As múmias ficam numa sala do segundo andar do museu. O local tem ar-condicionado, privilégio que não existe nos outros salões do museu, e uma iluminação mais fraca. O ambiente desperta nos visitantes um respeito quase sagrado.
Com a nova coleção, são já 22 as múmias humanas expostas no museu. Outras 11 ocupam há dez anos a famosa Sala das Múmias, uma das atrações principais do museu.
A visita às duas salas será cobrada à parte da entrada principal do museu. O preço é de 100 libras egípcias (cerca de 13 euros, ou US$ 16,6).
AP Photo |
As múmias são a grande atração do museu |
A sala foi desenhada com um céu abobadado, ao estilo das tumbas faraônicas onde jaziam as múmias há milênios. Elas foram encontradas na margem oeste do Nilo, que é a "margem da morte". Na margem leste, a da vida, ficavam os templos e palácios do Antigo Egito.
"As 11 múmias estréiam com um aspecto melhor, graças ao tratamento que receberam dos especialistas", comentou Sediq. A diretora explica que quatro das múmias são dos faraós Ramsés 3º, Ramsés 4º, Ramsés 5º e Ramsés 9º, todos pertencente à 20ª dinastia (1183-1070 a.C.).
"Ramsés 3º foi o faraó que conseguiu expulsar as hordas de invasores que chegavam ao Egito do sul da Europa pelo mar Mediterrâneo. Morreu provavelmente envenenado por sua mulher, como parte de uma conspiração", contou.
Sacerdotes
As outras sete múmias pertencem a dois grandes sacerdotes, duas mulheres de um deles, duas sacerdotisas e a mulher de outro clérigo, todos da 21ª dinastia (935-1064 a.C.), informou a egiptóloga Omaima al-Hasanein, uma das responsáveis pela conservação de peças do museu.
Os dois grandes sacerdotes são Pinudjem 2º e Djedptahiufankh, que governaram como faraós em Tebas, a antiga capital do Egito, localizada onde hoje fica a cidade de Luxor, cerca de 700 quilômetros ao sul do Cairo.
As múmias femininas são de Isetemkheb e Nesikhonsu, mulheres de Pinudjem 2º; Henettawy, casada com o sacerdote Penudjem 1º; e as sacerdotisas Nodjmet e Maatkare.
"Durante o processo de restauração de Isetemkheb, os exames radiológicos demonstraram que ela sofria de artrite e apresentava cáries", comentou Hasanein. A cientista destacou que as múmias das cinco mulheres são as que mais atraem os visitantes.
Entre elas se destaca Nodjmet, por seus atraentes olhos postiços de pedra pintada, brancos, com uma pupila escura em seu centro, além de sua peruca e seus supercílios naturais. Nesikhonsu chama a atenção pelas tranças implantadas em sua cabeça, ressaltou a egiptóloga.
A sacerdotisa Maatkare, por sua vez, tem uma máscara sobre seu rosto e três amuletos de couro sobre o peito. Ela desperta a simpatia do público por estar acompanhada da múmia de um pequeno macaco, que foi descoberto junto a ela.
"Todas essas múmias, descobertas em 1881 num esconderijo da margem oeste do Nilo, em Luxor, foram restauradas e depois ocultas por Pinudjem 2º, que temia a ação dos saqueadores de túmulos da época" lembra Hasanein.
A egiptóloga explicou que os sacerdotes, dedicados ao culto do deus Amon, governaram como reis em Tebas depois da crise entre eles e os faraós da 21ª dinastia, que tinham sua capital em Tanis, na atual província de al-Sharquiya, a nordeste do Cairo.
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Gel contraceptivo masculino é aprovado em testes com macacos
- Sons irritantes de mastigação fazem parte do cérebro entrar em parafuso
- Continente perdido há milhões de anos é achado debaixo do Oceano Índico
- Por que é tão difícil definir o que é vida e o que são seres 'vivos'
- Conheça as histórias de mulheres de sucesso na Nasa
+ Comentadas
- Criatura em forma de saco e sem ânus poderia ser antepassado do homem
- Atritos entre governo estadual e Fapesp são antigos, dizem cientistas
+ EnviadasÍndice