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08/11/2006 - 09h36

Brasil cria rede para pesquisar fusão nuclear como alternativa energética

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da Folha Online

O ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, assinou ontem , no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), a portaria que cria uma Rede Nacional de Fusão (RNF). A iniciativa pretende reunir, inicialmente, 70 pesquisadores de 17 instituições nacionais para desenvolver pesquisas na área de tecnologia de fusão nuclear. A cerimônia foi organizada pela Sociedade Brasileira de Física (SBF).

Segundo comunicado à imprensa, a RNF já tem garantido, para este ano, R$ 1 milhão para sua implantação. "A partir do ano que vem os recursos sairão por meio de editais", afirmou o ministro.

Segundo Rezende, embora a tecnologia da fusão nuclear só venha a ter aplicações práticas em 30 ou 40 anos, o Brasil precisa estar preparado para quando isso ocorrer. "Se não investirmos em pesquisa nessa área, quando a aplicação vier, não teremos condições de aproveitá-la", explicou.

Segundo presidente da SBF, Adalberto Fazzio, o objetivo da RNF é promover o avanço da pesquisa em fusão nuclear no Brasil, desenvolvendo capacitação científica e técnica, necessárias para a viabilização da tecnologia como fonte de energia.

"É fundamental que o país estabeleça uma política energética atendendo a demanda imediata sem esquecer o médio e o longo prazo, explorando as diversas alternativas existentes", disse Fazzio.

Aplicação

A fusão nuclear controlada teve sua viabilidade científica demonstrada nos anos 90, com equipamentos denominados "tokamaks" --pequenos reatores onde ocorre a fusão de núcleos atômicos. Os primeiros experimentos foram realizados na Europa, com o Joint European Torus (JET) e, nos Estados Unidos, com o Tokamak Fusion Test Reactor (TFTR).

O próximo desafio é desenvolver reatores grandes o suficiente para gerar energia para abastecimento público. Já existe projeto de um protótipo de reator de fusão nuclear chamado International Thermonuclear Experimental Reactor (Iter), que será construído na França.

O protótipo é resultado da colaboração internacional entre a Comunidade Européia, Rússia, Japão e Estados Unidos. Recentemente, China, Coréia do Sul e Índia juntaram-se ao grupo. "A intenção do Brasil é ir gradualmente se integrando ao Iter", revelou Rezende em comunicado à imprensa.

O Brasil já vem realizando pesquisas na área há cerca de 30 anos, com grupos de cientistas em várias instituições. A RNF pretende coordenar e ampliar essas atividades, estabelecer prioridades e gerenciar as colaborações internacionais.

Com a RNF, o Brasil pretende desenvolver tecnologias próprias e ingressar no esforço internacional que busca viabilizar o uso da fusão nuclear em larga escala. Para o futuro, está prevista a criação de um Laboratório Nacional de Fusão.

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