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14/11/2006 - 09h06

Brasil é oitavo em proteção de clima

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ANA FLOR
Colaboração para Folha de S.Paulo, em Nairóbi

O Brasil ficou em oitavo lugar em um ranking que analisou os países que mais combateram mudanças climáticas no último ano, atrás de seis países europeus e da Argentina.

O trabalho, chamado de Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas, foi organizado pela ONG Germanwatch, que analisou as emissões de carbono na atmosfera resultantes da produção de energia, a tendência de emissões por setor e as políticas domésticas e internacionais na área de mudança climática. Os resultados foram divulgados ontem em Nairóbi, durante a COP-12 (12ª Conferência das Partes) da Convenção do Clima da ONU.

Apesar de ter ficado entre os dez primeiros colocados, o Brasil perdeu uma melhor posição por não ter mais políticas internas para mitigação das mudanças climáticas e por não apresentar uma postura internacional mais "progressista" na área, segundo a ONG.

O ranking classificou a Índia logo atrás do Brasil, em nono. A China foi o terceiro pior colocado --por causa de sua matriz energética, baseada em carvão.

Christoph Bals, organizador do estudo, disse que o Brasil vai bem em termos de emissões de carbono --não entram no cálculo emissões causadas por desmatamento-- e em tendências de emissão por setor econômico. Por esses dois aspectos, o país merecia estar entre os cinco primeiros da lista.

No entanto, "se fossem analisadas somente as políticas, o Brasil estaria entre os cinco últimos, ao lado dos EUA e da Arábia Saudita", disse Bals. "O Brasil não é um país que bloqueia as negociações, mas tampouco pressiona para levá-las adiante", disse Matthias Duwe, diretor-executivo para a Europa da Climate Action Network, rede de ONGs que, na última sexta-feira, deu ao Brasil o título de "fóssil do dia" em Nairóbi.

Autoridade

A delegação brasileira se recusou a comentar o ranking. Segundo um dos negociadores brasileiros, a delegação desconhece os especialistas que teriam opinado sobre a política externa brasileira na área.

O trabalho analisou a situação em 56 países que, individualmente, respondem por 1% ou mais das emissões globais de carbono. Os dados utilizados são da IEA (Agência International de Energia, na sigla em inglês). A análise das políticas domésticas foi realizada por especialistas dos países estudados, enquanto que especialistas internacionais fizeram comentários sobre as posições internacionais de cada país.

Na composição dos dados, as tendências de emissões representaram 50% do peso final, as emissões lançadas na atmosfera, 30%, e as políticas, 20%.

Apesar de a Suécia ter ficado em primeiro lugar no ranking, os organizadores do estudo deixaram claro que não há "vencedores". "Se a proteção do ambiente fosse uma prova olímpica, nenhum país conseguiria uma medalha", disse Duwe, reforçando que os resultados demonstram que esforços feitos até agora para mitigar o efeito estufa são insuficientes.

A posição dos países nas piores colocações variou entre uma grande quantidade de emissões e boas políticas, como a China, e a péssima postura internacional e a falta de ação interna, como os EUA, a Austrália e o Canadá.

Da forma como o índice foi organizado, a mudança nas políticas públicas de um país pode ter resultado imediato no ranking do ano seguinte. "Se os Estados Unidos, atualmente entre os cinco piores, fossem tão progressivos quanto o Reino Unido, subiriam pelo menos 30 posições", afirmou Bals.

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