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30/11/2006
-
09h35
da Folha de S.Paulo
A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite em votação simbólica um projeto que disciplina as formas de exploração e preservação de áreas da mata atlântica. O texto, que estava em discussão havia mais de 14 anos, segue agora para sanção presidencial.
Os parlamentares aprovaram 14 das 15 emendas ao projeto, que vieram do Senado. A rejeitada tratava de indenização aos empresários que não pudessem explorar economicamente terreno que passará a ser protegido pela nova lei. Deputados da bancada ruralista eram contra a emenda, por restringir as indenizações.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pressionou ontem pela aprovação da Lei da Mata Atlântica, que tinha a resistência de setores empresariais como madeireiras e empresas de celulose.
"Temos hoje a aprovação do instrumento que vem contribuir para a preservação dos menos de 8% do que ainda resta da mata atlântica", disse a ministra, por meio de nota divulgada após a aprovação.
"Daqui para a frente, nós não só poderemos poupar 100 mil hectares por ano mas também resguardar em toda a parte a vigorosa mata que abriga os sonhos e lutas do movimento socioambiental brasileiro", avaliou.
O projeto aprovado tem como objetivo assegurar a exploração econômica das áreas de mata atlântica sem comprometer a conservação do ecossistema nem prejudicar as comunidades tradicionais.
Pela proposta, o corte, a supressão e a exploração da vegetação serão feitos de maneira diferenciada, dependendo do grau de preservação da vegetação. Quanto mais preservada a vegetação, maior o nível de proteção estabelecido.
Outro aspecto relevante do projeto aprovado é a criação de diversos incentivos econômicos para estimular principalmente o proprietário rural a conservar os remanescentes de mata atlântica.
O proprietário ou posseiro que tenha vegetação em estágios avançado e médio de regeneração poderá ter, por exemplo, prioridade na obtenção de crédito agrícola, prazo diferenciado de pagamento e juros inferiores.
A proposta, de autoria do ex-deputado Fabio Feldman, tramitava há quase 15 anos na Casa. O texto foi aprovado na Câmara em 2003, depois de um acordo realizado entre ambientalistas e ruralistas, e então foi para o Senado. Como o Senado alterou o texto original, ele precisou ser votado novamente pela Câmara.
Efeitos práticos
Para Fabio Feldman, a aprovação tem importância simbólica e também prática. "É uma resposta a uma demanda de 20 anos atrás. E, legalmente, protege as áreas originais de mata atlântica para as futuras gerações", disse.
Segundo ele, a aprovação não veio "tarde demais". "Isso mostra, entretanto, que para a sustentabilidade brasileira e do planeta há que se enfrentar muita resistência."
Na opinião de Mario Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, o projeto da mata atlântica desfaz o equívoco do decreto 750/92, "que só falava não pode, não pode". "A palavra 'não' sumiu do texto, o projeto diz como se deve fazer", afirmou.
Ele disse ainda que o projeto foi atualizado ao longo do tempo e teve grande participação popular durante a tramitação --com mobilizações e abaixo-assinados.
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A Câmara dos Deputados aprovou ontem à noite em votação simbólica um projeto que disciplina as formas de exploração e preservação de áreas da mata atlântica. O texto, que estava em discussão havia mais de 14 anos, segue agora para sanção presidencial.
Os parlamentares aprovaram 14 das 15 emendas ao projeto, que vieram do Senado. A rejeitada tratava de indenização aos empresários que não pudessem explorar economicamente terreno que passará a ser protegido pela nova lei. Deputados da bancada ruralista eram contra a emenda, por restringir as indenizações.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pressionou ontem pela aprovação da Lei da Mata Atlântica, que tinha a resistência de setores empresariais como madeireiras e empresas de celulose.
"Temos hoje a aprovação do instrumento que vem contribuir para a preservação dos menos de 8% do que ainda resta da mata atlântica", disse a ministra, por meio de nota divulgada após a aprovação.
"Daqui para a frente, nós não só poderemos poupar 100 mil hectares por ano mas também resguardar em toda a parte a vigorosa mata que abriga os sonhos e lutas do movimento socioambiental brasileiro", avaliou.
O projeto aprovado tem como objetivo assegurar a exploração econômica das áreas de mata atlântica sem comprometer a conservação do ecossistema nem prejudicar as comunidades tradicionais.
Pela proposta, o corte, a supressão e a exploração da vegetação serão feitos de maneira diferenciada, dependendo do grau de preservação da vegetação. Quanto mais preservada a vegetação, maior o nível de proteção estabelecido.
Outro aspecto relevante do projeto aprovado é a criação de diversos incentivos econômicos para estimular principalmente o proprietário rural a conservar os remanescentes de mata atlântica.
O proprietário ou posseiro que tenha vegetação em estágios avançado e médio de regeneração poderá ter, por exemplo, prioridade na obtenção de crédito agrícola, prazo diferenciado de pagamento e juros inferiores.
A proposta, de autoria do ex-deputado Fabio Feldman, tramitava há quase 15 anos na Casa. O texto foi aprovado na Câmara em 2003, depois de um acordo realizado entre ambientalistas e ruralistas, e então foi para o Senado. Como o Senado alterou o texto original, ele precisou ser votado novamente pela Câmara.
Efeitos práticos
Para Fabio Feldman, a aprovação tem importância simbólica e também prática. "É uma resposta a uma demanda de 20 anos atrás. E, legalmente, protege as áreas originais de mata atlântica para as futuras gerações", disse.
Segundo ele, a aprovação não veio "tarde demais". "Isso mostra, entretanto, que para a sustentabilidade brasileira e do planeta há que se enfrentar muita resistência."
Na opinião de Mario Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, o projeto da mata atlântica desfaz o equívoco do decreto 750/92, "que só falava não pode, não pode". "A palavra 'não' sumiu do texto, o projeto diz como se deve fazer", afirmou.
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