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01/12/2006 - 12h12

Europa gera lixo eletrônico suficiente para "enterrar" Nairóbi

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da Efe, em Nairóbi

A Europa gera, anualmente, uma quantidade de lixo eletrônico suficiente para enterrar a cidade de Nairóbi, disse ontem o diretor de Desenvolvimento Sustentável da Direção do Meio Ambiente da Comissão Européia, Timo Makela.

"Anualmente, a Europa produz entre 6 e 7 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Se esta quantidade fosse trazida a Nairóbi, daria para cobrir a cidade inteira, a cada ano, com um metro de resíduos", disse Makela.

O termo lixo eletrônico são computadores obsoletos, telefones celulares e outros aparelhos eletrônicos.

O representante europeu destacou que, frente à magnitude do problema, a UE (União Européia) introduziu, nos últimos três anos, legislação para favorecer a reciclagem de componentes de aparelhos eletrônicos e sua eliminação adequada.

A UE aprovou uma diretiva sobre a restrição do uso de certas substâncias perigosas, de equipamentos elétricos e eletrônicos, sempre que sejam substituíveis por outras menos danosas. Outra diretiva trata sobre o que fazer com estes aparelhos quando se transformam em resíduos, de modo a promover a sua reutilização e a sua reciclagem.

Makela foi um dos participantes do Fórum Mundial de Resíduos Eletrônicos, realizado durante a conferência da Convenção de Basiléia sobre o controle de resíduos perigosos.

Participaram do encontro ministros de diversos países, assim como representantes do setor privado e da sociedade civil, que debateram os modos adequados de lidar com os resíduos eletrônicos.

Toneladas

Dados do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma) indicam que são geradas, a cada ano, entre 20 e 50 toneladas de lixo eletrônico no mundo. Segundo a coalizão de ONGs Rede de Ação de Basiléia (BAN), a África se transformou no maior receptor mundial de equipamento eletrônico obsoleto.

Outro conferencista, o ministro malaio do Meio Ambiente, Dato'Seri Azmi Khalid, explicou que a Malásia gera 120 mil toneladas métricas de resíduos eletrônicos ao ano --o que representa 23% da totalidade de seus resíduos. O ministro assinalou que a gestão desses resíduos "potencialmente perigosos" requer soluções inovadoras para seu tratamento e leis que os regulamentem.

"Temos normas que asseguram que este lixo seja eliminado adequadamente, mas a experiência nos mostra que, para abordar este problema, não só fazem falta leis mas também boa informação estatística sobre quantos aparelhos eletrônicos são produzidos, descartados ou recuperados", concluiu.

Empresas

O vice-presidente da empresa de telefonia celular Nokia, Kirsi Sormunen, defendeu um consumo mais responsável e que os telefones substituídos, mas que ainda funcionem, sejam guardados em casa em vez de ir diretamente para o lixo.

Outro representante do setor privado, o diretor de Meio Ambiente da Hewlett Packard, Klaus Hieronymi, assinalou que o grande risco do lixo eletrônico é proveniente de uma "reciclagem inadequada".

Convenção de Basiléia

Representantes de mais de 120 governos assistem, em Nairóbi, à conferência da Convenção de Basiléia, que termina amanhã.

Ratificada por mais de 160 países e em vigor desde 1992, a Convenção de Basiléia, sobre o Controle de Movimentos Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua Eliminação, tem o objetivo de proteger a saúde humana e o ambiente dos efeitos adversos derivados da produção, do transporte e da eliminação de resíduos perigosos.

O tratado regula resíduos tóxicos, venenosos, explosivos, corrosivos, inflamáveis e infecciosos.

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