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11/12/2006
-
10h04
da Folha de S.Paulo
O conhecimento científico sobre os animais marinhos teve um grande salto em 2006. Graças ao projeto internacional Censo da Vida Marinha, pesquisadores de 80 países conseguiram identificar 500 espécies, muitas das quais vivendo nas profundezas dos oceanos.
Uma das surpresas, segundo o balanço anual do projeto divulgado ontem, foi a captura de pequenos crustáceos a 5 km de profundidade no mar dos Sargaços, no meio do Atlântico. Esses anfípodes (pequenos crustáceos marinhos e de água doce), como são chamados pelos pesquisadores, além de comerem uns aos outros, alimentam-se também de flocos de matéria orgânica (que caem para as zonas mais profundas como se fossem neve).
Somente desse grupo de organismos, as expedições que fazem parte do Censo da Vida Marinha coletaram 500 espécies em 2006 --das quais, acreditam os cientistas, 12 são totalmente novas. Ou seja, nunca foram vistas pelo olho humano. As demais tiveram quase sempre ampliada distribuição geográfica.
Outro grupo de invertebrados que chamou a atenção dos pesquisadores é formado pelos camarões do oceano Atlântico. Os robôs subaquáticos conseguiram flagrar esses crustáceos a 3 km de profundidade. Eles vivem em fontes hidrotermais. Nesses ambientes, a água que vem do interior da Terra é expelida a uma temperatura de 407ºC (calor suficiente para derreter chumbo). Esta, até agora, é a mais elevada temperatura marinha já registrada.
"Esse é um dos ambientes mais extremos que existe. E ele está repleto de vida", disse Chris German, do Centro de Oceanografia de Southampton, no Reino Unido.
Esforço mundial
O projeto Censo de Vida Marinha chegou em 2006 ao seu sexto ano de duração. Agora ele conseguiu ser totalmente global. Os 17 núcleos do projeto reúne pesquisadores de todas as áreas oceânicas. Ao todo, mais de 2 mil pessoas trabalham nessa empreitada.
Nesses últimos 12 meses, o balanço do projeto mostra a realização de 19 expedições de grande duração, além do funcionamento de 128 pontos de observação em zonas costeiras. Ao todo, mais de 20 espécies marinhas, como tubarões e leões marinhos, estão sendo rastreadas, 24 horas por dia, pelos grupos de pesquisa.
Uma ave conhecida no Brasil pelo nome popular de bobo-escuro bateu um recorde no oceano Pacífico. Em 200 dias, o pássaro percorreu 70 mil quilômetros, fazendo um gigantesco oito sobre o mar. Ela saiu do Havaí, passou por Nova Zelândia, Polinésia e Japão antes de retornar ao seu ponto de origem.
Nunca um pássaro havia sido acompanhado por tanto tempo de forma eletrônica por um projeto de pesquisa. Foram quase impressionantes 350 km por dia.
Com agências internacionais
Especial
Leia o que já foi publicado sobre fitoplâncton
Projeto identifica 500 espécies de vida nas profundezas dos oceanos
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O conhecimento científico sobre os animais marinhos teve um grande salto em 2006. Graças ao projeto internacional Censo da Vida Marinha, pesquisadores de 80 países conseguiram identificar 500 espécies, muitas das quais vivendo nas profundezas dos oceanos.
Uma das surpresas, segundo o balanço anual do projeto divulgado ontem, foi a captura de pequenos crustáceos a 5 km de profundidade no mar dos Sargaços, no meio do Atlântico. Esses anfípodes (pequenos crustáceos marinhos e de água doce), como são chamados pelos pesquisadores, além de comerem uns aos outros, alimentam-se também de flocos de matéria orgânica (que caem para as zonas mais profundas como se fossem neve).
Somente desse grupo de organismos, as expedições que fazem parte do Censo da Vida Marinha coletaram 500 espécies em 2006 --das quais, acreditam os cientistas, 12 são totalmente novas. Ou seja, nunca foram vistas pelo olho humano. As demais tiveram quase sempre ampliada distribuição geográfica.
R. Hopcroft/Universidade do Alasca |
Anfípode coletado no mar dos Sargaços a 5 km de profundidade |
"Esse é um dos ambientes mais extremos que existe. E ele está repleto de vida", disse Chris German, do Centro de Oceanografia de Southampton, no Reino Unido.
Esforço mundial
O projeto Censo de Vida Marinha chegou em 2006 ao seu sexto ano de duração. Agora ele conseguiu ser totalmente global. Os 17 núcleos do projeto reúne pesquisadores de todas as áreas oceânicas. Ao todo, mais de 2 mil pessoas trabalham nessa empreitada.
Nesses últimos 12 meses, o balanço do projeto mostra a realização de 19 expedições de grande duração, além do funcionamento de 128 pontos de observação em zonas costeiras. Ao todo, mais de 20 espécies marinhas, como tubarões e leões marinhos, estão sendo rastreadas, 24 horas por dia, pelos grupos de pesquisa.
Uma ave conhecida no Brasil pelo nome popular de bobo-escuro bateu um recorde no oceano Pacífico. Em 200 dias, o pássaro percorreu 70 mil quilômetros, fazendo um gigantesco oito sobre o mar. Ela saiu do Havaí, passou por Nova Zelândia, Polinésia e Japão antes de retornar ao seu ponto de origem.
Nunca um pássaro havia sido acompanhado por tanto tempo de forma eletrônica por um projeto de pesquisa. Foram quase impressionantes 350 km por dia.
Com agências internacionais
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