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16/03/2007
-
10h55
da Folha Online
O último inverno no hemisfério Norte foi o mais quente desde que as temperaturas ambientais começaram a ser registradas, em 1880, informou a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica). O organismo do governo dos Estados Unidos indicou que no período de dezembro de 2006 a fevereiro de 2007, a temperatura foi 0,72ºC superior à média do século 20. Segundo previsões de outros institutos já divulgadas, 2007 será o ano mais quente da história.
O relatório indicou que um dos fatores que contribuiu para as temperaturas recordes do inverno no hemisfério Norte foi o fenômeno El Niño, que a cada fim de ano se concentra nas águas do oceano Pacífico.
Segundo o estudo, o aumento diminuiu em fevereiro, quando as temperaturas oceânicas na região do Pacífico equatorial caíram em mais de 0,5ºC.
A NOAA também afirmou que durante o último século, as temperaturas na superfície do planeta aumentaram uma média de 0,06ºC por década. Este aumento foi três vezes superior a partir de 1976 (0,18ºC) por década --os maiores aumentos foram registrados nas latitudes altas do hemisfério Norte.
O hemisfério Sul, por sua vez, teve o quarto verão mais quente já registrado, com temperaturas combinadas de 0,49ºC acima da média.
O novo relatório se soma à série de estudos --entre eles o do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática)--, que mostram que o planeta está sofrendo um aquecimento como resultado da poluição causada pelos gases que provocam o efeito estufa. Esses gases são produzidos pelas atividades industriais, o uso de combustíveis fósseis e outros processos decorrentes da atividade humana.
De acordo com o IPCC, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), a temperatura média do planeta subirá de 1,8ºC a 4ºC até 2100, provocando um aumento do nível dos oceanos de 18 cm a 59 cm, inundações e ondas de calor mais freqüentes, além de ciclones mais violentos durante mais de um milênio.
Medidas
O tema emissão de gases e carbono na atmosfera, o principal causador do aquecimento global, se tornou o mais discutido ao redor do mundo nos últimos meses e tem gerado uma série de reações.
Na última terça-feira, por exemplo, o governo do Reino Unido publicou uma nova lei para o ambiente, que prevê a redução de 60% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) no país até 2050. Apesar disso, o ministro do Meio Ambiente, David Miliband, descartou o pedido da oposição conservadora para impor cotas anuais de redução da poluição.
No mesmo tom, a ONU fez um apelo para que os países ricos lutem contra a desertificação. Antes disso, o governo do Rio assinou no início do mês o primeiro acordo de um Estado brasileiro com o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa.
A China também anunciou estar elaborando seu primeiro plano nacional para atenuar a mudança climática, mas possíveis medidas concretas para atingir o objetivo ainda não foram divulgadas.
Os Estados Unidos, porém, principal país emissor de gases causadores do efeito estufa, não se manifestaram oficialmente sobre o tema. Além disso, continuam a resistir a assinar o Protocolo de Kyoto (aprovado em 1990 e válido até 2012), mais abrangente documento que sela o compromisso de redução das emissões de gases pelos países signatários.
Com agências internacionais
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O último inverno no hemisfério Norte foi o mais quente desde que as temperaturas ambientais começaram a ser registradas, em 1880, informou a NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica). O organismo do governo dos Estados Unidos indicou que no período de dezembro de 2006 a fevereiro de 2007, a temperatura foi 0,72ºC superior à média do século 20. Segundo previsões de outros institutos já divulgadas, 2007 será o ano mais quente da história.
O relatório indicou que um dos fatores que contribuiu para as temperaturas recordes do inverno no hemisfério Norte foi o fenômeno El Niño, que a cada fim de ano se concentra nas águas do oceano Pacífico.
Segundo o estudo, o aumento diminuiu em fevereiro, quando as temperaturas oceânicas na região do Pacífico equatorial caíram em mais de 0,5ºC.
Toni Pire/Folha Imagem |
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O hemisfério Sul, por sua vez, teve o quarto verão mais quente já registrado, com temperaturas combinadas de 0,49ºC acima da média.
O novo relatório se soma à série de estudos --entre eles o do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática)--, que mostram que o planeta está sofrendo um aquecimento como resultado da poluição causada pelos gases que provocam o efeito estufa. Esses gases são produzidos pelas atividades industriais, o uso de combustíveis fósseis e outros processos decorrentes da atividade humana.
De acordo com o IPCC, ligado à Organização das Nações Unidas (ONU), a temperatura média do planeta subirá de 1,8ºC a 4ºC até 2100, provocando um aumento do nível dos oceanos de 18 cm a 59 cm, inundações e ondas de calor mais freqüentes, além de ciclones mais violentos durante mais de um milênio.
Medidas
O tema emissão de gases e carbono na atmosfera, o principal causador do aquecimento global, se tornou o mais discutido ao redor do mundo nos últimos meses e tem gerado uma série de reações.
Na última terça-feira, por exemplo, o governo do Reino Unido publicou uma nova lei para o ambiente, que prevê a redução de 60% nas emissões de dióxido de carbono (CO2) no país até 2050. Apesar disso, o ministro do Meio Ambiente, David Miliband, descartou o pedido da oposição conservadora para impor cotas anuais de redução da poluição.
No mesmo tom, a ONU fez um apelo para que os países ricos lutem contra a desertificação. Antes disso, o governo do Rio assinou no início do mês o primeiro acordo de um Estado brasileiro com o Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) para reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa.
A China também anunciou estar elaborando seu primeiro plano nacional para atenuar a mudança climática, mas possíveis medidas concretas para atingir o objetivo ainda não foram divulgadas.
Os Estados Unidos, porém, principal país emissor de gases causadores do efeito estufa, não se manifestaram oficialmente sobre o tema. Além disso, continuam a resistir a assinar o Protocolo de Kyoto (aprovado em 1990 e válido até 2012), mais abrangente documento que sela o compromisso de redução das emissões de gases pelos países signatários.
Com agências internacionais
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