Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/04/2007 - 10h37

América Latina poderá perder 50% de suas terras agrícolas até 2050

Publicidade

da Folha Online

Do México à Amazônia, a savana ganha cada vez mais terreno na América Latina e a desertificação de terras agrícolas ameaça o continente, segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) divulgado nesta sexta-feira em Bruxelas.

Até 2050, metade das terras agrícolas poderão ser prejudicadas com um grau "elevado" de certeza, expondo "milhões" de pessoas à fome, afirmam os especialistas. De 60 milhões a 150 milhões de pessoas sofrerão com a falta de água (serão até 400 milhões em 2080).

O continente já experimentou, nos últimos anos, uma sucessão de acontecimentos radicais: chuvas torrenciais na Venezuela, inundações nos pampas argentinos, secas na Amazônia, tempestades de granizo na Bolívia e uma temporada recorde de furacões no Caribe.

Ao mesmo tempo, as chuvas diminuem no Chile, no sul do Peru e no sudoeste da Argentina.

Com a elevação de temperaturas já registrada (um grau Celsius na América Central e na América do Sul em um século, ante a média mundial, de 0,74 grau Celsius), os glaciares andinos estão retrocedendo.

"A disponibilidade de água destinada ao consumo e à geração de eletricidade já está comprometida" e o problema se agravará no futuro, tornando-se "crônico" caso medidas não sejam tomadas, afirma o documento do IPCC.

O relatório divulgado nesta sexta-feira é o segundo a ser divulgado pelo IPCC.

Em fevereiro, no primeiro relatório, o painel previu que as temperaturas mundiais aumentarão entre 1,8ºC e 4ºC para o ano de 2100.

Quase três quartos das terras já estão "moderada ou gravemente" afetadas por um processo de degradação que progride a um "ritmo muito elevado", principalmente nas florestas, também ameaçadas por incêndios.

Espécies ameaçadas

O documento também lembra que sete dos 25 principais locais com alta concentração de espécies endêmicas --borboletas, rãs, mamíferos-- no mundo encontram-se na América Latina, e as espécies estão a ponto de perder seu habitat.

O aumento do nível dos oceanos --de 20 cm a 60 cm no final do século, segundo as previsões do IPCC-- "muito provavelmente" provocará inundações em regiões de baixa altitude, como El Salvador, Guiana e o estuário do rio da Prata, ao redor de Buenos Aires, além de afetar o turismo nas praias do México e do Uruguai.

O fenômeno também pode colocar em perigo os manguezais do Brasil, do Equador, da Venezuela e da Colômbia.

Águas mais quentes ameaçam os corais das costas do México, do Panamá e de Belize, em áreas consideradas patrimônio mundial.

Com France Presse

Leia mais
  • Aquecimento global pode provocar extinção de 30% das espécies, diz painel
  • Pobres sofrerão mais com o aquecimento global, diz chefe do IPCC
  • Livro explica causas e efeitos do aquecimento global
  • "O Atlas da Água" mapeia recurso mais precioso do planeta
  • Entenda a importância e as conseqüências do mau uso da água

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre mudanças climáticas
  • Leia mais no especial Ambiente
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página