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09/05/2007 - 13h32

Cientistas da Nasa dizem que metano pode ampliar exploração espacial

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ORLANDO LIZAMA
da Efe, em Washington

Cientistas da Nasa (agência espacial americana) parecem ter descoberto a solução para um dos problemas cruciais da ampliação da exploração espacial: a falta de combustível.

A peça-chave deste quebra-cabeça pode estar no metano (CH4), o componente principal do gás natural que existe em abundância no Sistema Solar, incluindo nos corpos celestes vizinhos da Terra, como Marte.

O combustível também pode ser retirado em Júpiter, em Titã (uma das luas de Saturno) e em muitos outros satélites naturais e planetas, revelou a Nasa em seu site oficial.

O metano também é abundante em Saturno, em Urano e em Netuno. Plutão, que até pouco tempo era considerado o nono planeta do sistema solar, também tem o gás em sua superfície.

"Com a existência do gás no seu ponto de destino, o foguete que partisse da Terra não teria de levar tanto combustível, o que poderia reduzir o custo de sua missão", afirma a agência espacial americana.

Até agora, as naves espaciais são movidas por um composto de oxigênio ou hidrogênio líquidos.

No entanto, esse combustível acaba, e, quando isto ocorre, na maior parte dos casos as naves atuais continuam seu deslocamento por inércia.

Para resolver o problema, os engenheiros da Nasa iniciaram neste ano os testes no Deserto de Mojave (Califórnia) com um foguete cuja base é o metano.

O trabalho é realizado pelo Centro Glenn de Pesquisas e pelo Centro Espacial Johnson, que desenvolvem motores de metano como opção para o futuro.

Com uma força propulsora de pouco mais de 3.500 quilograma-força, o primeiro foguete deste tipo já testado é muito pequeno para pôr qualquer satélite dentro ou fora da órbita terrestre.

No entanto, caso os pesquisadores consigam adaptar a tecnologia para este tipo de motores, os foguetes impulsionados por metano poderiam ser vitais na exploração espacial no futuro, informou a Nasa.

O metano também é muito mais seguro e barato do que os outros tipos de combustíveis.

O hidrogênio líquido, por exemplo, é o principal combustível dos foguetes que põem em órbita as naves da Nasa e tem de ser mantido a uma temperatura de 252ºC negativos. Por outro lado, o metano pode ser armazenado a uma temperatura muito mais "alta", de 161,6ºC negativos.

Na prática, os tanques não precisariam de tanto material isolante, e, portanto, ficariam mais leves e mais baratos. Os tanques poderiam ser menores, já que o metano em estado líquido é muito mais denso do que o hidrogênio --o que resulta em um menor custo econômico e, sobretudo, em menor peso.

No entanto, o maior atrativo deste gás é que ele pode ser "fabricado" através de um simples sistema de mistura de dióxido de carbono (CO2) e hidrogênio (H2) cujo resultado é o metano (CH4) e a água (H20).

Segundo os engenheiros da Nasa, a atmosfera de Marte é rica em dióxido de carbono e a pequena quantidade de água que seria preciso para viabilizar o processo poderia ser levada da Terra e retirada dos gelos extraterrenos.

E, caso a nave do futuro vá mais longe ao sistema solar, não haverá problemas para encontrar metano e continuar a viagem.

Sobre a superfície gelada de Titã, por exemplo, a chuva não é formada por água tal como na Terra, mas por metano líquido.

Como resultado, esta lua está cheia de lagos e rios da substância, assim como de outros tipos de hidrocarbonetos que poderiam servir como depósitos de combustível no futuro.

Segundo a Nasa, o esquema funcionaria desta forma: uma nave com foguetes de metano desceria sobre Titã, recolheria amostras de seu solo, reabasteceria seus tanques com o abundante combustível que encontraria na superfície e retornaria à Terra com estas amostras.

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