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22/12/2000 - 13h05

No Brasil, pesquisa genética sobre câncer parte para uma nova etapa

da Folha de S.Paulo

No momento em que o projeto Genoma Humano do Câncer obtém no Brasil 1 milhão de sequências genéticas de células cancerosas, o consórcio da Fapesp com o Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer lança um novo desafio para a comunidade científica: o Genoma Clínico do Câncer.

O objetivo é passar dos resultados da pesquisa genética básica, uma infinidade de sequências de letras A, T, C e G (o alfabeto químico do código de DNA), às necessidades práticas dos médicos nos consultórios e nos hospitais.

Um salto difícil de realizar, porque não se conhece a função no organismo da maioria dos genes e pedaços de genes identificados no sequenciamento (leitura).

Entre as aplicações clínicas imaginadas pelos pesquisadores estão a realização de exames diagnósticos refinados e a criação de remédios sob medida para o perfil genético do tumor de cada paciente.

"A idéia é identificar genes envolvidos com a doença, melhorar as condições de diagnóstico e prognóstico, melhorar a predição da resposta do paciente a um tipo de tratamento e buscar alvos para novas drogas", informa José Fernando Perez, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O edital com as instruções para a participação dos grupos deve estar disponível no site da Fapesp (www.fapesp.br) até o início da semana que vem.

"Num intervalo de três meses esperamos ter os grupos selecionados. A estimativa inicial de duração de todo o projeto é de três anos", diz Perez.

Cada grupo deverá se concentrar no estudo de um ou dois tipos de tumores e tecidos.

"Iremos estabelecer um ciclo, levando até o paciente os resultados da pesquisa básica e trazendo de volta para o laboratório as suas necessidades", afirma Perez.

Ainda esta semana, a Fapesp também foi sede de uma reunião envolvendo os participantes do projeto Genoma Humano do Câncer brasileiro e os norte-americanos do CGAP (Projeto Anatomia do Genoma do Câncer, em inglês), ligado aos Institutos Nacionais de Saúde (NIH), dos EUA.

A cooperação entre os dois projetos que mais abastecem os bancos de dados com sequências relacionadas ao câncer já existe há meses, mas não foi oficializada.

"Como os NIH são várias instituições que trabalham em diferentes projetos do genoma humano, os membros do Instituto Nacional do Câncer estão ainda acertando os detalhes internos", explica o geneticista Andrew Simpson, coordenador do projeto.

 

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