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26/12/2000
-
22h00
Um marco na história da ciência e das realizações humanas, talvez mais importante que a chegada do homem à Lua ou a descoberta dos antibióticos. Assim foi anunciado o mapeamento do genoma humano, em 26 de junho de 2000.
A façanha coube à empresa norte-americana Celera e ao consórcio público internacional Projeto Genoma Humano (PGH), que trabalharam separadamente. Genoma é a coleção de genes com as instruções para produzir um ser humano, e sua leitura deve revolucionar a medicina nos próximos anos.
Sequenciar o genoma significa decifrar e pôr na ordem correta todas as "letras químicas" (A, T, C ou G) que compõem os genes de uma dada espécie. As combinações de letras e variantes de genes contribuem para determinar as características individuais.
Adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T) são as chamadas bases nitrogenadas, substâncias que funcionam como as unidades do código genético. Cada grupo de três codifica um determinado aminoácido, ingrediente básico das proteínas.
Os cientistas mapearam 95% do genoma humano. O desafio agora é desvendar todas as sequências do código genético. De acordo com o pesquisador Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan, "é uma etapa meio burra, rotineira, mas que precisava ser feita. É como se tivéssemos um dicionário. Agora temos que saber como usá-lo. Vamos passar os próximos anos aprendendo isso."
Em tese, com base nesses dados será possível desenvolver tratamentos para doenças como câncer e mal de Alzheimer ou de Parkinson, mas esses resultados devem levar até 50 anos para surgir. O conhecimento do código genético também pode ajudar no avanço da medicina preventiva.
No Brasil, o primeiro sequenciamento foi o da bactéria Xylella fastidiosa, praga que provoca a doença do amarelinho nos laranjais.
O país também desenvolve o projeto Genoma Cana-de-Açúcar, que já decifrou 80 mil genes, e Genoma Humano do Câncer, ambos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Desde seu início, em março de 1999, o Projeto Genoma Humano do Câncer já produziu 500 mil pedaços de sequências de genes ativos nos tumores mais comuns no Brasil (mama, intestino, estômago, cabeça e pescoço).
No começo de novembro foi anunciado o primeiro genoma decifrado de uma planta, a Arabidopsis thaliana, por um consórcio de cientistas, a Iniciativa do Genoma da Arabidopsis (AGI, na sigla em inglês). Ele engloba instituições públicas e privadas de EUA, Europa e Japão.
Leia como foi a cobertura dos acontecimentos nas ocasiões:
Cientistas mapeiam genoma humano
Cientistas fazem o 1º sequenciamento vegetal
Genoma é a descoberta científica do ano 2000
No Brasil, pesquisa genética sobre câncer parte para uma nova etapa
Genoma câncer atinge 1 milhão de sequências
Clique aqui para ver também como a Folha de S.Paulo noticiou o fato
Clique aqui para ver toda a retrospectiva do ano 2000
RETROSPECTIVA: Ciência decifra genoma humano
da Folha OnlineUm marco na história da ciência e das realizações humanas, talvez mais importante que a chegada do homem à Lua ou a descoberta dos antibióticos. Assim foi anunciado o mapeamento do genoma humano, em 26 de junho de 2000.
A façanha coube à empresa norte-americana Celera e ao consórcio público internacional Projeto Genoma Humano (PGH), que trabalharam separadamente. Genoma é a coleção de genes com as instruções para produzir um ser humano, e sua leitura deve revolucionar a medicina nos próximos anos.
Sequenciar o genoma significa decifrar e pôr na ordem correta todas as "letras químicas" (A, T, C ou G) que compõem os genes de uma dada espécie. As combinações de letras e variantes de genes contribuem para determinar as características individuais.
Adenina (A), citosina (C), guanina (G) e timina (T) são as chamadas bases nitrogenadas, substâncias que funcionam como as unidades do código genético. Cada grupo de três codifica um determinado aminoácido, ingrediente básico das proteínas.
Os cientistas mapearam 95% do genoma humano. O desafio agora é desvendar todas as sequências do código genético. De acordo com o pesquisador Isaias Raw, presidente da Fundação Butantan, "é uma etapa meio burra, rotineira, mas que precisava ser feita. É como se tivéssemos um dicionário. Agora temos que saber como usá-lo. Vamos passar os próximos anos aprendendo isso."
Em tese, com base nesses dados será possível desenvolver tratamentos para doenças como câncer e mal de Alzheimer ou de Parkinson, mas esses resultados devem levar até 50 anos para surgir. O conhecimento do código genético também pode ajudar no avanço da medicina preventiva.
No Brasil, o primeiro sequenciamento foi o da bactéria Xylella fastidiosa, praga que provoca a doença do amarelinho nos laranjais.
O país também desenvolve o projeto Genoma Cana-de-Açúcar, que já decifrou 80 mil genes, e Genoma Humano do Câncer, ambos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Desde seu início, em março de 1999, o Projeto Genoma Humano do Câncer já produziu 500 mil pedaços de sequências de genes ativos nos tumores mais comuns no Brasil (mama, intestino, estômago, cabeça e pescoço).
No começo de novembro foi anunciado o primeiro genoma decifrado de uma planta, a Arabidopsis thaliana, por um consórcio de cientistas, a Iniciativa do Genoma da Arabidopsis (AGI, na sigla em inglês). Ele engloba instituições públicas e privadas de EUA, Europa e Japão.
Leia como foi a cobertura dos acontecimentos nas ocasiões:
Clique aqui para ver também como a Folha de S.Paulo noticiou o fato
Clique aqui para ver toda a retrospectiva do ano 2000
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