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28/12/2000 - 18h49

Extinção do jacaré-açu é evitada, mas da ararinha não

CLAUDIO ANGELO
da Folha de S.Paulo

O Brasil termina o ano com uma notícia boa e uma má sobre espécies ameaçadas. A boa é que o jacaré-açu, maior predador do continente, deixou de ser considerado um animal em perigo pela IUCN (União Mundial para a Conservação, na sigla em inglês). A má é que a ararinha-azul, ave que virou símbolo da luta contra a extinção, pode ter desaparecido na natureza.

O jacaré-açu (Melanosuchus niger), um réptil amazônico que pode chegar a 6 metros de comprimento e a 300 quilos de peso, sofreu um rebaixamento positivo na Lista Vermelha da IUCN, a bíblia mundial das espécies em extinção (www.redlist.org). Ele passou da categoria "em perigo" para a categoria "baixo risco".

Um animal é considerado em perigo pela IUCN quando sua população na natureza sofre uma redução "observada, inferida ou suspeitada" de ao menos 50% nos últimos dez anos, ou é estimada em menos de 2.500 indivíduos.

O parecer de um comitê de especialistas que elaborou a lista da IUCN de 2000 concluiu que a situação do animal estava longe disso na América do Sul: em um único lago da reserva de Mamirauá, no Amazonas, foram contados mais de 2.000 jacarés.

A IUCN ressalva, no entanto, que o bicho depende de programas contínuos de conservação para se manter em baixo risco.

"Isso mostra que a classificação era baseada em especulação, como muitas vezes acontece", disse à Folha o ecólogo Márcio Martins, do Instituto de Biociências da USP, que coordenou a revisão da lista de répteis da IUCN.

Martins também coordena a revisão da lista de espécies ameaçadas do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), ainda sem data para ser divulgada. A lista atual é de 1989 e tem 208 espécies.

A mesma sorte não teve a ararinha-azul (Cyanopsitta spixii). O último exemplar do animal existente na natureza, um macho, não é visto há quase quatro meses.

Uma equipe vasculhou a região de Curaçá, no nordeste da Bahia, atrás do animal. A busca terminou no dia 22, sem resultado.

"Estamos na época de nidificação (construção dos ninhos) e, como o animal está pareado com uma fêmea de outra espécie, fica mais difícil localizá-lo", disse a bióloga Yara de Melo Barros, do Comitê para a Recuperação da Ararinha-Azul. "Não perdemos as esperanças ainda."
 

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